Com 400 habitantes, Ivaporunduva, no Vale do Ribeira, é uma das cerca de 4.500 comunidades de remanescentes no Brasil dos antigos quilombos. O uso coletivo da terra e as festas tradicionais são algumas heranças dos escravos mantidas por seus descendentes. “A religião de matriz africana acabou, nosso pessoal é católico”, diz Benedito Alves da Silva, o Ditão, um dos líderes locais. Ali, pequenas casas feitas de pau-apique – onde ainda se cozinha em fogões de pedra – se espalham pelas áreas de chão batido. Como outros grupos remanescentes dos quilombos, Ivaporunduva se beneficiou de decreto do governo federal, de 2003, que garante a propriedade da terra aos descendentes de escravos. A lei provocou polêmica porque utiliza o critério de “autodefinição” para classificar as comunidades com direito a propriedade. Para a pesquisadora Lourdes Carril, o decreto é “um avanço” e causa repúdio porque toca na explosiva questão agrária. Nacional

Embora represente o melhor resultado do País em Jogos Pan-Americanos – com 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze –, o desempenho do Brasil no Rio 2007 tem valor apenas relativo, já que, na maioria das modalidades disputadas, os atletas brasileiros não conseguiram índices olímpicos. No basquete masculino e no futebol feminino, por exemplo, a conquista do ouro foi facilitada pela indiferença devotada ao Pan pelos principais adversários, como os Estados Unidos, que disputaram algumas competições com equipes universitárias. É o que afirmam professores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP ouvidos pelo Jornal da USP. Para eles, o País só poderá melhorar seu desempenho em grandes competições através de um trabalho sério de investimento no esporte a longo prazo. Cultura

O financiamento da pesquisa científica no Brasil é o tema principal da nova edição da Revista USP, que acaba de ser lançada. A revista traz artigos de especialistas que abordam temas como a situação da pesquisa no Brasil hoje e as medidas necessárias para a ciência crescer. “Num país como o nosso, que tem lutado desesperadamente para se desenvolver, a questão ‘quem financia a pesquisa’ adquire uma relevância especial”, afirma o editor da Revista USP, Francisco Costa. Universidade

“Radiografias da Cidade” é o nome da exposição que o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, no Ibirapuera, inaugura nesta terça-feira, dia 7, às 20 horas. A mostra apresenta fotografias de Bruno Giovannetti e pinturas de Gregório Gruber sobre São Paulo. “É a cidade vista pela arte, enunciando-se em relatos humanos, um pouco de São Paulo em seu modo mais íntimo de ser”, segundo a professora Lisbeth Rebollo Gonçalves, diretora do MAC e curadora da exposição. Especial