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A
experiência como pesquisador possibilita o complemento de tudo o que se aprende na sala de aula, ressalta Gerson Rodrigues, bolsista de iniciação científica. Para Francine Segawa, ex-aluna de iniciação científica, a experiência contribuiu de muitas maneiras. “Hoje em dia quando preciso entender um assunto, ir atrás de uma solução, tenho uma maneira de buscar informações que é fruto desse exercício. Aprendi a organizar projetos, elaborar pesquisas que vão desde preços para um orçamento até textos específicos sobre literatura. É preciso saber buscar, saber conhecer e ser crítico para perceber se o que você achou é suficiente”.

Assim como Rodrigues e Francine, vários alunos e ex-alunos de iniciação científica puderam mostrar o quanto essa atividade aperfeiçoa o conhecimento e a prática do estudante, durante a 1a Jornada de Iniciação à Pesquisa Científica em Comunicações e Artes, realizada nos dias 19 e 21 de outubro pela Comissão de Graduação do Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP.

O evento apresentou palestras com profissionais do mercado de trabalho e exposições dos jovens pesquisadores, buscando promover a integração entre os alunos que desenvolvem atividades de pesquisa nos núcleos, centros e grupos da ECA. A jornada também procurou despertar o interesse dos alunos pela atividade de investigação científica, assim como estimular o diálogo entre as diversas áreas da comunicação para promover a interdisciplinaridade nos estudos das humanidades com ênfase na comunicação.

Segundo a professora Maria de Lourdes Motter, coordenadora do evento, a primeira idéia foi tornar os núcleos da ECA conhecidos entre os alunos e possibilitar que todos entendam as propostas de pesquisa que existem e saibam como participar. A professora acha que a iniciação científica disciplina o aluno e cria um interesse em pesquisa que não se perde no tempo, mesmo saindo da vida acadêmica para o mercado de trabalho. “O aprendizado é levado para a vida profissional seja qual for a área que o aluno seguir.”

Teatro

Como bolsista de iniciação científica, Gerson Rodrigues participa do Grupo de Pesquisa “A Censura em Cena – O Arquivo Miroel Silveira”, que, coordenado pela professora Cristina Costa, investiga cerca de 6.100 processos de liberação e censura de peças teatrais apresentadas em São Paulo entre 1930 e 1970. Com o final da graduação, neste ano, Rodrigues terá que optar por outra modalidade de bolsa de pesquisa. “Com a iniciação científica, pude aprofundar o que mais me interessa na comunicação, fazer contato mais profundo com os procedimentos e meios de pesquisar”, diz Rodrigues. Para ele, com a iniciação científica se aprende a divulgar as próprias idéias e a fazer reflexões. “Temos que expor nossos trabalhos durante o Simpósio de Iniciação Científica da USP, e isso nos leva a aprofundar o tema abordado e enfrentar o grande público.”

A estudante Flávia Yacubian, do segundo ano de Editoração do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, também contribui para a pesquisa sobre o arquivo Miroel Silveira. “Gosto do assunto. O teatro amador é um tema que me interessa. Neste grupo estudamos várias temáticas, como análise do discurso, comportamento cultural da época e circo teatro, entre outros. Tenho oportunidade de aprender coisas que vão além do currículo da graduação”, ressalta.

Daniele Cristina de Lima cursa o 4o ano de Letras na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e está participando, como bolsista do CNPq, do Núcleo de Pesquisa sobre Mercado de Trabalho em Comunicações e Artes (Nupem), coordenado pela professora Maria Immacolata Vassallo de Lopes. Segundo Daniele, esse exercício é uma “ponte” para encarar o mestrado como a próxima etapa do seu aprendizado. Seu trabalho se baseia em fazer o estudo bibliométrico da produção científica em comunicação. “Preciso fazer uma quantificação das referências dos trabalhos produzidos nos programas de pós-graduação em comunicação da USP, Unicamp e Unesp”, explica.


O encontro na ECA: primeiros passos como cientista


O jornalista Richard Romancini já não é mais pesquisador de iniciação científica, mas faz seu doutorado também no Nupem. Há nove anos começou com iniciação científica e hoje conta que foi o que o levou a ingressar na carreira acadêmica. “A partir dessa experiência, o aluno tem a oportunidade de se introduzir no rigor metodológico e teórico, participar de congressos e se responsabilizar pelo relatório final, todas as etapas de uma pós-graduação.”

Segundo Roseli Fígaro, professora da ECA e também coordenadora do evento, pesquisar durante a graduação é mais que um complemento: essa prática faz parte da formação. “O futuro profissional não sai pronto da universidade para o mercado de trabalho. Ele tem que se preparar o tempo todo e manter uma formação contínua. A iniciação científica ajuda o jovem a perceber isso.”

Paralelamente à 1a Jornada de Iniciação Científica, foi inaugurada, na Biblioteca da ECA, a exposição “40 Anos de Periodismo Técnico Científico em Comunicação no Brasil”, organizada pelo Nupem. Segundo Romancini, a exposição é uma tentativa de divulgar o esforço da ECA para consolidar o campo de pesquisa em comunicação, através da divulgação de seus periódicos.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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