![Gettyimages.com](ilustras/dicas01.jpg)
A
caderneta é para uso do próprio idoso.
Ele é quem autoriza o médico a checá-la
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![Créditos: Cecília Bastos](ilustras/dicas03.jpg)
“A caderneta não é resolutiva nela própria, claro. Mas é uma
das medidas que podem ajudar a ampliar a qualidade de atendimento ao idoso.”
![Créditos: Cecília Bastos](ilustras/dicas05.jpg)
“É uma medida que vai na contramão da história”, diz Jacob.
![Créditos: Cecília Bastos](ilustras/dicas04.jpg)
“Pessoas de idade tem um longo histórico que esquecem de contar”, diz
a geriatra Liz, do HU.
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![Crédito: Franisco Emolo](ilustras/dicas00.jpg)
A partir de janeiro,
os indivíduos com mais de 60 anos vão
receber a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
O documento faz parte de um pacote de medidas lançadas
pelo governo há dois meses, com foco na terceira
idade. Na caderneta ficará registrado o histórico
clínico do idoso. A idéia de imprimir
mais um documento para o cidadão é que
as informações ali presentes permitam
ao médico uma ação mais ágil
e abrangente.
O Ministério da Saúde prepara um lote
inicial com cerca de 5 milhões de exemplares.
O número é suficiente para atender 29,5%
da população idosa no Brasil, estimada
em 17 milhões, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
As cadernetas serão distribuídas primeiramente
para os cadastrados no Programa Saúde da Família,
durante consultas ou visita domiciliar da equipe do
programa. Em seguida chegarão às demais
pessoas através de outros locais de atendimento,
como os postos de saúde.
O livreto é um documento que o idoso deve portar
sempre. Ele vai conter nome, endereço, quem
avisar em caso de emergência, tipo sangüíneo,
entre outros. Além dessas informações
básicas, também vão constar dados
médicos: internações e cirurgias
recentes, ocorrência de quedas e fraturas, alergias,
uso de medicamentos, vícios (cigarro, bebidas)
e atuais problemas de saúde.
“A caderneta cabe no bolso. Onde o idoso estiver,
vai facilitar o atendimento, porque o médico
não começará uma consulta a partir
do zero”, explica a professora da Escola de Enfermagem
da USP Yeda Duarte. Ela participou do projeto coordenando
a redaçã o dos manuais que orientam profissionais
da saúde sobre como preencher a caderneta.
Outra vantagem, que Yeda cita, é a tentativa
de agilizar o atendimento emergencial, quando o idoso
está desorientado e não consegue informar
a própria identidade ou o contato de familiares.
Ela completa: “Também é trabalhada a
noção de continuidade do tratamento.
Com o histórico da saúde em mãos,
espera-se que os médicos sejam mais pró-ativos
e não aguardem um resultado ruim para iniciar
intervenções preventivas”.
Contraponto
Ainda é cedo para afirmar se a iniciativa do
governo vai dar certo. No entanto, o médico
Wilson Jacob, diretor do serviço de geriatria
do Hospital das Clínicas, ressalta alguns pontos
que considera extremamente falhos.
“Só quem acompanha pacientes do SUS sabe o
quanto é difícil a nossa população
preservar e portar documentos, exames clínicos,
carteira de vacinação, etc. O caminho
correto é informatizar as informações
e fornecer uma senha. Assim, o paciente e/ou seu responsável
legal poderá abrir um prontuário eletrônico
via internet onde constarão todos os dados fundamentais
ao atendimento do paciente.”
Jacob também acha que a caderneta deixa vulneráveis
informações pessoais que deveriam ser
sigilosas. “ Como garantir que os idosos terão
condições de discernir quem pode acessar
sua caderneta de saúde?”
Idade frágil
Segundo informa a assessoria do Ministério
da Saúde, a caderneta pretende abranger a possibilidade
de cuidados com os idosos frágeis. São
considerados frágeis aqueles com doenças
causadoras de incapacidades funcionais, os hospitalizados
recentemente por quaisquer razões, os que passam
a maior parte do tempo na cama, e os maiores de 75
anos. São consideradas autônomas as pessoas
capazes de tomar banho, alimentar-se, pegar transportes,
organizar medicamentos e cuidar de outras necessidades
básicas sozinhas.
A geriatra Liz Yoshihara, do Hospital Universitário,
lembra que uma das dificuldades que pacientes idosos
apresentam é explicar todas as suas fragilidades
na saúde. Por isso, deixa algumas recomendações
(veja abaixo) para quem toma conta de pessoas
de idade avançada.
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