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epois de 20 anos de luta, os filhos de professores, alunos e funcionários da Faculdade de Saúde Pública, da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Medicina contam agora com um espaço mais amplo, arquitetonicamente desenhado para abrigar bebês e crianças. Trata-se do novo prédio da Creche Saúde, inaugurado no dia 20 de outubro. O prédio branco, com janelas envidraçadas e detalhes pintados em verde-claro, enche de novas idéias a cabeça da diretora da creche, Cleuza Ferraz, que planeja construir uma casa na árvore e uma casa de boneca e colocar no entorno muitas plantas, “para que tudo fique bem alegre e com cara de criança”, como diz.

Realizada no Auditório João Yunes, a cerimônia de inauguração contou com a presença do reitor Adolpho José Melfi, do diretor da Faculdade de Saúde Pública, Aristides Almeida Rocha, da coordenadora da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca, e da nutricionista Mônica Inez Elias Jorge, representando a comissão de mães e pais. O evento incluiu a exibição de um documentário retratando a história da Creche Saúde, desde seu surgimento, em 1984, passando por diversas fases, até a construção do prédio novo. “As creches são algo em que a Universidade tem que investir”, falou o reitor na cerimônia. Segundo ele, a nova creche será um órgão essencial para que funcionários, professores e alunos possam ter tranqüilidade para desenvolver seu trabalho, “enquanto sabem que seus filhos estarão num ambiente adequado”. Para o diretor Aristides Rocha, “as perspectivas são bastante promissoras, pois as instalações são modernas, propiciando um ambiente salubre, em prédio inserido na paisagem do nosso cartão-postal, que é o jardim”.

A creche tem 980 metros quadrados de construção, distribuídos entre cozinha semi-industrial, despensa, lavanderia, refeitório das crianças, sala dos professores, seis salas de aulas, secretaria, almoxarifado, dois banheiros, berçário com fraldário e “pequenas privadas apropriadas para crianças que estão iniciando a retirada das fraldas”, como ressalta Cleuza. Há ainda 560 metros quadrados de área externa, com pátios e solários que contam com mosaicos de azulejo. Antes, a Creche Saúde ocupava o espaço de 6 metros quadrados e atendia apenas sete crianças. Com a nova área será possível receber 55 crianças, de quatro meses a 6 anos e 11 meses de idade.

Ver as crianças correndo em um espaço amplo e arejado, feito especificamente para ser creche, faz brilhar os olhos da diretora creche. “Aqui podemos fazer festas e atividades temáticas de forma mais constante, porque temos espaço para isso. Contamos com um bom pátio e salas grandes e arejadas”, diz Cleuza.

A casa da árvore que ela planeja fazer “será uma casa de brincadeira para as crianças, aproveitando uma árvore que se encontra no pátio. Será bem segura, protegida com toras de madeira, com escorregador e muro de escalada, tudo feito para o limite certo de idade”. A outra diversão para as crianças, a casa de bonecas, terá tudo o que uma casa normal contém. “Nela as crianças poderão brincar em atividades livres ou monitoradas pelas educadoras”, afirma Cleuza.


O novo prédio da Creche Saúde, inaugurado no dia 20 pelo reitor Adolpho José Melfi: tranqüilidade para os servidores


Conquista


A história da Creche Saúde teve início em 1985, a partir da iniciativa de funcionários e docentes da Faculdade de Saúde Pública e da Escola de Enfermagem que sentiam a necessidade de um espaço dedicado às crianças. Inicialmente ela foi mantida pela Associação Beneficente Pueri Custódia. Somente em 1987 passou para a Coseas, que assumiu a administração por reivindicação dos usuários.

As crianças ficavam alojadas numa edícula do Centro de Saúde Geraldo de Paula Souza, ligado à Faculdade de Saúde Pública. Mas o centro precisou ser reformado e pediu o espaço onde ficava a creche. Foi improvisada uma pequena sala com 6 metros quadrados, que passou a abrigar um número reduzido de crianças, sendo que a maioria foi encaminhada para a creche mantida pela Fundação Faculdade de Medicina da USP.

Em 1996, foi elaborado um projeto de instalação da Creche Saúde, mas este não se concretizou, conta Mônica Inez Elias Jorge, nutricionista da faculdade. Mas em dezembro de 1998 a Coseas aprovou a construção da nova creche. Em 2000, devido a problemas financeiros, a construção foi suspensa. Com a ajuda do então diretor da Faculdade de Saúde Pública, professor Ruy Laurenti, e da Coseas, a comissão de pais e mães iniciou um abaixo-assinado entre a comunidade USP em busca de apoio para a concretização do prédio da creche.

O início das obras se deu em janeiro de 2001, mas já em abril a comissão teve que se manifestar novamente, devido às árvores tombadas que ocupavam o terreno destinado à creche. Somente em março de 2002 foi fechado um acordo para a retomada das obras. Segundo Mônica, a luta foi vencida porque tentaram-se todas as possibilidades de acesso. “O professor Ruy Laurenti foi membro da Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP) e sempre estávamos junto dele solicitando a creche. Ele foi um apoio muito importante. A Coseas também batalhou pela liberação da verba.”

Mônica diz ainda que, do mesmo jeito que é importante espalhar restaurantes pela Universidade, porque funciona como benefício para o funcionário, que vai dispor de uma alimentação saudável, é igualmente importante espalhar creches para os seus funcionários. “Os educadores apontam que o indivíduo que passa pela pré-escola tem muito mais sucesso e melhor rendimento durante o ensino fundamental e médio.”

Colaborou Marcellus William Janes


“A minha creche é um espetáculo”

Cibele Marques, bibliotecária da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e mãe do menino Francisco Marques, de 5 anos, precisava deixar o filho muito longe do seu local de trabalho. “Quando tinha algum problema, saía preocupada até chegar onde meu filho estava”, conta. Agora, com o novo prédio da Creche Saúde, Cibele pode ver o filho no momento que quiser e ainda participar mais intensamente das atividades da creche. “Todos nós, pais e funcionários, estamos ganhando muito com isso, e ainda podemos contar com um berçário que tem condições de receber crianças de até 2 anos e meio. Nessa fase é muito importante que os pais estejam por perto e possam acompanhar o crescimento do filho”, diz Cibele. Nem bem começou a freqüentar a Creche Saúde e Francisco já mostra o quanto está contente com o novo espaço. “Quando ele chega em casa, vai logo dizendo: ‘A minha creche nova é um espetáculo’, conta a mãe, também toda contente.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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