Casa
do Estudante
Professor
Walter de Paula Lima, dedicação
ao estudo de ciências
florestais quando não havia nenhuma
divulgação na área. |
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A Casa do
Estudante, em Piracicaba, chegou aos 44 anos
de vida. Fundada em 1962, ela foi moradia
de muitos alunos da Esalq (Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz). Alguns dos
ex-moradores, no entanto, estenderam o seu
vínculo e acabaram permanecendo
muito mais tempo dentro da Universidade.
Nesta edição, a revista Espaço
Aberto mostra o perfil dos professores
Walter de Paula Lima e Celso Omoto, com suas
trajetórias definidas a partir de
um mesmo lar na USP.
Faz 42 anos que o professor
Walter de Paula Lima chegou a Piracicaba.
Ele saiu de Xavantes, cidade próxima
a Ourinhos, no sul do Estado. Ao longo de
todo esse tempo, esteve ligado à Esalq
mesmo durante as muitas viagens internacionais
realizadas. Na USP, Lima passou pela Casa
do Estudante e foi o primeiro brasileiro
a desbravar as relações
entre água e mata, desenvolvendo o
curso de ciências florestais.
A graduação em agronomia começou
no ano de 1964, após deixar a cidade
de São Paulo. Seu pai trabalhava na
Estrada de Ferro Sorocabana e não
tinha condições de financiar
os estudos de cinco filhos. “Eu conheci a
Esalq durante uma excursão de estudantes
para o campus. Gostei e decidi me mudar.
No começo podia ser difícil,
mas eu fui me ajeitando, pulava de um galho
para outro. No final, correu tudo bem.”
Depois
de formado em 1968, surgiu uma oferta que
Lima diz ter sido irrecusável.
A Esalq precisava de alguém com
conhecimentos para desenvolver uma nova
disciplina a ser incluída na grade:
Manejo de Bacias Hidrográficas. “Era
uma área
a ser desbravada. Ninguém no Brasil
tinha estudos semelhantes, era inédito.
Então recebi uma bolsa para estudar
na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos.
Desse jeito, só não resolvi
meu problema financeiro, porque com 200
dólares,
eu continuei na penúria”, brinca.
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