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Depois de quase dois anos de funcionamento, o Curso de Bacharelado em Relações Internacionais da USP dá um importante passo para tornar-se uma instituição própria. Uma comissão especial, presidida pelo professor da Faculdade de Direito e ex-ministro de Relações Exteriores Celso Lafer, estudou uma estrutura inovadora e apresentou à Reitoria, na semana passada, um modelo institucional para abrigar o curso. A idéia é que o bacharelado, assim como todos os programas de pós-graduação, núcleos de pesquisa e atividades acadêmicas voltados ao estudo das relações internacionais, passe a fazer parte do Instituto de Relações Internacionais (IRI). A criação do IRI deverá ainda ser apreciada pelo Conselho Universitário.

“Fiquei impressionada com o trabalho da comissão. Ela conseguiu estruturar um modelo de instituição sem a necessidade de alterar o Estatuto ou o Regimento Geral da Universidade, aproveitando o que já existe na USP”, diz a secretária-geral da Universidade, professora Nina Ranieri. O curso funciona desde 2002 nas dependências da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA). Sob a nova estrutura, deverá se desvincular da Pró-Reitoria de Graduação e, “num futuro próximo”, ter sua própria sede, diz Nina. “Não existe ainda nada concreto nesse sentido. No entanto, no ano que vem haverá quatro turmas funcionando e, com o instituto, serão abertas vagas de manhã e à noite. Por isso, acho possível que isso force a criação de uma sede própria”, acrescenta a secretária-geral.

Para o professor Celso Lafer, a importância do instituto está diretamente ligada à relevância da área e ao interesse que ela desperta. “A demanda nesse campo é muito grande. Multiplicaram-se cursos de relações internacionais em todo o Brasil e também em São Paulo. Não seria razoável que a USP, com sua competência acumulada, não desse sua contribuição para a área”, afirma Lafer. Segundo o professor, o mundo globalizado requer pessoas capacitadas para lidar com a nova realidade e, nesse sentido, torna-se indispensável canalizar o conhecimento gerado no âmbito da Universidade.

Ainda não há data confirmada para a fundação do IRI. De acordo com Lafer, a nova instituição inova ao fornecer, como instituto, curso de graduação e não só de pós-graduação. Além disso, um modelo mais simples, configurado por conselho diretor e comissões de cursos, propõe a substituição da estrutura de departamentos e a da congregação. “Nós nos norteamos pelas linhas mestras propostas pelo próprio reitor, da economia de meios, da interdisciplinaridade e da possibilidade de, dentro do Estatuto e do Regimento da Universidade, criar algo mais leve, menos burocrático. Daí nasceu a idéia do instituto”, diz Lafer.

Lafer: demanda na área é enorme

A grande procura por Relações Internacionais foi um dos motivos que levaram o reitor da USP, Adolpho José Melfi, a constituir uma comissão incumbida de propor um modelo institucional para o curso. No vestibular da Fuvest de 2002, cada vaga foi disputada por 52 candidatos. Neste ano, a relação foi de 37 candidatos por vaga.

Política, economia e direito – Com quatro anos de duração e de caráter multidisciplinar – está sob responsabilidade de três unidades (a FEA, a Faculdade de Direito e a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) –, o Curso de Relações Internacionais fornece atualmente, nos dois primeiros anos, um currículo específico da área. Nos dois anos finais, o aluno escolhe as matérias segundo seu campo de concentração, seja em ciência política, economia ou direito. Com a criação do instituto, outras matérias específicas deverão ser acrescidas ao currículo. “O curso dá uma visão interdisciplinar porque a natureza do campo das Relações Internacionais é interdisciplinar”, informa Lafer. Além de sólidos conhecimentos de ciência política, direito, economia e história, o profissional de Relações Internacionais precisa de bom domínio de geografia e de línguas estrangeiras. Detalhes sobre as disciplinas podem ser conferidos na página eletrônica http://sistemas. usp.br/jupiterweb.

A comissão que concebeu a estrutura do IRI foi formada ainda pelos professores Umberto Giuseppe Cordani, Walter Colli, João Fernando Gomes de Oliveira e Célio Taniguchi. “O formato heterogêneo da comissão refletiu bem a idéia do curso, que é interdisciplinar. Todos somaram suas experiências”, finaliza Nina.

Nina: previsão de sede própria

 

 

Comissão recebe projetos
de cursos na zona leste

No dia 8 passado, quarta-feira, os grupos de trabalho responsáveis pela criação dos cursos a ser oferecidos pela USP na zona leste paulistana se reuniram para entregar à comissão central – coordenadora da implantação do campus – os projetos específicos de cada curso. De acordo com a professora Myriam Krasilchik, da Faculdade de Educação, a comissão analisará os documentos a fim de conferir se todos estão enquadrados nas determinações do Conselho de Graduação. “Nós faremos uma primeira análise para que haja uma uniformização das propostas. Nada é definitivo”, disse Myriam. Nesta segunda-feira, dia 13, está prevista a apresentação oficial dos projetos ao reitor da USP, Adolpho José Melfi. Na quinta-feira, dia 16, eles serão entregues ao Conselho de Graduação.

Os dez cursos a ser oferecidos na USP Leste são: Artes, Ciências Básicas, Enfermagem Geriátrica, Esportes e Saúde, Formação de Educadores, Gestão Ambiental, Informática, Marketing, Políticas Públicas e Lazer e Turismo. Mais de cem pessoas estão envolvidas na programação didática e acadêmica dos novos cursos, que, segundo recomendações da comissão central, devem ter “um viés profissional muito claro”, além de apresentar caráter multidisciplinar. Os grupos de trabalho também devem levar em consideração o fato de haver um ciclo básico para os alunos do primeiro ano da faculdade.

 

 




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