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Os
desenhos de Pagu
Nasceu
Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), mas se divertiu
com muitos nomes: Pagu, Zazá, Gim, Solange Sohl, Mara
Lobo, Pat, Patsy, Pt, Leonnie, Ariel, Brequinha..., esgotando
o repertório dos tipos. Foi militante, intelectual, jornalista,
feminista, mulher precursora, irreverente, romancista, poeta
e também desenhista. E são seus desenhos, produzidos
entre 1929 e 30 na efervescência antropofágica
e que permaneceram guardados por 75 anos, que agora poderão
ser vistos em exposição e livro. A mostra “Desenhos
de Pagu” abre nesta terça, no Museu da Imagem e
do Som (MIS), com lançamento do livro Croquis de Pagu
e outros momentos felizes que foram devorados reunidos (Editora
Unisanta/Editora Cortez, 128 págs., R$ 30,00), organizado
por Lúcia M. Teixeira Furlani, autora também de
livro e curta homônimos sobre sua trajetória (Pagu,
livre na imaginação, no espaço e no tempo,
dirigido por Marcelo Tassara e Rudá de Andrade e premiado
na 28a Jornada Internacional de Cinema da Bahia).
No livro são apresentadas duas produções:
o Caderno de Croquis de Pagu, que ela fez no auge dos seus 20
anos (cedido por Rudá de Andrade, que colaborou com a
obra ao lado de Leda Rita Cintra Ferraz, curadora da mostra),
e ainda o Álbum de Pagu – Nascimento, Vida, Paixão
e Morte, com poemas ilustrados. Tudo do período em que
ela emerge no Modernismo brasileiro, sob a tutela de Oswald
de Andrade e Tarsila do Amaral, incluindo ainda fotos dos momentos
mais importantes, além de material de pesquisa, como
jornais de 1931 a 1981. Nesses trabalhos, Pagu mostra paisagens
e cenários de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos,
Itanhaém, Bahia e Espírito Santo, entre outros
locais não identificados. Como destaca a organizadora,
“dentro desta mulher, longe de condicionamentos e repressões
estéticas, literárias, sexuais, sociais e culturais,
topamos com a leveza dos traços, quase infantis, característicos
de uma arte moderna”. A exposição traz um
recorte do livro, mostrando seus desenhos e uma caricatura que
Pagu fez de Tarsila do Amaral, além de material jornalístico.
É o movimento e o dinamismo de Pagu que voltam à
tona com essa produção, que agora pode ser descoberta
pelo público
A exposição “Desenhos de Pagu” abre
nesta terça, às 19h30, no MIS (av. Europa, 158,
tel. 3062-9197), com a presença do cineasta Rudá
de Andrade e do escritor e jornalista Geraldo Galvão
Ferraz (que assina o prefácio do livro), ambos filhos
de Pagu, além dos autores da minissérie “Um
Só Coração”, Alcides Nogueira e Maria
Adelaide Amaral, e do ator Paschoal da Conceição,
que interpretou Mário de Andrade. A mostra pode ser visitada
até 30 de maio, de terça a sexta, das 14h às
22h, e sábados e domingos, das 11h às 20h, com
entrada franca.
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Maquete
de trem
A maior
maquete de trens metropolitanos da América Latina está
exposta na Estação Júlio Prestes, comemorando
os 150 anos de ferrovia no Brasil. A maquete é representada
em circuito oval de duas vias, com 28 metros de extensão,
construída sobre tripés e montada sobre chapas de
madeira. A réplica traz as estações Ponte Santo
Amaro, que atravessa o rio Pinheiros, Santo Amaro, Vila Olímpia,
Presidente Altino e Jurubatuba. Ainda há painéis que
contam a história da ferrovia no Brasil, desde sua origem
até os dias de hoje, e também que mostram como ela
foi construída. Foram feitos especialmente para a réplica
seis protótipos do trem série 3000, fabricado na Alemanha,
com quatro carros cada, e mais um da Linha B (Júlio Prestes-Itapevi).
A exposição “Ferreomodelismo Conta História
– 150 Anos de Ferrovia no Brasil” pode ser vista diariamente
no horário de funcionamento da estação, das
4h à meia-noite, com valor de ingresso da passagem (R$ 1,90).
Arte
dos sonhos
Desenhos feitos
por quatro xamãs dos índios Wauja, fotografias e textos
integram a exposição “Arte dos sonhos: Desenhos
do Xingu”, no Sesc Vila Mariana. Dividida em três seções,
a primeira parte da exposição apresenta o grupo indígena
e aspectos do universo e da filosofia xamânica; a segunda
mostra a relação entre os doentes e o xamã;
e a última focaliza a relação dos líderes
espirituais com os espíritos sobrenaturais. Os 31 desenhos
à mostra seriam a reprodução das formas de
entidades que aparecem nos sonhos e transes dos xamãs. A
chegada dos Wauja ao Alto do Xingu teria acontecido em 9 d.C. e
sua população hoje conta apenas 330 pessoas. A curadoria
é do antropólogo Aristóteles Barcelos Neto.
Em cartaz até 30 de maio, de terça a sexta, das 9h
às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados, das
10h às 18h30. Neste sábado, às 16h, também
haverá uma palestra sobre a exposição e o lançamento
do livro “A arte dos sonhos: uma iconografia ameríndia”.
Na r. Pelotas, 141, tel. 5080-3000. Entrada gratuita.
Programa
de exposições 2004
A 1a Mostra do Programa de Exposições 2004 do Centro
Cultural São Paulo tem como artista convidado Ernesto Neto,
com um trabalho inédito elaborado especialmente para o programa.
Entre os 21 artistas selecionados para expor ao longo do ano, os
sete que integram a primeira mostra são Ding Musa, Eliana
Bordin, Jailtão, Járed Domício, Jorge Menna
Barreto, Maria Cristaldi e Tamara Espírito Santo. Ding Musa
faz fotografias de paisagens urbanas com uma visão um pouco
sombria. Eliana Bordin realiza “radiografias de objetos”
em Poesia Silenciosa, com imagens de objetos comuns sobrepostas
por outras luzes. As intervenções de Jailtão
incitam o visitante a um questionamento da indústria da imagem
e do consumo. Járed Domício calça o espaço
com pedras coletadas pela cidade, causando um desnível. Maria
Cristaldi mostra cenas da vida em família, sugerindo sua
incomunicabilidade. E Tamara faz desenhos de móveis tornando-os
animados. Também no CCSP, está em cartaz a mostra
“O artista e a cidade”, que compara dois artistas e
sua relação com uma São Paulo ainda provinciana.
Lasar Segall e Gregório Gruber são os dois artistas
que integram a primeira série de outras, que pretendem discutir
sempre essa relação da produção artística
com a idéia de cidade. As exposições ficam
abertas ao público até 30 de maio, de terça
a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos,
das 10h às 18h. Na r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel.
3277-3611. Entrada franca.
Picasso na Oca
“Picasso na Oca”, a maior retrospectiva já realizada
na América Latina do artista espanhol, considerado o mais
importante do século 20, foi prorrogada até 13 de
junho. A mostra abrange toda a carreira do pintor Pablo Picasso
(1881-1973), que fundou o movimento cubista, incluindo as várias
fases experimentadas por ele e os diversos suportes que utilizou.
São 125 obras vindas do Musée National Picasso (em
Paris), divididas em 32 módulos, em pinturas, esculturas,
cerâmicas e trabalhos sobre papel. Os destaques são
as telas Nu couché (1932), Le Baiser (1925), Minotaure (1936)
e Femme assise devant la fenêtre (1937), além das esculturas
Baigneuse (1931) e Femme enceinte (1949). A seleção
das obras foi da curadora do Museu Picasso de Paris, Dominique Dupuis
Labbé; e a cenografia da exposição, que manteve
o espaço todo branco, é do arquiteto Felipe Tassara
e da cineasta Daniela Thomas. “Picasso na Oca – Uma
retrospectiva” fica em cartaz de terça a sexta, das
9h às 21h, e aos sábados e domingos, das 10h às
21h, na Oca, no Parque do Ibirapuera. Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00.
Paleopatologia no IB
A
partir desta segunda entra em cartaz a exposição de
Paleopatologia, promovida pelo Laboratório de Antropologia
Biológica do Instituto de Biociências (IB) da USP.
A paleopatologia estuda os sinais de doença, lesões
e anomalias que ocorreram nas populações humanas do
passado. Esse estudo pode ser desenvolvido através de materiais
arqueológicos, como esqueletos, artefatos, restos fossilizados,
objetos de arte, além de textos e testemunhos que ajudam
a reconstituir as condições de vida e saúde
de um povo já desaparecido. Na mostra estão vários
espécimes de material osteológico humano, provenientes
de escavações realizadas em sambaquis de 10 mil a
2 mil anos atrás, localizados no sul-sudeste do Brasil, além
de painéis ilustrativos, cedidos pelo Museu Nacional do Rio
de Janeiro. Paralelamente, acontece um ciclo de palestras. Até
2 de julho, de segunda a sexta, das 8h30 às 21h30, na Biblioteca
do IB (r. do Matão, 330, Cidade Universitária). Grátis.
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