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O Dicionário da Literatura Italiana Traduzida é produto da cooperação das equipes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), empenhadas, desde 2010, em um projeto de amplas dimensões e longa duração. O grupo de pesquisa, composto por pesquisadores das duas universidades, nasceu do projeto "A literatura italiana traduzida no sistema literário nacional", de Patricia Peterle, que teve apoio do CNPq pelo Edital Ciências Humanas (processo n° 400500/2010-8, 2010-2013). Um dos frutos do projeto, coordenado pelos professores doutores Patricia Peterle (UFSC), Andrea Santurbano (UFSC) e Lucia Wataghin (USP), foi a criação de um dicionário eletrônico das obras da literatura italiana traduzidas no Brasil, cuja primeira parte, que recebeu o título Dicionário da Literatura Italiana Traduzida até 1950, já pode ser consultada no site www.dlit.ufsc.br. A ideia principal é oferecer um acervo de fácil manuseio e rapidez de acesso, acompanhado de imagens das capas dos livros e de informações que possam, uma vez reunidas, falar um pouco da história escondida nessa complexa cartografia. O banco de dados do Dicionário, desenvolvido pelo programador Carlos da Silva, com gráfica do designer Avelar Fortunato, contou com o apoio do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (UFSC) e da Superintendência de Governança Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação (SETIC). Nessa base de dados foram inseridas todas as obras da literatura italiana traduzidas no Brasil até 1950 que puderam ser encontradas pelos pesquisadores dos dois grupos em bibliotecas, acervos pessoais e livrarias virtuais (do mercado de livros usados). Uma boa parte dos livros identificados − alguns deles, raros − foi adquirida com o apoio dado pelo CNPq. Tendo por objetivo a máxima exatidão, objetividade e clareza, o grupo optou por cadastrar apenas livros fisicamente acessíveis aos pesquisadores. No site, portanto, se encontram dados bibliográficos confirmados pela leitura direta dos responsáveis pelos cadastros, além de fotografias das capas, de ilustrações e de qualquer página das obras considerada de interesse dos pesquisadores. Paralelamente, o Dicionário oferece o acesso à lista de todos os títulos encontrados, ainda que não cadastrados em verbetes, por não terem sido fisicamente acessíveis aos pesquisadores.
Por outro lado, nos verbetes, além dos dados básicos, tais como autor, título da obra traduzida, título original, ano de publicação do original e da tradução, nome(s) do(s) tradutor(es), cidade da editora, nome da editora, o site assinala também, quando for o caso, a presença de prefácios, posfácios, introduções e seus respectivos autores, reunindo portanto em uma única sede, pela primeira vez, um conjunto de informações preciosas para o mapeamento da literatura italiana traduzida no Brasil.
A partir de 2014, uma nova edição do Dicionário, continuação da primeira, está on−line no site www.dlit.ufsc.br. O novo banco de dados, denominado Dicionário da Literatura Italiana Traduzida após 1950, contém, ou conterá, os dados bibliográficos das obras da literatura italiana traduzidas e publicadas no Brasil após 1950. Nessa nova fase dos trabalhos, o grupo, agora financiado com auxílio à pesquisa regular da FAPESP (processo n° 2013/20971-0), conta com mais dois coordenadores, além dos três coordenadores já ativos na fase anterior. Os dois novos coordenadores são a profa. dra. Silvana De Gaspari, do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura, co-responsável pela equipe de pesquisadores da UFSC, e o prof. dr. José Fernando Modesto da Silva, do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP, que é agora o principal responsável pelos critérios de catalogação dos verbetes do Dicionário, enquanto a coordenação técnica dos trabalhos de busca e catalogação dos dados está a cargo do prof. dr. Francisco Degani. Os desafios tecnológicos diretamente ligados à área de informática são enfrentados com o apoio do CCE (Centro de Computação Eletrônica) da USP, da STI (Seção Técnica de Informática) da FFLCH/USP, à qual o grupo está diretamente ligado, e aos técnicos do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras da UFSC. A implementação do banco de dados foi realizada pela programadora Maria Cristina Martinez, que também á responsável pela assistência técnica e solução de problemas que possam surgir no âmbito tecnológico.
A base do Dicionário localizada na USP apresenta uma interface gráfica muito parecida com a da fase anterior, da qual difere, para comodidade do usuário, pela cor, que facilita a visualização da correta localização das obras nos períodos contemplados nos dois sites (1900-1950 e 1951 até hoje). Entre as alterações implementadas pelos coordenadores Fernando Modesto e Francisco Degani na interface do Dicionário, salientamos a disposição levemente diferente das informações (título da obra traduzida, título da obra original etc.) com o objetivo de facilitar a leitura dos verbetes, uma mais completa padronização dos critérios de transcrição e catalogação das informações e um maior detalhamento, em campos diferentes, dos diversos tipos de paratextos, quando presentes nas obras catalogadas.
Graças ao extraordinário desenvolvimento das comunicações, a presença da cultura e da arte italianas no Brasil está em fase de sempre crescente intensificação e a quantidade de obras italianas não apenas literárias que aqui circulam é cada vez maior. Por esta e outras razões o grupo optou, nesta segunda parte do Dicionário, por limitar a catalogação apenas a obras literárias de ficção, excluindo, portanto, ensaios, crítica literária e obras pertencentes a outras áreas do conhecimento, ainda que afins à literatura.
Mesmo assim, o desafio enfrentado pelas equipes das duas universidades é muito grande: nossas primeiras listas das obras a serem catalogadas apontam para não menos de 1200 títulos.
Lucia Wataghin (USP)
Patricia Peterle (UFSC)
Andrea Santurbano (UFSC)
São Paulo, julho de 2014