Revestimentos de mármore, escadarias de granito, corrimãos de latão e paredes cobertas por espelhos. Foi assim que a Galeria Olido ressurgiu das cinzas em setembro do ano passado, após longo período de abandono e total degradação. O prédio, que está situado na Avenida São João e já abrigou o luxuoso Cine Olido, agora funciona como sede da Secretaria Municipal da Cultura, também responsável pela recuperação do espaço e das características arquitetônicas que marcaram a época dourada do Centro de São Paulo nas décadas de 50 e 60.
crédito:Cecília Bastos  
 

A Galeria, inserida no projeto de revitalização do Centro, ocupa 9 mil metros quadrados distribuídos em 5 dos 23 andares do prédio, com a proposta de contemplar a cultura nas suas mais diversas expressões: música, dança, teatro, cinema, circo, artes visuais e cultura digital. A maioria dos eventos tem entrada franca ou custa de R$ 2 a R$ 6.

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Hall conserva características da década de 50 O cinema, inaugurado em 1957 e famoso por ter sido o primeiro a funcionar dentro de uma galeria comercial, teve sua sala de 800 poltronas dividida em três menores na década de 80. Hoje, a disposição dos três ambientes está preservada e neles surgiram a Sala Olido, o Cine Olido e a Sala Paissandu, todas com confortáveis cadeiras de couro numeradas.  

A Olido está dedicada à música, de apresentações individuais a concertos de orquestra. Ao lado dela fica o cinema, com uma programação diversificada que privilegia produções brasileiras. Em abril, o destaque será a mostra especial Faces do Brasil, com Lavoura Arcaica, Terra Estrangeira e Cidade de Deus, entre outros. Já a Paissandu é o espaço nobre da dança, tipo de expressão artística que costuma receber menor atenção nos espaços culturais paulistanos.


crédito:Cecília Bastos
Os ambientes se misturam na Vitrine da Dança

O capricho das instalações não atende somente às necessidades dos artistas profissionais, pois na Galeria acontecem aulas de dança de salão, bailes e apresentações de rap e hip-hop voltados para o público amador. Tudo isso em um local diferenciado, a Vitrine da Dança, onde janelas envidraçadas separam o ambiente interno da rua.

A aglutinação de diferentes tipos de arte e artistas é também característica marcante da nova proposta da Olido. “Pretendemos ser um espaço democrático, aberto a um público de todo nível social e faixa etária, inclusive aos artistas que se consideram minoria”, afirma Georgia Lobaorff, coordenadora da Galeria. Já a redução da exclusão digital é o objetivo do Telecentro, que promove cursos de Informática e acesso gratuito à Internet.
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Cursos de informática promovem o combate à exclusão digital Para os adeptos das artes circenses há o Espaço Piolin, com atividades de pesquisa, exposições e acervo e a Sacada do Riso, que oferece apresentações ao ar livre.  
 

Por fim, as artes visuais têm lugar cativo para exposições na Sala Mário Pedrosa e no Centro de Luzes e Imagens. No mês de abril, entram em cartaz Cicatrizes: O Iraque do pós-guerra, com 53 fotos em preto-e-branco de Anderson Schneider, e Fotografadas, manipuladas, atormentadas, com série de imagens manipuladas digitalmente.

O caminho até a Olido pode ser feito de metrô, sendo que a Estação República é a mais próxima. Para quem for de carro, há diversos estacionamentos ao redor da galeria, como na rua São João ou no Largo Paissandu. Além disso, várias linhas de ônibus chegam até ela

Galeria Olido
Avenida São João, 473
T. 11
3334-0001, ramal 1951
Para informações sobre o
Telecentro, o telefone é
11 223-3694