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Cinema Verdade
![](ilustras/cinema1.jpg) Jean Rouch foi um apaixonado por documentários. Desde sua
primeira experiência cinematográfica, uma expedição
pelo Rio Níger, na África, em 1946, foi um inovador
na linguagem do cinema documental, colocando a câmera e a
si próprio dentro da cena, trabalhando como estimulador
dos personagens. Soube integrar os seus registros socioculturais às
diferentes possibilidades do cinema, utilizando técnicas
que surgiam, como o som direto e câmeras mais ágeis.
Foi também um dos responsáveis pelo movimento Cinema
Verdade, que mais tarde influenciaria documentaristas brasileiros,
como Eduardo Coutinho. Em homenagem ao diretor francês, a
programação do Cinusp exibe suas melhores obras,
abrindo a mostra nesta semana com Os Mestres Loucos (França,
1995, 30 min), que revela o ritual dos praticantes do culto Hauka,
em que trabalhadores nigerianos esperam os “espíritos
da força”, personificações de figuras
da dominação colonial, como o governador, a polícia,
entre outros; seguido de Eu, um Negro (França, 1959, 73
min) sobre jovens nigerianos que saem de suas casas em busca de
emprego na Costa do Marfim (segunda, quarta e sexta, às
16h, e terça e quinta, às 19h); e Crônica De
Um Verão (França, 1960, 90 min), grande obra de Rouch
em parceria com o sociólogo Edgar Morin, em que aborda a
concepção de felicidade de jovens parisienses, durante
o verão de 1960, perguntando aos personagens se eles são
felizes e obrigando-os a pensarem em suas próprias vidas;
depois eles assistem ao filme já terminado, enquanto suas
reações de recusa ou aceitação também
são filmadas (segunda, quarta e sexta, às 19h, e
terça e quinta às 16h). Na semana seguinte: Pouco
a Pouco (França/Níger, 1972, 90 min) sobre diretores
de uma empresa em Ayorou, que querem construir um prédio
e partem para Paris, conhecendo uma sociedade, muito diferente
da que estão acostumados; A Caça ao Leão com
Arco (França, 1965, 80 min) em que o diretor segue caçadores
Gaos da região de Yatakala, registrando a ligação
entre técnica e magia na caçada, na preparação
do arco e flechas, do veneno, no rastreamento e no ritual de sacrifício;
Mosso Mosso, “Jean Rouch como se”( França, 1998),
em parceria com o diretor Jean-André Fieschi, que filma
Rouch enquanto ele próprio dirige outro documentário,
discutindo a figura, o método e a relação
de Rouch com o continente africano. Programação com
datas e horários no site www.usp.br/cinusp. O Cinusp fica
na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária,
tel. 3091-3540. Entrada franca. |
Armênia em
foco
![](ilustras/cinema2.jpg) Um ciclo, que será exibido de terça a domingo, reúne
12 filmes de cineastas armênios ou de ascendência armênia.
Abrindo a mostra, Ararat (Canadá, 2002), uma visão
do diretor Atom Egoyan sobre o genocídio armênio pelos
turcos (às 16h); The Documentarist (Armênia, 2003),
de Harutiun Khatchatryan, em que o protagonista é o próprio
diretor, focalizando vários assuntos na Armênia dos
anos 90, como crianças de rua, refugiados, sem-teto e prisioneiros;
seguido de My Sardarabad, versão original de um concerto
ao vivo em lembrança do 84o aniversário da Batalha
de Sardarabad, que assegurou o estabelecimento da Primeira República
Independente no país, após seis séculos de
dominação turca (às 18h); e Shadows of Forgotten
Ancestors (Ucrânia, 1964), de Sergei Paradjanov, registrando
o cotidiano das pessoas nas montanhas dos Cárpatos, onde
a austeridade do ambiente torna a sobrevivência mais difícil
(às 20h). No Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro,
1.000, Paraíso, tel. 3383-3402). Grátis. |
Antropologia em filme
O Margaret Mead Film & Vídeo Festival foi criado em
1977 pelo American Museum of Natural History de Nova York, em homenagem à contribuição
da pesquisadora norte-americana Margaret Mead aos estudos antropológicos
e etnográficos. A pesquisadora, que trabalhou no Departamento
de Antropologia do museu, abordou a questão da cultura acadêmica
e dos museus na educação e foi uma das responsáveis
pela consolidação da antropologia visual como uma
disciplina. O festival itinerante, que chega à Cinemateca
Brasileira, reúne alguns dos melhores documentários
exibidos no festival americano, com objetivo de debater questões
da antropologia, como o papel do indivíduo, a família,
a mulher e a experiência humana. A mostra começa nesta
quarta, às 20h40, com exibição de dois documentários
de Jean Rouch: Margaret Mead: a portrait by a friend (França,
1978, 30 min), retrato dos últimos anos de vida da pesquisadora,
feito pelo diretor para o primeiro festival, e Jaguar (França/
Nigéria, 1978), que aborda temas da imigração
e aculturação, a partir da história de três
jovens nigerianos que buscam fortuna e aventura em Gana, mas retornam
a sua terra depois de passados poucos meses. A Cinemateca fica
no Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 5084-2177,
ramal 210. Entrada franca. Confira a programação
completa no site www.cinemateca.com.br.
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Produção francesa
O cinema francês que surgiu após o início
dos anos 60 manteve um amplo diálogo com a nouvelle vague,
tanto de reverência e releitura como de negação
a suas propostas estéticas. Esse rico período é retratado
na mostra “Cinema Francês Pós-Nouvelle Vague”,
que termina neste domingo, exibindo durante a semana os filmes
Os Destinos Sentimentais (2000), de Olivier Assayas, que discute
o fim da tradição por meio da modernidade, mostrando
uma família que possui uma fábrica de porcelana no
início do século 20; Os Apaixonados (1994), de Alan
Resnais, sobre dois irmãos que decidem sair de casa e conhecer
o mundo; L. 627 (1992), de Bertrand Tavernier, em que um detetive
idealista tenta organizar a delegacia para onde foi transferido;
Sangue Ruim (1986), de Leos Carax, dois ladrões são
contratados para roubar um remédio que salvaria os apaixonados
de uma doença; e Quem Sabe? (2001), de Jacques Rivette,
em que uma atriz de teatro, seu marido, seu ex-amante e sua parceira
atual, se envolvem em conflitos amorosos. Programação
completa e horários no site www.bb.com.br/cultura. No Centro
Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro).
Os ingressos custam R$ 4,00, com meia-entrada. Mais informações
pelo tel. 3113-3651.
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Curta Petrobras
O programa Curta Petrobras às Seis continua neste mês
com a exibição de sete curtas paulistas e produções
do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará,
Pernambuco e Paraná. A mostra acontece em vários
locais, diariamente, sempre às 18h, com entrada franca.
No Unibanco Arteplex do Shopping Frei Caneca (r. Frei Caneca, 569,
3o piso, Bela Vista) traz o programa Amizade, que inclui os curtas:
Imminente Luna (2000), de Maurício Lanzara, sobre a relação
de amizade entre dois velhos que dividem o quarto em um asilo;
Cego e Amigo Gedeão à Beira da Estrada (2002), de
Ronald Palatnik, baseado em conto homônimo de Moacyr Scliar
sobre um cego que é capaz de reconhecer qualquer carro pelo
som do motor; e Dona Cristina Perdeu a Memória (2002), de
Ana Luiza Azevedo, em que um menino percebe que sua vizinha idosa
conta sempre histórias diferentes sobre sua vida, esperando
que ele possa ajudá-la a recuperar a memória perdida.
E no Espaço Unibanco de Cinema (r. Augusta, 1.475, Cerqueira
César) apresenta Curta Erótico, com filmes como Deu
no Jornal (2005), de Yanjo Del Pino, desenho animado que narra
a saga de um solitário e suas fantasias; e Red (2004), de
Flavio Frederico, baseado no conto Red Lipstick, de Rodrigo Penteado,
sobre Chapeuzinho Vermelho e o lobo mau.
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