![Foto crédito: Cecília Bastos](ilustras/perfil0b.jpg)
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Pioneiro nos estudos do clima da Amazônia, o professor Paulo Artaxo há mais de 25 anos contribui para a construção de uma sociedade sustentável
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A Amazônia é definida assim pelo professor Paulo Artaxo. Para ele, falta fiscalização na região
Sete milhões de quilômetros quadrados. Este é o número que faz da Amazônia um dos maiores ecossistemas tropicais do mundo. Desta área, 4,8 milhões de quilômetros quadrados estão em território brasileiro. Mesmo assim, segundo o professor Paulo Eduardo Artaxo Netto, do Instituto de Física da USP, não existem políticas públicas que administrem a ocupação do espaço. “Na verdade é uma terra de ninguém, onde um fazendeiro compra uma terra e desmata, faz o que ele bem entende ignorando qualquer norma que possa vir de Brasília”, opina.
Graças a isso, em mais de 25 anos estudando a Amazônia, Artaxo acompanhou de perto o processo de ocupação predatória que tem transformado a região. “A floresta perdeu de 17% a 18% de sua área original, o que significou impactos importantes para o meio ambiente local e global”, explica. “Mas sem que este desmatamento tenha beneficiado a população local.” Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram desmatados 1.123 quilômetros quadrados da floresta apenas em abril de 2008.
Para reverter este quadro, o pesquisador acredita que é necessário criar um “plano sério, coerente e implementável, no sentido de realmente punir quem realiza crimes ambientais na Amazônia”. Neste contexto, para ele, é preciso incentivar políticas preservacionistas. “O governo até tem leis para isso, mas não tem capacidade de implementá-las através de um Ibama forte.” |
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Apesar de defender uma atitude mais firme do governo para a questão amazônica, Artaxo não exclui a responsabilidade de cada cidadão quando o assunto é sustentabilidade. Diante de problemas como aquecimento global, por exemplo, o professor é prático: “A solução passa por utilizarmos os recursos naturais de uma maneira muito mais inteligente e eficiente do fazemos hoje”.
Segundo ele, o primeiro passo para isso é ter consciência de que os recursos naturais do planeta são finitos. “Isso nem sempre é fácil de ser feito”, reconhece. Contudo, Artaxo analisa que, se uma fração significativa da população tomar esse tipo de comportamento, a humanidade certamente terá um planeta mais habitável no próximo século. “Eu acho que a humanidade está passando por uma crise importante agora. Mas, nada como uma época de crise para que soluções sejam pensadas e trabalhadas”, afirma. |