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Destaques da 29a Mostra

Manderlay (Dinamarca, Suécia, Holanda, França, Alemanha e EUA) é a segunda parte da trilogia de Lars von Trier que iniciou com Dogville (2003). Começa no exato momento em que o outro termina, quando Grace (desta vez interpretada por Bryce Dallas Howard) e seu pai, um poderoso gângster, passam diante dos portões da grande propriedade do título, no Alabama, que ainda abriga o trabalho escravo; com a morte da proprietária, ela assume o comando, extinguindo a escravidão e instalando uma nova organização social, mas desastres e conflitos colocam em xeque o novo modelo (segunda, às 22h, no Reserva Cultural; quarta, às 19h, no Unibanco Arteplex; e dia 31 de outubro, às 21h30, no Cinemark Santa Cruz).

Oliver Twist (França/Inglaterra/República Tcheca), de Roman Polanski, nova versão da clássica história de Charles Dickens: um órfão, que, no século 19, sofre com a fome e o trabalho escravo na Inglaterra e maltratado pela família que o comprou, resolve fugir, encontrando um rico e bondoso homem, mas seu atual dono não só não permite sua adoção como quer roubar a casa desse senhor (quinta, às 22h20, no Cine Morumbi Shopping; dia 3 de novembro, às 18h10, no Unibanco Arteplex).

O Inferno (França/Itália/Bélgica/Japão), do bósnio Danis Tanovic, que ficou conhecido por Terra de Ninguém (2001), arrebatando o Globo de Ouro e Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, além de prêmios nos principais festivais, entre eles da 25a edição da Mostra com Prêmio de Público. Nesse novo filme – segunda parte da trilogia inspirada na Divina Comédia de Dante Alighieri, com roteiro de Krzysztof Piesiewicz e Krzysztof Kieslowski – retrata a vida de três irmãs, que, em razão de um incidente na infância, voltam a se reunir para discutir o passado (quinta, às 20h, no Cine Bombril – antigo Cinearte –; sexta, às 19h30, na Faap; dia 31 de outubro, às 22h, no Unibanco Arteplex; e dia 1o de novembro, às 22h, no Espaço Unibanco).

Flores Partidas (EUA/França), de Jim Jarmusch, sobre um solteirão convicto que ficou rico trabalhando na área de informática e, depois que é abandonado pela namorada, resolve ficar sozinho, mas é quando chega uma carta de um amor antigo informando que eles tiveram um filho, hoje com 19 anos, e ele, então, vai tentar descobrir qual das quatro mulheres de seu passado é a mãe – em cada encontro, se depara com modalidades de infelicidade que o fazem pensar na sua própria (segunda, às 19h10, no Cinesesc; dia 31 de outubro, às 14h50, no Cineclube Vitrine; e dia 3 de novembro, às 21h, no Cinemark Santa Cruz).

2046 (China/França), de Wong Kar Wai, sobre um escritor que queria pesquisar o futuro e um misterioso trem o leva para o ano do título (que também é um quarto de hotel onde amantes se encontram) e ele, assim como os outros passageiros, tenta recuperar a memória perdida, aproveitando a sua chance ao procurar por três mulheres que mudaram sua vida (sábado, às 20h30, na Sala Uol de Cinema; dia 1o de novembro, às 21h40, no Cine Morumbi Shopping; e 2 de novembro, às 14h, no Espaço Unibanco).

A Criança (Bélgica/França), com roteiro e direção dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, foi o vencedor deste ano da Palma de Ouro em Cannes. Conta a história de uma menina de 18 anos que acabou de dar à luz um menino; o pai, com 20 anos, vive de pequenos roubos e suas atitudes diante da chegada da criança vão colocar o casal em um sério dilema. O filme retrata uma época em que valores, ideais e sentimentos são colocados em xeque (sábado, às 23h10, no Reserva Cultural; dia 2 de novembro, às 16h30, no Cine Morumbi Shopping; e dia 3 de novembro, às 21h40, no Unibanco Arteplex).

Cidade Baixa, primeiro longa de ficção do brasileiro Sérgio Machado (que também assina o roteiro ao lado de Karim Aïnouz), foi muito bem recebido no último Festival de Cannes. Traz a história de um triângulo amoroso formado por dois amigos de infância, que estão acostumados a dividir tudo, inclusive o comando de um pequeno barco a motor, onde levam mercadorias lícitas e ilícitas, nos arredores de Salvador, até que dão carona à dançarina e prostituta Karina (dia 2 de novembro, às 16h, no Cine Bombril).

A 29a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vai até 3 de novembro, em 15 salas da cidade; com ingressos a partir de R$ 12,00 (com meia-entrada); exibições gratuitas no Centro Cultural São Paulo, MIS, Faap, Memorial da América Latina e Vão Livre do Masp. Programação completa no site www.mostra.org.

 

 

 


A comédia da Noruega Simplesmente Bia

Novíssimo Cinema Nórdico

Passa por uma fase de extrema criatividade, ganhando cada vez mais o reconhecimento em festivais internacionais. São dez filmes produzidos na Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e Islândia, todos ligados pelos fortes laços

políticos e econômicos e, por isso mesmo, muitos deles co-produções entre os países. Com curadoria do dinamarquês radicado no Brasil Karl Erik Schollhammer, a mostra traz entre os destaques, os dramas Dia e Noite (Dinamarca/Suécia, 2004), de Simon Staho, sobre pessoas que amam e querem ser amadas, envolvendo triângulos amorosos e solidão; e O Mar (Islândia), de Baltasar Kormakur, que se passa numa vila de pescadores, local de rápidas transformações econômicas em que gerações e valores entram em conflito; a comédia Simplesmente Bia (Noruega, 2003/04), de Peter Naess, sobre uma menina de 16 anos que é a última em seu grupo a perder a virgindade; além das sátiras Um dia para Recomeçar (Suécia, 2003), de Björn Runge, que trata da necessidade do amor ser maior que o ódio; e Tempo de Mudança (2004), de Lotte Svendsen, retrato descarado da nação dinamarquesa. A mostra começa neste domingo e vai até o dia 6 de novembro, com sessões às 15h30, 17h30 e 19h30 (aos sábados e domingos, também às 13h30); programação completa no site www.bb.com.br/cultura. No Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00.

 

 

 

Cinema e política

Encerrando a mostra, o Cinusp exibe nesta semana mais dois filmes lançados neste ano, Quase Dois Irmãos e Cabra Cega, que tratam da relação entre passado e presente. O primeiro, dirigido por Lúcia Murat, conta a história de dois

amigos – nos anos 50 se conheceram por causa de seus pais, um senador da República que foi propor a seu amigo de infância um projeto social nas favelas – que se reencontram na prisão de Ilha Grande, onde as diferenças raciais ficam mais evidentes; a maior parte dos brancos são presos políticos e os negros, criminosos comuns (segunda e terça, às 16h, e quarta e quinta, às 19h). O segundo, de Toni Venturi, traz dois jovens militantes da luta armada escondidos no apartamento de um arquiteto, local de acontecimentos vertiginosos e incontroláveis (segunda e terça, às 19h, e quarta e quinta, às 16h). O debate acontece nesta quarta, após a última semana, com Cléber Eduardo, crítico de cinema da revista Época e da publicação eletrônica Contracampo, e Lilá Foster, crítica da revista Cine Imperfeito. Nesta semana não haverá sessões na sexta. O Cinusp fica na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540. Grátis.

 

 

 




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