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A professora Selma Garrido Pimenta, atual pró-reitora de Graduação, assume sua nova função convicta de que a defesa da escola pública, gratuita e de qualidade é a principal forma de contribuir para a democratização social. “Nosso compromisso, através da graduação, é o de contribuir para ampliar a importância da USP no que se refere ao seu significado social na formação de pesquisadores e de profissionais, na produção e difusão do conhecimento, no País e no exterior”, ressalta.

A partir desse compromisso, alguns grandes programas deverão ser implementados durante os dois anos iniciais de seu mandato, de forma integrada e complementar. O primeiro deles é a busca pela melhoria da graduação, a partir da valorização do trabalho docente, começando com acolhimento de qualidade para que os alunos tenham melhores condições para aprender. Selma aponta a importância da pesquisa para o aprendizado na graduação. Hoje os alunos têm à disposição o programa de Iniciação Científica apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que juntamente com a Pró-Reitoria de Pesquisa deve ter uma ampliação significativa no número de bolsas de iniciação, a partir da própria Universidade.

Outra prioridade é dar maior apoio para a melhoria dos laboratórios, das salas-ambiente e da infra-estrutura de informática, ajudando a elevar a qualidade da aprendizagem, além de maior aquisição de livros, aprimorando as bibliotecas e as midiatecas. “Há algumas unidades que necessitam da ampliação do número de exemplares da bibliografia básica para que os alunos possam acessá-los sem dificuldade”, diz a professora.

A utilização de todas as redes de informática existentes na USP para a comunicação entre as unidades é outra perspectiva de melhoria da graduação. A intenção da pró-reitora é ampliar os suportes para as videoconferências, além de outras iniciativas que possibilitem aos alunos das diversas unidades e áreas ter uma formação multidisciplinar, podendo cursar disciplinas em outra unidade que não a de seu curso de origem. “Quero incentivar uma cultura interunidades, de forma que os alunos participem de seminários e conferências, presencialmente ou não, nas áreas de Humanas, Exatas e Tecnológicas”, explica.

Selma Garrido buscará fortalecer os Grupos de Apoio Pedagógicos (GAPs), as propostas e programas para experimentação de novas formas de organização curricular e novas formas de ensino na Universidade. Entre as alternativas estão uma nova organização departamental e não-departamental, novos modelos pedagógicos para o ensino noturno, presencial e não-presencial, além de ações referentes à supressão da evasão, ao desenvolvimento profissional e acadêmico dos docentes e à valorização da iniciação científica pelos professores recém-doutores.

Os docentes, por sinal, também são prioridade da pró-reitora. Para ela, é importante que os professores recebam o máximo apoio no desenvolvimento profissional e acadêmico, assim como para a reestruturação curricular das unidades, e maior utilização da educação a distância no âmbito das próprias unidades, com suporte de apropriação das mídias tecnológicas para a relação docente e discente. Selma Garrido entende que a atividade docente na graduação merece ser mais valorizada.

Inclusão social

A internacionalização da graduação é outro tema da pauta de propostas. “Já temos algumas iniciativas em curso, e queremos verificar, dentre as várias unidades, onde se faz necessária e possível uma relação de graduação com outros países, no que se refere à obtenção de diplomas de graduação. Procuraremos manter uma posição muito clara de não-colonização, ou seja, pensando maneiras para que nossos alunos possam cursar disciplinas no exterior de forma que tenham compromisso de retorno ao Brasil”, explica. A professora entende ainda que o tema da internacionalização da USP deve ser objeto de ação conjunta das Pró-Reitorias. Segundo Selma Garrido, será mantido um intenso diálogo com os estudantes, por meio dos seus órgãos constituídos e também no contato direto, para recebimento das demandas e discussão de soluções em conjunto.

Outro programa trata da articulação da Universidade com a sociedade, no qual estão inseridos o sistema público de ensino e a inclusão social. São programas de médio e longo prazo que pretendem ampliar e melhorar a formação de quadros profissionais para os sistemas públicos nas diversas áreas, com vistas a fortalecer as relações já existentes e a lhes dar maior visibilidade.

No que se refere à inclusão social, conforme meta da Reitoria, pretende-se ampliar significativamente a participação de alunos oriundos do sistema público no vestibular e desenvolver programas que favoreçam a permanência dos estudantes de baixa renda. A Pró-Reitoria já vem desenvolvendo estudos para subsidiar propostas a serem debatidas e implantadas na Universidade. Também estão sendo realizados estudos sobre o vestibular, com avaliação da experiência acumulada da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest).

Ampliação

Já em processo de implementação, o Programa de Formação de Professores procura investir no fortalecimento das unidades que atuam na formação docente e no estabelecimento de convênios com os sistemas públicos de ensino para a realização de estágios curriculares. Segundo Selma Garrido, a importância desse programa está no fortalecimento e na valorização da formação de professores da USP, como também de seus alunos estagiários. “Procuraremos estabelecer convênios com as redes públicas de ensino para receber os nossos estagiários. Esse estágio se dará de forma orgânica e organizada a partir de um projeto conjunto das unidades da Universidade e das escolas.

Dessa forma os alunos compreenderão melhor a escola pública e o professor estará tendo uma formação contínua”, diz. “Daremos preferência por um estágio remunerado tanto para os alunos como para os professores.” A obtenção das verbas ainda está em estudo, sendo possível a negociação com as próprias Secretarias de Educação. “Também podemos buscar recursos nas agências de financiamento, por exemplo, dentro da linha de valorização do ensino público da Fapesp”, ressalta a pró-reitora.

Outro programa volta-se para a política de ampliação de vagas. Selma procurará definir critérios qualitativos para uma proposta de ampliação, combinando ofertas da USP com demandas sociais para áreas emergentes do conhecimento e do mundo do trabalho. “Precisamos ter cuidado para ampliar vagas a partir de demandas imediatas do mundo do trabalho porque essa é uma área muito dinâmica, diferente da perenidade exigida pela academia. Mas existem os cursos lato sensu que podem se dirigir para esses segmentos”, aponta.

A educação a distância será um outro mecanismo para a ampliação de vagas, interna e externamente, a partir de convênios com outras universidades do País e do mundo. “Não queremos fechar os olhos para o avanço tecnológico que propicia a educação a distância, mas ao mesmo tempo não aceitaremos qualquer proposta. Entendo que a USP tem que acatar as novidades sempre com a preocupação de, ao mesmo tempo em que desenvolve o ensino da graduação a distância, pesquisar sobre ele e avaliar os resultados dessas experiências”, defende a professora. Uma das metas, ressalta, é prosseguir na implementação de um curso de graduação a distância para formação de professores de ciências, e a verificação de outras áreas em que seria possível implantá-la.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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