Veja também:
Preparando-se para o futuro
Os mais de 460 mil casos de câncer previstos para 2008 no Brasil serão tratados pelo Instituto do Câncer de São Paulo
Pólo de pesquisa e ensino
Formar recursos humanos e ser centro gerador de conhecimento são preocupaçãos do Instituto do câncer |
|
Em um edifício de 100 metros de altura e com 28 pavimentos automatizados, cirurgias poderão ser transmitidas por videoconferência para qualquer lugar do planeta em tempo real
O Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias e Oliveira, localiza-se no prédio da Secretaria Estadual da Saúde concebido no governo Fleury e que anteriormente abrigaria o Instituto da Mulher. Giovanni Cerri, diretor geral do instituto, destaca, no entanto, que, durante esses 20 anos que se passaram, muita coisa mudou e que dentro de um conceito moderno valoriza-se o hospital voltado a doenças de maior complexidade, em oposição ao atendimento primário à ginecologia e à obstetrícia como o que ocorreria no Instituto da Mulher. Mas o médico não deixa de enfatizar que um dos focos do hospital será o câncer ginecológico.
Cerri também explica que uma das fortes causas para a mudança de decisão durante o governo Serra foi a necessidade de se ter um projeto que pudesse atender as demandas futuras da sociedade. Nesse contexto, o governador achou que a ampliação do atendimento ao câncer era uma prioridade do Estado. Ele ainda enfatiza: “[o projeto] é uma tentativa de reproduzir e até melhorar o que foi o modelo do Incor (Instituto do Coração) na época em que as doenças cardiovasculares começaram a representar um núcleo importante para a população de São Paulo.”
O instituto contará com aproximadamente 2.500 funcionários, sendo cerca de 550 médicos, parte deles é do próprio Hospital das Clínicas (HC), enquanto outra parte será contratada pela Fundação Faculdade de Medicina (FFM), em regime CLT. A FFM participará da gestão do Instituto do Câncer e, segundo Giovanni Cerri, “ela segue as normas e desejos estabelecidos pela comunidade academica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo”. Além de verbas provenientes pelo sistemas SUS, o instituto deverá receber forte aporte financeiro para pesquisa e também de verbas de fomento, o que auxiliariam o desenvolvimento do hospital. |
“A telemedicina é uma oportunidade de fazermos humanização e qualificação profissional. A abordagem de um paciente com câncer ultrapassa os aspectos somente médicos, eles envolvem valores humanos em relação a morte, destaca Chao Lung Wen
|
|
O novo hospital surpreende pela tecnologia e automatização de equipamentos. Uma central informatizada monitora todos os sistemas de climatização e controle de acessos. Também é possível acompanhar diariamente o consumo de energia elétrica e de água por pavimento. Ambientes de curta permanência são equipados com sensores de energia e de água, além de sistema de água de reúso.
A tecnologia também está na sala cirúrgica inteligente, em que são utilizados recursos de telemedicina. Ela possui sistema de comando de voz e câmeras que permitem a transmissão de cirurgias por viodeoconferência para qualquer local do planeta, em tempo real, possibilitando a interação entre os médicos do instituto e outros profissionais.
Segundo Chao Lung Wen, especialista em Telemedicina e professor da disciplina na FMUSP, “uma cirurgia de alta complexidade pode ser transmitida para diversos lugares visando à capacitação e ao treinamento médico. Isso é de extrema importância, porque nos possibilita fazer o que eu chamo de qualificação de habilidades”. Wen ainda ressalta que a telemedicina proporciona a criação de uma central de discussão de casos difíceis. “Uma vez feita a cirurgia ou mesmo o cuidado de casos não cirúrgicos, nós temos que discutir o que vamos fazer, nas chamadas reuniões de discussão de conduta.” |
