Viver
a arte e a cultura com plenitude e dinamismo já faz parte
da rotina da Universidade. Mas, de 22 a 28 de setembro, durante
a 8a Semana de Arte e Cultura da USP, todas as unidades dos campi
de São Paulo e do interior estão enriquecendo o seu
cotidiano com uma programação ainda mais especial.
Estudantes, professores, funcionários e a população
em geral estão convidados a participar. E vale muito a pena
reservar um tempo para apreciar as opções de música,
teatro, cinema, artes plásticas e também os seminários
de ciência (confira a programação completa da
8a Semana de Arte e Cultura da USP no suplemento encartado nesta
edição do Jornal da USP).
“Pelo
oitavo ano consecutivo estamos realizando a Semana de Arte e Cultura”,
orgulha-se o professor Adilson Avansi de Abreu, pró-reitor
de Cultura e Extensão Universitária, que promove o
evento. “Sua realização tem fomentado discussões
e procedimentos inovadores, permitindo, de um lado, a reflexão
sobre o papel da Universidade no campo da arte e da cultura e, de
outro lado, oferecendo oportunidades de expressão para diferentes
manifestações individuais e coletivas.”
Avansi
lembra que a programação vem revelando talentos muitas
vezes engajados em outras áreas acadêmicas. “Alunos
matriculados em cursos aparentemente distantes dessas manifestações
têm surpreendido o público com a sua criatividade e
sensibilidade.” O professor destaca, no entanto, que a maioria
das atividades apresentadas não foi produzida excepcionalmente
para a programação. “O que nós fazemos
é uma divulgação ampla do que se faz rotineiramente
nas unidades. Ou seja, concentramos numa semana atividades que ficam
dispersas e acontecem também em outras datas.”
Na
avaliação de Avansi, a Semana de Arte e Cultura já
pode ser caracterizada como um importante fator de produção
cultural e artística da Universidade e de interação
com a sociedade. “Tanto
no campus da capital como nos campi do interior, atrai a atenção
da comunidade externa, contribuindo de maneira significativa para
a consecução de uma entre as muitas missões
da Universidade, que é o desenvolvimento do interesse, da
sensibilidade e do gosto da sociedade, face à pluralidade
das manifestações artísticas, estéticas
e culturais.”
A USP
e a comunidade – “Esse museu é da USP? Não,
eu não sabia. Para mim, esse é o Museu do Ipiranga,
um dos mais bonitos do Brasil e que atrai turistas do mundo inteiro.
É o nosso cartão de visita.” A surpresa de seu
Pietro Martino, 80 anos, filho de imigrantes italianos, é
o sinônimo da integração da Universidade com
a comunidade. O Museu Paulista ou Museu do Ipiranga, como é
mais conhecido, faz parte do cotidiano de seu Martino e de outros
milhares de moradores do bairro. “Cresci correndo por esses
jardins franceses, observando a alegria dos buxinhos, a beleza das
azaléias e o esplendor das fontes”, conta. “Sou
comerciante, sempre trabalhei por perto e, nas horas vagas, trazia
os meus cinco netos para brincar aqui também. Até
hoje, as suas árvores garantem a minha saúde. Caminho
aqui por toda uma vida.”
Seu
Martino diz que é um privilégio poder desfrutar de
um lugar tão importante. “É o reduto da história
do Brasil e da história do bairro.” Como esse paulistano
do Ipiranga, a diretora do museu, Raquel Glezer, também guarda
boas lembranças da sua infância pelo Parque da Independência.
“Eu nasci e sempre morei no bairro”, diz. “Creio
que decidi ser professora de história graças à
convivência com o museu.”
Por
toda essa integração, o Museu do Ipiranga divide a
sua programação, nestes dias, com a festa de aniversário
do bairro e com a 8a Semana de Arte e Cultura da USP. “O Ipiranga
está comemorando 419 anos. E vamos sediar diversas atividades”,
diz Miyoko Makino, diretora técnica da Divisão de
Difusão Cultural do museu. “Na sexta-feira, dia 26,
teremos a exibição de 200 crianças da favela
de Heliópolis, cantando com o Coral Jovem Bacarelli. Será
um momento muito bonito.”
Miyoko
destaca que o museu apresenta também o lançamento
do carimbo postal comemorativo dos 419 anos do bairro. Nesta segunda-feira,
dia 22, às 20 horas, a comissão organizadora da memória
do Ipiranga e as lojas maçônicas da região realizam
palestras sobre “Maçonaria e Independência”
e, no decorrer da semana, os visitantes poderão acompanhar
sessões de vídeos e diversos eventos musicais.
Além
de toda essa movimentação, o Museu Paulista também
coordena as atividades do Museu Republicano de Itu, que, exatamente
como o do Ipiranga, é o orgulho dos moradores da cidade.
Nesta semana, sempre às 11 horas, o Museu de Itu promove
recitais de coros, conjunto de violões e flautas doces sob
a regência de Célia Tretel e Silmar de Oliveira. Apresenta,
ainda, palestras com a bibliotecária Maria Cristina Monteiro
Tasca sobre “Critérios de identificação
de obras raras” e o historiador Jonas Soares de Souza, que
vai debater o tema “O açúcar e o cotidiano”.
Série
de concertos – Desde o início do ano, a Orquestra Sinfônica
da USP (Osusp) vem realizando uma série de concertos por
todo o País. Neste mês, tem se apresentado na Sala
São Paulo, sendo reconhecida pelo público e pela crítica
especializada. Até dezembro, a Osusp pretende oferecer 62
concertos para a sociedade brasileira.
A harmonia
da Osusp vai se fazer ouvir ainda mais. Nesta quinta-feira, dia
25, às 20h30, a orquestra lança o seu segundo CD,
na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano (avenida
Morumbi, 4.077, em São Paulo). Prima pela capacidade técnica
de seus músicos e pelo virtuosismo na interpretação
das obras Suíte Holberg, de Edward Grieg, Simple symphony,
de Benjamin Britten, Concerto grosso, de Vittorio Gianini, e Bachianas
número 9, de Heitor Villa-Lobos. Com tiragem limitada, o
álbum traz as mais belas músicas nos estilos renascentista
e barroco. A Osusp é regida pelo maestro Carlos Moreno e
conta com a participação dos solistas Davi Graton,
Audino Nunes Aparício, Estela Ortiz e Cerezo Ortiz.
Nesta
semana, a orquestra marca presença na Sala São Paulo
na quarta-feira, dia 24, às 21 horas, com a 5a Sinfonia de
Tchaikowsky, o Concerto para piano número 1, de Shostakovich,
e Concerto número 1 para violino, de Camargo Guarnieri.
O Coral
da USP (Coralusp), com seus diversos grupos empenhados em um repertório
diversificado, dá um brilho à parte para a Semana
de Arte e Cultura. Está realizando uma série de apresentações
no Anfiteatro Camargo Guarnieri e também no Teatro Municipal
São Carlos, Teatro Municipal Taboão da Serra e na
Casa de Dona Yayá, em São Paulo. Neste sábado,
dia 27, às 20 horas, sob a regência de Márcia
Hentschel, exibe “Três cantos da América”,
com músicas de Gershwin, Piazzola e Jobim.
O Stúdio Coral – Vozes Femininas, coro independente
associado ao Laboratório Coral do Departamento de Música
da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, comemora
dez anos de atividades com um concerto no Auditório Olivier
Toni, nesta terça-feira, dia 23, às 20h30. O programa
inclui obras de compositores brasileiros e o ciclo Opus 44, Segundo
caderno, de Johannes Brahms. A regência é de Marco
Antonio da Silva Ramos.
Homenagem
a Babenco – Entre as boas opções da 8a Semana
de Arte e Cultura está a programação do Cinusp,
que faz uma homenagem a Hector Babenco. “Essa mostra será
realmente muito especial”, convida o pró-reitor Adilson
Avansi de Abreu. “Traz seis dos oito longas-metragens que
o cineasta argentino, naturalizado brasileiro desde 1977, dirigiu.”
A partir desta segunda, dia 22, até quarta-feira, dia 24,
exibe Coração iluminado, às 16 horas, e Carandiru,
às 19 horas.
Entre
as exposições, Avansi faz questão de destacar
as do Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma). “Os
estudantes não podem deixar de apreciar a mostra MemoriAntonia,
que traz um conjunto de instalações com objetos recuperados
da demolição parcial de um dos edifícios do
Ceuma, que foi palco de verdadeira batalha campal envolvendo estudantes
de posições políticas opostas e a polícia,
em 1968, resultando na morte de um estudante secundarista e na transferência
da Faculdade de Filosofia da USP para a Cidade Universitária.”
A Estação
Ciência destaca, na Semana de Arte e Cultura, os “50
anos da descoberta do DNA”, através de uma mostra organizada
pelo British Council. Ocupa um espaço de 100 metros quadrados
com grandes painéis e um modelo da estrutura do DNA.
Nos
campi do interior, a programação também é
animada e convidativa. Em Pirassununga, vale apreciar “Arte
em movimento”, uma exposição que reúne
trabalhos de professores, alunos e funcionários do campus.
São poesias, fotografias, desenhos, pinturas em telas e artesanato
em geral.
No
Espaço Cultural de Ribeirão Preto, “Olhares
iniciantes”, como o próprio nome propõe, traz
o olhar de quem está iniciando nas artes através do
curso de fotografia coordenado por Carlos de Araújo Arantes.
São registros da natureza, da arquitetura, retratos e cenas
que envolvem lazer e esporte. No campus de Piracicaba, a exposição
“Química, magia científica” reúne
diversas atividades interativas com as crianças do Projeto
Pequeno Cidadão. Importante destacar também a presença
do Grupo Tusp em Piracicaba. Nestas segunda e terça-feira,
dias 22 e 23, às 20 horas, apresenta-se no Teatro Municipal
Dr. Losso Netto, com o espetáculo Interior, construído
a partir de histórias reais vividas pelos atores nas suas
relações familiares. São fragmentos de memória
embalados pela música ao vivo executada por uma banda que
mistura clássicos do cancioneiro caipira e sucessos do pop
brasileiro dos anos 70. A direção é de Abílio
Tavares.
Em
Bauru, estão programadas diversas atividades musicais. Na
segunda-feira, dia 22, às 20 horas, a Orquestra de Câmara
da Universidade do Sagrado Coração (USC), em Bauru,
realiza um concerto regido por Marcos Vimond, no salão nobre
do campus. Na quarta-feira, dia 24, há o show de bandas bauruenses,
no Parque Vitória Régia, e, na quinta-feira, dia 25,
o show “Prata da casa”, com a participação
dos estudantes e professores da Faculdade de Odontologia de Bauru
(FOB).
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