Mas, e o chocolate, de onde veio?
A
história começou com as civilizações maia e asteca,
na América Central. No México, os astecas cultuavam o deus Quetzalcoatl,
que personificava a sabedoria e o conhecimento e foi ele quem lhes deu, entre
outras coisas, o chocolate. O povo acreditava que Quetzalcoatl trouxera do céu
para a Terra as sementes de cacau. As colheitas eram festejadas com cruéis
rituais de sacrifício humano.
Um dia, o deus ficou velho e decidiu abandonar
os astecas. Partiu em uma jangada de serpentes para o seu lugar de origem –
a Terra do Ouro. Antes de partir prometeu voltar no ano de "um cunho", que ocorria
uma vez a cada ciclo de 52 anos pelo calendário que ele mesmo havia criado
para os astecas.
Enquanto isso, por volta de 600 a.C., os
maias, que também conheciam o chocolate, faziam suas primeiras plantações
em Yucatan e na Guatemala. Até então, o cacau e seu precioso produto,
o chocolate, só circulavam pelos rituais, banquetes e no comércio
na América Central. Dele era preparada uma bebida fria e espumante. Suas
sementes também eram utilizadas como moeda, com muito poder de troca.
Passaram-se séculos. E o navegador
Cristóvão Colombo, achando que tinha descoberto as Índias,
chega à América Central. Um chefe asteca sobe a bordo e oferece,
ao navegador e sua tripulação, armas, tecidos e também
sementes de cacau. Ele explica a Colombo que as sementes são a moeda
do país e que permitem preparar uma bebida muito apreciada entre eles.
Colombo e seus marinheiros provam com os lábios as sementes e tomam também
o chocolate. Dias depois, levantam velas e seguem para a Europa. Colombo, o
primeiro europeu a provar o chocolate, não lhe deu a mínima importância.
Mal sabia que um dia ele seria apreciado no mundo inteiro.
Passaram-se alguns anos. Em 1519, o explorador
espanhol Hernán Cortez e seus 600 soldados desembarcam no México,
pretendendo conquistá-lo. Fazem os preparativos para o combate. Mas,
para surpresa geral, o imperador asteca Montezuma e seus súditos os recebem
com cordialidade. Vítimas de sua própria lenda, eles crêem
que Cortez é a reencarnação do bondoso deus Quetzalcoatl.
Acontece que 1519 coincidia com o ano de "um cunho", no calendário asteca
– o ano que Quetzalcoatl prometera voltar.
O povo alegre festeja e o imperador acolhe
Cortez com um grande banquete regado com taças de ouro cheias de tchocolath.
Mas a desilusão não tarda a chegar:o suposto Quetzalcoatl, aquele
que havia dado o chocolate a seu povo, parecia não o ter bebido antes
e nem mesmo gostar dele. É óbvio, o tchocolath não
era a bebida agradável de hoje. Era bastante amarga e apimentada. As
tribos da América Central geralmente o preparavam misturado com vinho
ou com um purê de milho fermentado, adicionado a especiarias, pimentão
e pimenta.
Naquela época, o chocolate era reservado
apenas aos governantes e soldados, pois acreditava-se que, além de possuir
poderes afrodisíacos, ele dava força e vigor àqueles que
o bebiam.
Cortez, sem dúvida, ficou muito impressionado
com a mística que envolvia o chocolate e mais ainda com o seu uso corrente.
Assim, com o intuito de gerar riquezas para o tesouro de seu país, ele
estabelece uma plantação de cacau para o rei Carlos V, da Espanha.
E, como bom negociante, começa a trocar as sementes de cacau por ouro,
um metal indiferente àqueles povos. Os espanhóis aos poucos se
acostumavam com o chocolate e, para atenuar o seu amargor, diminuíam
a proporção de especiarias e o adoçavam com mel. Já
o rei Carlos V tinha o hábito de tomá-lo com açúcar.
Um ano depois, Cortez responde com traição
à acolhida que recebera do povo asteca. Prende o imperador Montezuma
e invade suas terras. Tanto Montezuma quanto seu sucessor são assassinados
pelas tropas de Cortez e o México passa a ser colônia espanhola,
permanecendo nesta situação por trezentos anos.
Fontes: Guia dos Curiosos e Internet