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© Cecília Bastos

No estande montado pela Escola de Enfermagem na 2ª Feira de Profi ssões, a principal tarefa dos professores e alunos era explicar aos visitantes a diferença entre o enfermeiro e os outros profi ssionais de saúde. Segundo eles, o objetivo do curso é preparar o aluno para cuidar do paciente e da família, sendo responsável pelo conforto, bem-estar e acolhimento. Por exemplo, enquanto o médico pode receitar remédios aos pacientes, é responsabilidade do enfermeiro, entre outras, cuidar para que o paciente receba os remédios corretamente. O profi ssional pode atuar em hospitais ou trabalhar como autônomo em atendimento domiciliar. O curso tem duração de quatro anos em período integral, e o aluno pode optar pela Escola de Enfermagem da capital ou de Ribeirão Preto. Já o médico, tradicionalmente conhecido como aquele que cuida das pessoas e salva vidas, pode ir mais além, conforme mostrou o estande da Faculdade de Medicina. Muito mais do que isso, a medicina tem como objetivo garantir uma boa qualidade de vida para as pessoas. O curso está dividido entre quatro anos de aulas regulares nas áreas básicas – ministradas pelos departamentos da faculdade e em outras unidades da USP, como o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) – e mais dois anos de atendimento, em que os alunos fazem rodízio em diferentes áreas do Hospital das Clínicas e do Hospital Universitário.

Já formado, o aluno pode optar por se especializar em determinada área da medicina, cursando o programa de Residência Médica, que tem duração mínima de dois anos. Mas a Faculdade de Medicina não abriga apenas o curso de Medicina. Na 2ª Feira de Profi ssões, estavam representados também os cursos de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, oferecidos pela mesma unidade. “Fonoaudiologia trata da comunicação humana, como a fala, a voz, a linguagem e a audição, e os distúrbios que possam afetar essa área. O fonoaudiólogo pode trabalhar em diferentes lugares, como em escolas e unidades básicas de saúde, junto a profi ssionais do rádio e do teatro e como professor e pesquisador”, informava-se no estande. “Já quem ingressa em Fisioterapia tem como objeto principal de estudo o movimento do corpo humano. Pessoas com difi culdades de inserção e participação na vida social são tratadas pelo profi ssional em Terapia Ocupacional.”

O curso oferecido pelo Instituto de Biociências é para aqueles que se interessam por outros seres vivos. O curso – com duração de quatro a seis anos – é muito rico e variado, com aulas teóricas nas áreas de zoologia, botânica, fi siologia, ecologia, genética e biologia evolutiva, complementadas com aulas práticas em laboratórios e atividades de campo. “O aluno pode optar pela licenciatura, voltada para quem quer dar aula, ou pelo bacharelado, voltado para a área de pesquisa. O bacharel pode atuar em instituições de pesquisa, como jardins botânicos, reservas e parques ecológicos. O licenciado pode lecionar nos ensinos fundamental e médio”, de acordo com a informação disponível no estande do Instituto de Biociências. A carreira de um biólogo é quase sempre ligada à pesquisa e pode ter continuação em cursos de pós-graduação, o que permite que dê aulas no ensino superior.

Filosofia – Na Feira de Profi ssões, entre os estandes dedicados às ciências humanas, estava o da Faculdade de Filosofi a, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), uma das maiores unidades da USP, com mais de 10 mil alunos de graduação e 430 professores. No total, a FFLCH oferece cinco cursos de graduação: História, Ciências Sociais, Filosofi a, Geografi a e Letras. Neste último, o aluno tem um primeiro ano com disciplinas básicas e depois pode escolher entre as habilitações em uma língua estrangeira (alemão, inglês, espanhol, francês, árabe e russo, entre outras) ou em lingüística. “A preocupação do profi ssional na área de letras está em compreender os fenômenos da linguagem e suas manifestações, como a literatura, e pode trabalhar como professor, dedicar-se à pesquisa ou ainda se envolver com atividades ligadas à editoração, à produção de textos em jornais e revistas, à crítica literária, à tradução e outras áreas.”

Recentemente, aulas de fi losofi a passaram a fazer parte da grade horária obrigatória do ensino médio no País. Isso ampliou o mercado de trabalho para professores dessa disciplina e fez aumentar a procura pelo curso de Filosofi a da FFLCH. Este, segundo o estande da unidade na Feira de Profi ssões, procura desenvolver a capacidade crítica dos alunos. “Ao invés de uma abordagem panorâmica, o curso privilegia o estudo de temas e autores, para evitar a superfi cialidade nos assuntos. Também tem como objetivo dar ao aluno condições para se tornar um pesquisador e um professor preparado para as difi culdades de se ensinar essa disciplina”, informavase. Já o curso de Ciências Sociais forma profi ssionais que compreendem as relações entre os homens, no passado e no presente, e como essas relações levaram à construção de como as sociedades são organizadas atualmente. “O curso é estruturado em três campos de conhecimento teórico: sociologia, antropologia e ciência política. O aluno também aprende técnicas de pesquisa e metodologia, que são utilizados para identifi car e analisar os problemas sociais, culturais e econômicos, entre outros, da sociedade moderna.” Os geógrafos trabalham com temas que vão da sociedade à natureza, com o objetivo de estudar a produção do espaço, seja por meio de processos naturais ou sociais. O historiador, por sua vez, se preocupa com as linhas de pensamento da história, aprendendo diferentes formas e ângulos de compreender os fatos históricos. Para esse profi ssional, além da pesquisa e do ensino, o mercado de consultoria em história, principalmente para meios de comunicação, tem crescido nos últimos anos.

O estande da Faculdade de Direito apresentou um pouco da mais antiga unidade da USP, fundada em 11 de agosto de 1827 por d. Pedro I e incorporada à Universidade em 1934, quando a instituição foi criada. Hoje ela tem mais de 2.400 alunos de graduação e 136 professores. “Os alunos cursam disciplinas obrigatórias nos primeiros quatro anos, como Teoria Geral do Direito, História do Direito, Filosofi a e Latim, e podem optar por áreas de especialização no quinto ano, como direito civil e criminal, por exemplo, segundo seus interesses na carreira.” Os visitantes souberam que, como muitas das carreiras de humanas, o curso de Direito tem uma pesada carga de leitura e estudo fora das aulas. O aluno formado recebe o título de bacharel e pode atuar nas áreas de ensino, advocacia, magistratura e diplomacia, entre outras.

As diferenças entre o arquiteto e o engenheiro foram uma das muitas dúvidas sanadas no estande da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) pelos curiosos alunos do ensino médio presentes à feira. Segundo explicaram estudantes da FAU, o arquiteto se diferencia do engenheiro pela preocupação com a harmonização entre a construção e o meio físico da cidade. “Além disso, o arquiteto também atua nas áreas de organização da habitação e da construção de espaços coletivos, conservação e restauração de patrimônio público ou privado”, disseram os alunos da FAU. “Um arquiteto pode trabalhar nas áreas de coordenação, planejamento, consultoria e elaboração de orçamentos de uma obra, entre outras.” No curso da FAU, há aulas teóricas de Artes, Design, História da Arquitetura, entre outras. O candidato deve saber que o curso tem parte de sua grade dedicada às aulas de cálculo matemático. A FAU também oferece, desde 2006, o curso de graduação em Design, formando profi ssionais nas áreas de desenho industrial e de comunicação visual. Ele se torna habilitado a desenvolver desde o design do produto (suas cores, formato, etc.) até o design de mídias impressas, embalagens e sistemas de sinalização, entre outros.

© Cecília BastosEscola Politécnica – O estande da Escola Politécnica foi muito procurado pelos alunos do ensino médio que visitaram a feira nos três dias do evento. Eles queriam tirar dúvidas sobre as 17 habilitações em engenharia oferecidas pela unidade, divididas em sete opções no vestibular. Para escolher sua área de preferência, o aluno passa por um primeiro ano comum a todas as áreas de engenharia e, ao fi m desse ano, escolhe entre um dos grandes grupos: civil, mecânica, elétrica e química. Só ao fi m do segundo ano é que pode optar pela especialidade oferecida dentro de cada um desses grupos. “Assim, quem deseja seguir na área de engenharia mecânica, mecatrônica, naval ou produção deve se inscrever no grupo de mecânica”, informavam aos visitantes os alunos da Escola Politécnica, outra grande unidade, com cerca de 4 mil alunos de graduação e 470 professores.

Os alunos do ensino médio tinham muitas dúvidas a respeito da diferença entre as habilitações oferecidas pela Poli. Por exemplo, o engenheiro ambiental se preocupa em minimizar os riscos ambientais de uma obra ou empreendimento que causa transformações no ambiente. Já o engenheiro mecânico trabalha com as áreas da cinemática, acústica e dinâmica, entre outras, que o tornam essencial em setores industriais, como a indústria de eletrodomésticos e de construção de máquinas. Menos conhecidas dos alunos do ensino médio presentes à feira são as carreiras oferecidas pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). “Quem entra no IAG pode se graduar em Meteorologia, em Geofísica, ou no Bacharelado em Física, com habilitação em Astronomia, curso ministrado em conjunto com o Instituto de Física”, informava-se no estande. Nesse bacharelado, o profi ssional trabalha principalmente com pesquisas sobre o Sistema Solar, a Via Láctea e a estrutura do Universo em grande escala, entre outros temas. O geofísico, ao contrário, trabalha com a estrutura e a dinâmica do planeta, podendo atuar com prospecção de petróleo, água, minerais, monitorar a contaminação do subsolo. O clima, as mudanças nos sistemas meteorológicos, seu monitoramento e sua previsão são o objeto de estudo em Ciências Atmosféricas. “Para todos esses cursos, apesar de extremamente especializados, o mercado de trabalho tem crescido muito nos últimos anos.

 

 
 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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