Violência
e drogas são temas que serão discutidos esta semana
e na próxima em encontros promovidos pela Universidade de São
Paulo, Unesco e outras instituições. Dia 10, sábado,
no Instituto de Geociências, Cidade Universitária, haverá
o encontro USP fala sobre qualidade de vida, responsabilidade
social, liberdade e drogas, que faz parte do XIX Seminário
Nacional Antidrogas nas Escolas Superiores. A organização
técnica é do Grea (Grupo Interdisciplinar de Estudos
de Álcool e Drogas) e a iniciativa é do Centro de Integração
Empresa-Escola (Ciee). Nos dias 14 a 16, no Anfiteatro da Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo, também no campus da capital, se
realiza o 2º Seminário Internacional Violência
e Criança, que tem participação da Universidade
de Tel-Aviv, da Unesco, Fundação Abrinq e várias
ONGs.
O ciclo de seminários antidrogas nas escolas superiores é,
na verdade, um braço da Campanha Nacional Antidrogas, mas tem
como preocupação central o ambiente acadêmico.
Uma preocupação que já estava no cerne do Programa
de Prevenção e Tratamento do Uso de Drogas na USP (Produsp),
pioneiro na área. Nós fomos uma das primeiras
universidades a criar um projeto como esse. Estamos, desde então,
levando a discussão para outras instituições
de ensino, conta o professor André Malbergier, coordenador
do Produsp e um dos palestrantes do evento. Todo lugar que congrega
pessoas precisa se preocupar com isso, justifica o professor,
que falará justamente sobre o programa. A idéia
é que os seminários, realizados quase mensalmente em
diferentes faculdades, sirvam de incentivo para a criação
de outros programas como o da USP, conta Akemy Tanaka, da equipe
de organização do evento, referindo-se ao Produsp. Um
projeto que, além das palestras, debates e concursos como forma
de prevenção ao uso de drogas, oferece assistência
médica e tratamento a todas as pessoas vinculadas à
Universidade.
Ao lado do professor Malbergier, estarão discutindo outras
autoridades no assunto, como o médico Arthur Guerra de Andrade,
do Grea, o professor Geraldo Massucato, prefeito do campus da capital,
e Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do Centro de Integração
Empresa-Escola, instituição organizadora do evento.
A inscrição é gratuita e deve ser feita pelos
telefones 3040-9945/9947/9436.
Prevenção
nas escolas
Na
semana seguinte, será a vez de a Universidade abrir as portas
para a discussão sobre violência nas escolas. O seminário
internacional trará especialistas de diversas áreas
que deverão colocar o seu conhecimento a serviço da
construção de um ambiente escolar sadio. A idéia
é tornar esse espaço, que tanta influência exerce
sobre as crianças, um pólo de reconstrução
social, uma forma de resistência à violência
externa. Haverá apresentação dos grupos musicais
Projeto Guri, Meninos do Morumbi e Unidos do Monte Azul.
O evento marcará, também, o lançamento de três
livros sobre o assunto do Seminário: Autoridade sem violência,
do professor Haim Omer, de Tel-Aviv, que ganhará versão
em português; Violência nas escolas, da Unesco, organizado
pela professora Miriam Abramovay, e Violência e Criança,
resultado do primeiro seminário.
O livro do professor Omer, subintitulado O resgate da voz dos pais,
explica aos pais como desenvolver um processo de resistência
sem violência a comportamentos agressivos ou de risco dos
filhos de todas as idades. Esse será também o tema
da palestra que o autor proferirá durante o evento. A obra
da Unesco traz uma visão múltipla do assunto. Os textos,
resultantes de uma pesquisa de dois anos, mostram a percepção
de alunos, pais e membros do corpo técnico-pedagógico
sobre diversos tipos de violência. O cruzamento das informações
obtidas traz dados que já eram esperados, mas que agora contam
com embasamento técnico. Comprovou-se, por exemplo, que os
alunos são as vítimas mais freqüentes e que São
Paulo e o Distrito Federal são os lugares em que o uso de
armas de fogo é maior. Segundo o levantamento, os impactos
mais significativos das diversas formas de violência são,
pela ordem, tornar o ambiente escolar mais pesado, induzir a faltas
nas aulas e piorar a qualidade do ensino. Devem-se somar a isso
os danos psicológicos e sociais que nem sempre são
mensuráveis, mas que certamente existem. Inscrições
e outras informações pelo tel. 3034-0737 ou pelo e-mail
susanna@sancovsky.com.br.
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