por Talita Abrantes
fotos por Francisco Emolo


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Foto crédito: Francisco Emolo
Sandra Regina Fideles, Rosana Simone e Patrícia dos Santos de Bartolo, funcionárias de Recursos Humanos da Escola Politécnica. Segundo elas, a unidade oferece uma bolsa auxílio de R$ 200 mensais para funcionários que estejam freqüentando o primeiro curso no ensino superior.


Unidades da USP estimulam funcionários a melhorar sua qualificação profissional

Temido por quase toda a população economicamente ativa, o desemprego já atinge brasileiros de todas as faixas etárias ou classes sociais. E, desde sempre, o passe mais certeiro para driblar este mal tem sido a busca por qualificação profissional. Para além das promessas de estabilidade, melhores salários e emprego, o aperfeiçoamento para o mercado de trabalho pode contribuir para a qualidade de vida do trabalhador.

“Ao propiciar melhor condição financeira, inclusão social e estabilidade, um nível maior de qualificação profissional acaba influenciando sim a qualidade de vida”, aponta a psicóloga do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Lícia Barcelos de Souza. “Além disso, conforme o trabalhador se prepara, mais chances tem de aproveitar as oportunidades que surgem na vida.”

Ela mesma é exemplo disso. Há alguns anos decidiu retornar ao estudo da Língua Inglesa, pouco tempo depois, em 2007, se deparou com a chance de fazer um curso de verão na Faculdade de Saúde Pública da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. “Porque eu estava preparada pude me beneficiar desta oportunidade”, afirma.

Rosana Simone, analista de comunicação da área de Relações Humanas da Escola Politécnica (EP), concorda com a psicóloga. “Se a pessoa não teve a chance de continuar os estudos, terá sua auto-estima abalada. E a frustração sempre é refletida no trabalho”, observa. Por outro lado, na sua visão, ao conseguir apoio para se desenvolver na carreira, o funcionário ficará mais motivado. “E isso contagia o restante do grupo”, diz.


Foto crédito: arquivo pessoal
Lícia Barcelos de Souza, psicóloga do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, provou na pele a importância da qualificação profissional.


Com base em idéia semelhante, em 2006, a diretoria da EP passou a oferecer bolsa auxílio de R$ 200 mensais para funcionários que estejam freqüentando o primeiro curso no ensino superior. Este ano, a unidade está subsidiando 28 bolsistas. O caminho para conseguir o apoio é simples. Basta fazer um requerimento ao diretor da escola e, depois de aceito, apresentar o comprovante de pagamento todos os meses. “A bolsa é um grande impulso, um estímulo para os funcionários. Os próprios chefes percebem que eles estão mais dispostos”, conta Patrícia dos Santos de Bartolo, técnica de Recursos Humanos da EP.

De acordo com Sandra Regina Fideles, também técnica de Recursos Humanos da EP, os cursos de aperfeiçoamento oferecidos pela unidade são escolhidos com base no Levantamento de Necessidades de Treinamento produzido a partir da Avaliação de Desempenho promovida periodicamente pela Reitoria. “O próprio funcionário apresenta uma lista das áreas em que precisa melhorar. Em cima destes dados, buscamos cursos e os disponibilizamos dentro da própria unidade”, explica. Hoje, a unidade oferece cursos de Inglês, Português e dez bolsas integrais para o curso pré-vestibular da Poli.

Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o processo é diferente. De acordo com a técnica de Recursos Humanos Sandra Regina Thompson, cada funcionário tem direito a uma verba de R$ 800 por ano para cursos de qualificação. “Isso deixa o trabalho ainda mais profissionalizado”, opina. “Oferecemos, recentemente, o curso de produtos fitossanitários. Muitas pessoas trabalhavam com isso, mas não sabiam muito bem do que se tratava.”

 
 
 
 
 
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