Correr sem rocar o chão

Crédito: Cecília Bastos
“Pode parecer monótono porque não se percebe o movimento dentro da piscina. Mas, além disso, a água é prazerosa, estamos em um ambiente aberto, tem muito verde e música. Tudo isso deixa a aula mais agradável.” Maria de Lourdes Cassis

 

Crédito: Cecília Bastos
As professoras do IP aderiram ao deep running

 

 

O gasto calórico também é um dos pontos interessantes da modalidade. A água favorece maior troca de calor com o corpo do que o ar. Na prática, isso significa que o “corredor” pode desprender mais energia durante as atividades aquáticas.

No Cepeusp, as aulas de deep running começaram há seis anos, parte do Programa de Fitness na Primavera. “No início, bastava reservar três raias a piscina para as classes. Agora são seis”, conta Maria de Lourdes Cassis, professora e coordenadora da modalidade.

A corrida nasceu nos Estados Unidos como uma alternativa para dar continuidade ao condicionamento de atletas impossibilitados de treinar devido a lesões. Em seguida, os praticantes não se limitavam apenas a esportistas: médicos passaram a recomendar a atividade para pessoas com problemas nas articulações e sedentários em pleno recomeço de exercícios. Na USP, a procura maior é de mulheres que desejam perder gordura, o que não nos impede de ver aulas mistas com significante participação masculina.

As professoras do Instituto de Psicologia (IP) Emma Otta e Patrícia Izzar freqüentam as aulas por diversão. “Aqui eu descobri que posso entrar na água fria”, brinca Emma. “Eu vim há duas semanas porque a Emma me trouxe!” Mesmo sem piscina aquecida, mas com a colaboração do sol, a aula consegue ser agradável. Durante a atividade, os alunos fazem amizade porque, em pleno movimento, é constante o bate-papo.

Gravidez e fibromialgia

Segundo pesquisa realizada pelo reumatologista Marcos Renato de Assis em sua tese de doutorado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o deep running pode ser útil no combate à fibromialgia, doença caracterizada pela dor crônica, sem causas ou cura conhecidas. Além de proporcionar segurança pela ausência de impacto, foi detectado outro benefício. A pesquisa comparou dois grupos de mulheres durante o tratamento. Parte delas realizou caminhadas, enquanto outra parte praticou deep running. Ambos os grupos apresentaram melhora no condicionamento físico e na redução da dor, mas o exercício aquático teve um efeito psicológico mais satisfatório, refletido no bom humor e relaxamento das pacientes.

Gestantes também podem procurar orientação médica para iniciar a corrida. Para quem se queixa de mal-estar e “corpo pesado”, a piscina é uma alternativa. A permanência na água reduz o estresse nas articulações e chama a atenção para a postura, uma vez que o praticante vive novas posições ao boiar durante a aula.

As inscrições para aulas no Cepeusp estão encerradas até o início do Programa Ácqua, que acontece nas férias de dezembro e janeiro. Fique de olho no site www.cepe.usp.br, onde serão divulgadas as próximas temporadas. Mais informações também pelo telefone (11) 3091-3361/ 3362. A coordenadora de deep running, Maria de Lourdes, avisa apenas que é preciso saber nadar.

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www.usp.br/espacoaberto