Os velhos tesouros dos sebos


Os vários sebos espalhados pela cidade conservam mais do que verdadeiros tesouros literários – entre eles, primeiras edições e obras autografadas por grandes escritores brasileiros, como João Guimarães Rosa e Érico Veríssimo. Cada vez mais presentes na vida do paulistano, eles também preservam as curiosas histórias dos livreiros, que há décadas cultivam a paixão pelo comércio de livros. Duílio de Souza, dono de três sebos em Pinheiros, conta que, em sua profissão, é preciso “estar de olho” e “perceber as situações”. Foi assim que conseguiu raridades como uma edição de luxo, em dois volumes, de Don Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, datada de 1930. Outro sebo, na Chácara Santo Antônio, é ponto de passagem dos garrafeiros que recolhem lixo nas ruas. O proprietário Sérgio Luís Antico sempre encontra bons livros entre os papéis velhos, como um exemplar de 1843 da obra completa para teatro do filósofo francês Voltaire. “Provavelmente foi alguma família que jogou fora. Isso acontece muito por aqui.” Já o livreiro Jonilson Senna, ex-funcionário da USP e hoje dono de um sebo na esquina da Paulista com a Consolação, adquiriu, com um lote de 5 mil livros, um dos raros exemplares de L’option, de Joaquim Nabuco – que escrevia melhor em francês do que em português. Dentro do volume havia uma carta escrita de próprio punho por Nabuco. Nas férias que se aproximam, conhecer os sebos paulistanos – e suas curiosas histórias – pode dar um bom programa.
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Mortes por Aids diminuem


Entre 1995 e 2002, a mortalidade anual por Aids na cidade de São Paulo foi reduzida em 65%. Verificada mesmo nos bairros carentes, a redução foi mais intensa nas áreas onde a mortalidade estava mais elevada na primeira metade dos anos 90. Os dados são de uma pesquisa inédita realizada pela Faculdade de Odontologia da USP. “Nas regiões onde foi possível implementar programas efetivos de prevenção e garantir amplo acesso ao tratamento com medicamentos anti-retrovirais, observou-se ponderável declínio de mortalidade”, afirma o professor José Leopoldo Antunes, que participou da pesquisa.
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Do lobby à corrupção


Embora a palavra já tenha adquirido sentido pejorativo, o lobby – o ato de solicitar ou pressionar parlamentares com o objetivo de conseguir a aprovação de uma lei, por exemplo – é um legítimo instrumento de que a sociedade dispõe para ver atendidos seus interesses. É necessário, porém, que o lobby seja transparente e constitua um autêntico canal de comunicação entre a sociedade e o Estado. É o que afirmam pesquisadores da USP e da Unicamp que analisaram o tema. Eles reconhecem, porém, que nem sempre é fácil separar a pressão legítima da corrupção e do tráfico de influência.
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As razões do atraso na educação


A história da educação no Brasil é uma luta permanente contra o atraso. É o que afirma a professora da USP Maria Luiza Marcílio, que nesta terça-feira, dia 28, lança em São Paulo o seu mais recente livro, História da escola em São Paulo e no Brasil. Segundo a professora, fatores como o colonialismo e a escravidão – que privaram gerações de brasileiros do acesso ao ensino – estão na raiz do problema. A falta de continuidade nos programas governamentais é outra dificuldade crônica, acrescenta Maria Luiza, lembrando que no século 20 apenas dois ministros da Educação ficaram vários anos no cargo: Gustavo Capanema (1934-1945) e Paulo Renato Souza (1995-2002). “Em educação, qualquer atitude errada de um governante repercute por décadas.”
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VAMOS
em DESTAQUE

Música, dança, teatro, eventos...

São muitos os destaques desta semana, como o final da primeira das Temporadas 2005 da Osusp, Ocam e Jazz Sinfônica, a ópera bufa de Mozart ou o grupo israelense Trio Jerusalém; o Momix, que faz temporada brasileira de Lunar Sea (foto) até agora só visto na Itália e Estados Unidos; o espetáculo Mais Ardida que Pimenta em homenagem a Elis Regina (foto) ou ainda um evento que reúne as cinco peças do Teatro da Morte do polonês Tadeusz Kantor, exibidas em vídeo e discutidas em conferências.

 
Para as férias

Um roteiro de livros que viajam pelo Brasil nas fotos de Araquém Alcântara, pela arte concreta, contos e romances, e também cursos – muitos em julho, entre os de esporte na Escola de Educação Física e no Cepeusp, além de oficinas.
 

Arte e tecnologia no Motomix

Durante uma semana, de 24 a 30 de julho, 16 pessoas selecionadas vão participar de um workshop com renomados profissionais de projeção nacional e internacional em música, artes visuais e tecnologia, vivenciando na prática a fusão entre essas áreas. cursos

 
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