Livrar-se de uma bandeira oficial, por exemplo a da USP, não é tão simples como se imagina quando se segue estritamente a lei. Mesmo velha, deteriorada e fora do topo do mastro, a bandeira não perde a importância e requer algumas mordomias nos seus últimos momentos de glória. Essa tarefa fica por conta do Departamento de Atividades Complementares da Reitoria, que a envia para o 16o Batalhão da Polícia Militar, no Rio Pequeno. Lá ela se junta a outros estandartes oficiais descartados que são incinerados no dia 19 de novembro, numa cerimônia comemorativa ao Dia da Bandeira.
A função de Carlos e de seu departamento na Reitoria pode ser resumida de uma forma muito simples: fazer com que tudo corra bem nos eventos em que a figura do Magnífico está presente. Quando a sua presença é confirmada em alguma cerimônia externa, são eles os responsáveis por correr atrás de informações e passá-las antecipadamente ao reitor. Isso implica conhecer o local, saber o roteiro da solenidade, a ordem dos discursos, onde vai ser a entrada, por onde os integrantes da mesa vão sair, e outros “detalhes” que passam despercebidos aos olhos da platéia. ![]() Cerimônia de posse No caso da posse de um reitor, o trabalho é ainda maior. “A gente segue a confecção dos convites, acompanha a confirmação dos convidados e prepara o anfiteatro, que inclui providenciar seguranças, um receptivo adequado, montar a estrutura do palco, acertar a apresentação de conjuntos musicais, preparar salas vips para os membros trocarem suas becas, etc.”
Com freqüência, a função dos funcionários do Cerimonial extrapola o espaço de trás das cortinas para subir ao palco e dividir as atenções com as autoridades presentes. Carlos, por exemplo, atua como Mestre de cerimônias desde março de 99, quando foi inaugurada a biblioteca de Psicologia, ao lado de pró-reitores, dirigentes e outras autoridades. “Foi minha primeira vez como mestre de cerimônias num evento que, apesar de pequeno, confesso que me deixou bastante nervoso. Depois disso fui pegando uma certa prática e hoje faço o trabalho não de forma automática, mas com mais segurança”, lembra Carlos, que reconhece ser a organização uma de suas qualidades. ![]() Recepção do Ministro da Cultura Organização que vai além da personalidade de Carlos e se torna uma característica explícita para quem entra na sala do Cerimonial. Livros organizados por ordem de tamanho nas prateleiras; lápis, canetas e carimbos dispostos separadamente sobre uma mesa impecavelmente arrumada. Na outra extremidade, três ou quatro pilhas de papel agrupadas provavelmente pelo assunto que trata seu conteúdo. “Dentro da possibilidade, eu procuro manter uma certa ordem para que eu possa localizar a informação da melhor maneira possível. Dessa forma, eu acredito que o evento é uma extensão de como a gente atua no dia-a-dia”, explica Carlos, minuciosamente. ![]() |