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Apresentações da Orquestra Sinfônica da USP (ao lado) e atendimentos gratuitos prestados pela Faculdade de Saúde Pública e pela Faculdade de Odontologia (abaixo) estão entre as inúmeras atividades de cultura e extensão universitária promovidas pela USP, que beneficiam diretamente a sociedade paulista e brasileira


Embora sejam um dos pilares da Universidade, as atividades de cultura e extensão universitária ainda não alcançaram a mesma importância conferida ao ensino e à pesquisa. Para mostrar que essas atividades têm também alto valor acadêmico, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária promoverá, nos dias 17 e 18 de abril, o 7º Seminário de Cultura e Extensão Universitária, com o tema central “Desafios da Cultura e Extensão nas Universidades”.

O evento acontecerá no Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, e será transmitido por teleconferência à Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste, e aos campi de Bauru, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos, locais que possibilitarão ao público promover debates, com auxílio de um moderador. O seminário poderá ser acompanhado pela internet. Ele será composto por quatro mesas-redondas, que terão a participação de especialistas de diferentes universidades (leia ao lado a programação completa do evento).

O objetivo da primeira mesa-redonda, “Desafios da Cultura e Extensão nas Universidades”, é apresentar as principais dificuldades enfrentadas pelas atividades culturais e de extensão nas universidades. Para essa discussão estarão presentes a professora Eunice Sueli Nodari, pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o professor Ruy Laurenti, ouvidor-geral da USP, e a professora Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Federal da Paraíba (UFB).

Para Eunice Nodari, trabalhar o tripé ensino, pesquisa e extensão como um valor indissociável tem sido o objetivo principal da sua gestão à frente da Pró-Reitoria da UFSC. “Nos últimos anos tem sido oferecido pelas agências de fomento um grande número de editais para a apresentação de projetos de extensão. Isso tem valorizado cada vez mais essa área e ajudado a mudar seu perfil.” Ela conta que uma das grandes conquistas da UFSC foi ter igualado o valor monetário das bolsas de estudos dos alunos. “Não há diferença entre bolsistas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão.”

Formação – Para discutir “O Papel da Extensão na Formação”, haverá uma mesa-redonda com o professor José Leite Saraiva, coordenador do Núcleo de Atividades do Projeto Rondon (Napro) da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação. Participarão também o professor Franklin Leopoldo e Silva, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e um representante do ministro da Educação, Fernando Haddad. Essa mesa pretende discutir a contribuição da extensão universitária para a formação, em sentido amplo, de estudantes e professores.

Outra mesa-redonda, “Transferência de Conhecimento: Universidade e Sociedade”, contará com a presença do diretor científico da Fapesp, professor Carlos Henrique de Brito Cruz, do assessor e coordenador editorial da Unesco, professor Célio da Cunha, e do professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Gastão Wagner de Sousa Campos. O objetivo é discutir questões ligadas à transferência de conhecimento, levantadas pelas atuais políticas de inovação tecnológica adotadas pelas universidades, discutindo como esse fenômeno altera as fronteiras tradicionais entre o domínio público e o uso privado do conhecimento e qual o novo papel da universidade enquanto locus institucional e social depositário do domínio público.

A última mesa-redonda, “O Domínio Público e Acesso ao Conhecimento e à Cultura”, discutirá a contribuição da universidade em um ambiente social de restrição do domínio público. Analisará, por exemplo, como equilibrar os interesses vinculados ao sistema de conhecimento científico global com os interesses vinculados ao sistema de conhecimento tradicional local. A discussão apresentará o ponto de vista da professora Marilena Chauí, da FFLCH, do professor Francisco Weffort e, a confirmar, do diplomata e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet.

Segmentação – “As universidades segmentam o conhecimento e a extensão como algo distinto do ensino e da pesquisa. Com este evento, queremos mostrar que ensino e pesquisa não se segmentam e ainda têm que contar com a extensão”, afirma o pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da USP, professor Sedi Hirano. “No ensino, tem-se a extensão do conhecimento e da pesquisa e a extensão é feita de ensino e pesquisa. As três áreas têm que se articular melhor e completar o conhecimento que a Universidade como um todo produz.”

O grande desafio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, diz Hirano, é mostrar que a extensão tem o mesmo status do ensino e da pesquisa, da graduação e da pós-graduação. “Elas têm o mesmo valor acadêmico”, ressalta. “Em geral, o aluno que participa da extensão, por exemplo, na Estação Ciência ou no Parque Cientec, muitas vezes como monitor-estagiário, leva o conhecimento científico para os alunos de ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas. Esse aluno acaba praticando o ensino, como monitor. Ao mesmo tempo, leva o ensino, que é fecundado e alimentado pela pesquisa, amarrando o ensino com a pesquisa através da extensão.”

O pró-reitor lamenta que parte da sociedade ainda tenha a falsa idéia de que a Universidade é uma torre de marfim, fechada em si mesma, que não busca compartilhar seu conhecimento com a sociedade. “Não existe nenhum tipo de conhecimento que não seja útil para a sociedade. Pode ser que a curto prazo não seja, mas a médio e longo prazo, acaba se transformando em tecnologia”, destaca Hirano.

Como exemplos de experiências bem-sucedidas na área de extensão, Sedi Hirano cita as incubadoras tecnológicas, que tiveram um grande desenvolvimento em Santa Catarina e em algumas cidades do Norte e do Nordeste. “Essa atividade é muito interessante porque ensina a população a usar uma série de produtos que a natureza oferece”, diz o pró-reitor. “As incubadoras tecnológicas ajudam as comunidades a utilizar a água da melhor forma, assim como produtos hortifrutigranjeiros, como cuidar da terra e dos animais, para o benefício da comunidade.” Para Hirano, as atividades de cultura e extensão mostram que a Universidade não produz somente coisas abstratas, mas sim um saber e conhecimentos que, em última instância, acabam beneficiando toda a sociedade

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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