Mais de dez dias após rompimento de oleoduto na Amazônia equatoriana, mancha atinge o Peru, mas especialistas consideram poucas as chances de que chegue ao território brasileiro. Petrolífera ainda não estima danos.
Ainda não se sabe se o petróleo será contido nesse local, pois além dos fatores naturais, o deslocamento depende do volume do líquido que vazou para o rio. Para Newton Narciso Pereira, pesquisador do departamento de Engenharia Naval e Oceânica da USP, se os dois países afetados já montaram barreiras de contenção de forma correta e iniciaram os processos de limpeza, a probabilidade de essa mancha chegar ao Brasil é pequena.
“Agora não há como garantir 100% que o petróleo não vai chegar, porque depende do plano de contingência e até agora não sabemos se esses países têm um plano eficiente para quando acontecer um acidente ter uma resposta rápida. Hoje, faz 12 dias que ocorreu o vazamento e a mancha se dispersou. Em termos de volume, não há uma informação correta, a própria companhia não informa a quantidade que caiu na água”, afirmou Pereira.
Para o especialista, é difícil calcular o tamanho dos danos que esse vazamento pode causar em uma região como a Amazônia, que possui um ecossistema particular e muitas vezes ainda desconhecido. O petróleo, explica, pode se depositar no fundo do rio e nas encostas, contaminando microorganismos, peixes e aves.
“Os danos ambientais são severos. Mesmo após um processo de recuperação do habitat, sempre vai ficar um dano, porque não é possível retirar uma parcela desse petróleo, principalmente o que vai para o fundo e continua impactando a vida aquática daquela região”, observa Pereira.
Segundo Gustavo Endara, coordenador de projetos da Fundação Friedrich Ebert em Quito, as consequências do acidente não são só ambientais, mas também econômicas e sociais. Devido ao vazamento, o abastecimento de água teve que ser cortado no município de Coca até o último fim de semana. O especialista afirma que os custos da limpeza também poderão, de alguma forma, impactar a economia do país.
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Fonte: Portal Terra