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Velasco: retorno para a sociedade



Nesta sexta-feira (9), o Conselho Universitário estará realizando uma sessão solene em homenagem aos 90 anos da Faculdade de Medicina, uma das unidades mais importantes integrada à USP na fundação da Universidade. Depois dos pronunciamentos do representante do Conselho, do diretor da unidade, professor Irineu Tadeu Velasco, e do reitor Adolpho José Melfi, os presentes farão uma visita às obras de recuperação e modernização das instalações técnicas e do complexo de prédios da faculdade e participarão da inauguração do Centro de Bioterismo, que será destinado à criação de animais de laboratório em um ambiente altamente controlado contra a contaminação por organismos patogênicos (vírus, bactérias e protozoários), que serão utilizados na realização de pesquisas da própria Medicina e de outras unidades da Universidade, incluindo experimentos com ratos geneticamente modificados, voltados para o estudo de males específicos. Já confirmaram presença os secretários estaduais Alexandre de Morais (Justiça e Defesa da Cidadania), Gabriel Chalita (Educação), José da Silva Guedes (Saúde) e Jacques Marcovitch (Economia e Planejamento).
Criada para formar profissionais altamente capacitados para lidar com os problemas de saúde da população, em uma incessante busca pelo aprimoramento das diferentes formas de prevenir, diagnosticar e tratar doenças, a Faculdade de Medicina passou a ocupar o complexo de prédios construídos em 1931, situado na Avenida Doutor Arnaldo, 415, bairro de Cerqueira César, e tombados pelo Condephaat em 1981. “Atualmente desenvolvemos aqui uma série de atividades que demandam novas necessidades, impossíveis de serem previstas pelos construtores dos anos 30”, afirma Velasco, que também é presidente dos Conselhos Deliberativos do Hospital das Clínicas (HC), do Hospital Universitário (HU), da Fundação Faculdade de Medicina (FFM) e do Hemocentro. “Além disso, o incêndio ocorrido há alguns anos também contribuiu para a urgência por reformas.”

Paisagismo e utilização do subsolo

O conjunto abriga 43 laboratórios de investigação médica que necessitam do apoio de novas estruturas para otimizar a utilização dos sofisticados recursos tecnológicos que utilizam em suas pesquisas. Além do edifício sede, também faz parte do complexo da faculdade o Instituto Oscar Freire.
As obras de recuperação começaram pelo subsolo, andar atingido pelo incêndio a que se referiu o diretor. Em abril deste ano, o governo do Estado de São Paulo destinou R$ 2,7 milhões para o Projeto de Restauro e Modernização da Faculdade de Medicina da USP, mantido pela Fundação Faculdade de Medicina, órgão de apoio responsável pela captação e gestão de recursos. “Apesar de termos conseguido verbas do governo do Estado e doações de empresas, ainda estamos em processo de obtenção do restante das verbas necessárias para concluir a obra, orçada em R$ 29 milhões “, afirma Velasco. Entre as instituições que ajudaram a Medicina nesse desafio estão o Bradesco Seguros (R$ 1,2 milhões), Fundação Itaú Social (R$ 600 mil), Fleury Centro de Medicina Diagnóstica (R$ 400 mil), Grupo Comolatti (R$ 50 mil), Suzano Papel e Celulose (R$ 30 mil) e a Fundação Otorrinolaringologia (R$ 10 mil).
O projeto foi elaborado pela Andrade Morettin Arquitetos Associados, vencedora do concurso público realizado em 1999. De acordo com Velasco, além de preservar e modernizar os prédios, o projeto visa a reformular o entorno da faculdade, favorecendo o seu uso para atividades de lazer e cultura. Para tanto, o estacionamento será remodelado, abrindo espaço para um bosque que será composto por ipês-rosas e outras espécies nativas brasileiras. Um bulevar e um prédio no subsolo serão construídos. “Esse prédio ficará sob a terra e será destinado ao funcionamento do setor administrativo da unidade”, explica Velasco. “Internamente, o projeto também prevê a recuperação do teatro, de 250 lugares, que será aberto ao público para a apresentação de espetáculos e mostras de arte.”
Responsável desde sua criação pela formação de 8.888 médicos, a Faculdade de Medicina mantém três cursos de graduação: Medicina, Fisioterapia e Fonoaudiologia. Com 1.300 alunos matriculados na pós-graduação (mestrandos e doutorandos), 883 residentes que desenvolvem seus estudos no HC, hospital-escola ligado à faculdade que presta por dia, em média, 2.500 atendimentos de Pronto-Socorro e 20 mil consultas, esse complexo da medicina paulista e brasileira é um mundo à parte. “E tem gente que afirma que a Universidade está distante da sociedade. Dá para imaginar uma cidade como São Paulo sem esse complexo de medicina voltado para a saúde e bem-estar social?”, pergunta Velasco, que para embasar ainda mais sua opinião cita o fato da Faculdade de Medicina ter sempre obtido o conceito A no Provão do Ministério da Educação. Também lembra que, no último Anuário Estatístico da USP (2001), a unidade foi citada como a que mais publicou artigos científicos em periódicos especializados nacionais e internacionais
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Os interessados em obter mais informações sobre o Projeto de Restauro e Modernização da Faculdade de Medicina podem acessar o site www.ffm.br ou telefonar para (11) 3016-4948.

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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