Consolidar a liderança acadêmica da Universidade e aprofundar a inclusão social em seus espaços são as metas que pontuaram as ações da Pró-Reitoria de Graduação da USP ao longo deste biênio de gestão. Os resultados alcançados são, segundo a pró-reitora de Graduação, professora Selma Garrido Pimenta, “altamente positivos”. Programas que vinham sendo desenvolvidos na gestão anterior tiveram continuidade e outros foram criados,

Foto crédito: Cecília Bastos

marcando uma perspectiva inovadora no ensino de graduação. “Em linhas gerais, a nossa diretriz foi efetivada por meio da implementação de programas direcionados ao apoio às unidades, voltados para a melhoria da graduação, da valorização da formação de professores em cursos de licenciatura e da valorização do trabalho docente”, afirma Selma.

A pró-reitora destaca que todas as ações foram implementadas com a participação e contribuição de comissões e de grupos de

trabalho, constituídos por integrantes do Conselho de Graduação. “O compromisso da Pró-Reitoria de Graduação é contribuir para ampliar a importância da USP no que se refere ao seu significado social na formação de pesquisadores e de profissionais, na graduação e difusão do conhecimento, no País e no exterior”.

Inclusão social – A Pró-Reitoria de Graduação coordenou o processo de elaboração da proposta do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), até a sua aprovação pelo Conselho Universitário, em 23 de maio de 2006, e após este, o de implementação. Esse programa tem como foco os estudantes do ensino médio da escola pública, compreendendo um conjunto de ações de apoio a esses estudantes, antes, durante e após o processo seletivo para ingresso na Universidade – como um acréscimo de 3% na nota obtida no vestibular. Em 2007, ingressaram na USP 2.719 estudantes da escola pública (26,7% do total), 1.511 dos quais são provenientes das escolas da rede estadual paulista de ensino médio regular.

Entre os novos programas promovidos pela Pró-Reitoria de Graduação está o Ensinar com Pesquisa, que visa a contribuir para o desenvolvimento do conhecimento no campo do ensino e da pesquisa. Conta com 800 bolsas de R$ 300,00, com duração de 12 meses, podendo ser renovadas por igual período.

Foto crédito: Francisco EmoloHá também o Programa de Apoio à Internacionalização da Graduação, criado no ano passado, que visa a apoiar o projeto de internacionalização nas unidades, destinando recursos financeiros para subsidiar a participação de alunos regularmente matriculados em cursos de graduação, eventos ou atividades acadêmicas no exterior. Entre 2006 e 2007, o programa teve uma dotação de R$ 600 mil, disponibilizada por cotas a todas as unidades e institutos. Até o momento, 33 unidades utilizaram os recursos, beneficiando 32 unidades de ensino e um centro, além de dar oportunidade a 130 alunos para a participação em eventos e intercâmbios internacionais. Importantes também são as Pró-Salas Eletrônicas, projeto desenvolvido em parceria com a Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI) da USP. O programa resultou na estruturação, ainda em processo, de 12 centros de produção digital em diferentes unidades e campus da USP, ampliando a estrutura tecnológica voltada à graduação.

A Pró-Reitoria de Graduação tem dado atenção especial aos programas que já vinham sendo desenvolvidos, como o Pró-Aluno, institucionalizado em 1994, que tem por objetivo prover os alunos de graduação de recursos básicos de informática. Já foram instaladas 43 Salas Pró-Aluno em 26 unidades de ensino, em três centros de informática e no Conjunto Residencial da USP (Crusp). Em 2006, o conselho diretor aprovou a criação de cinco novas salas na Faculdade de Medicina, na Escola de Engenharia de Lorena e na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Com essas novas salas, o programa passa a contar com 48 salas, totalizado 1.114 microcomputadores de alunos e servidores.

Outro programa que teve um resultado positivo foi o Pró-Salas, criado há 11 anos. Tem por finalidade levantar e manter um inventário da situação das salas de aula, ou seja, da ambiência dos espaços, considerando a iluminação e o conforto termoacústico. Esse programa funciona também como um laboratório para alunos dos cursos de Arquitetura. Em 2006-2007, a Pró-Reitoria de Graduação destinou R$ 200 mil para compra de equipamentos e compra de material. Importante também o Pró-Lab, lançado em 2002 com o objetivo de propiciar recursos para melhoria dos laboratórios didáticos para a graduação. Em 2006, foram alocados R$ 2 milhões para 36 unidades de ensino e ao Centro de Informática de São Carlos (Cisc). Em 2007, foram alocados R$ 3,9 milhões para as unidades de ensino. O programa foi reformulado na atual gestão e tem duas linhas de ação: manutenção, com 38 unidades atendidas (foram gastos R$ 2 milhões) e reequipamento, que beneficiou 13 unidades por ano, com o montante máximo de R$ 150 mil para cada (ou seja, um total de R$ 1,9 milhão). Destacam-se ainda o Programa de Apoio a Eventos Acadêmicos, que estimula as atividades extracurriculares que auxiliem na formação do aluno, e o Programa de Produção de Material Didático, delineado em 2007 e diretamente associado ao Centro de Produção Digital. As ações visam a consolidar e ampliar a produção de material didático voltada à graduação em diferentes formatos e suportes multimídia como apoio à estruturação do aprendizado eletrônico na USP.

 

O valor da graduação reforçado

Valorização da formação dos professores, fortalecimento do ensino da gradução e ampliação da inclusão social na USP foram as principais ações da Pró-Reitoria nos últimos dois anos, segundo a pró-reitora Selma Garrido Pimenta.

Jornal da USP – Que balanço a senhora faz de dois anos à frente da Pró-Reitoria de Graduação?

Foto crédito: Cecília BastosSelma Garrido Pimenta – Três diretrizes nortearam as ações da Pró-Reitoria neste biênio: a valorização da formação de professores no âmbito da Universidade, a valorização do ensino da graduação e a ampliação da inclusão social na Universidade. Nesse sentido, destaco alguns dos aspectos positivos da gestão nesses dois anos, como a rediscussão dos critérios para a distribuição das verbas para os programas já existentes e para os novos programas. Esses critérios propiciaram uma distribuição mais equânime para as unidades. Outro ponto positivo foi a criação, no âmbito do Programa Pró-Lab, de uma linha nova de atuação em que todas as unidades recebem, além do que já recebiam para a manutenção, uma cota para o reequipamento dos laboratórios de ensino. Outro programa criado foi o Ensinar com Pesquisa, com o objetivo de valorizar a importância da pesquisa na formação dos estudantes de graduação. Outro destaque é a implementação do programa de formação de professores na Universidade, sob a supervisão da Comissão Interunidades de Licenciaturas. No que se refere à valorização do trabalho docente na graduação, criamos o curso de especialização em Pedagogia Universitária, organizado e implementado pelo Grupo de Trabalho de Apoio Pedagógico. Outra ação positiva foi a definição do Programa de Inclusão Social da USP, o Inclusp, que tem um foco que, eu diria, acertado. No âmbito desse programa, também tivemos o projeto Embaixadores da USP, no qual os estudantes da Universidade vindos de escolas públicas voltaram às suas escolas para divulgar a experiência de ter entrado na USP. Outro aspecto a ser destacado é que o Conselho de Graduação aprovou um curso de graduação de formação de professores de Ciências a distância. É um curso pioneiro, com proposta inovadora, que está sendo analisado pelas instâncias que assessoram o Conselho de Graduação. Quanto à ampliação de vagas, a preocupação da Pró-Reitoria girou em torno da consolidação das vagas criadas na gestão anterior e do apoio à criação de novas vagas, mas em termos quantitativamente menores. O apoio às atividades de internacionalização também fizeram parte das metas da Pró-Reitoria.

JUSP – Quais foram os principais desafios?

Selma – O mais visível e o que causou mais impacto social foi o de criar e implementar o Inclusp. Mas o desafio maior, o desafio surdo, eu diria, é de ir procedendo a uma transformação da cultura existente de desvalorização da graduação no sentido do próprio enraizamento dos docentes e discentes nessa batalha de melhoria de graduação.

JUSP – Quais os projetos ou ações que podem ser aprimorados?

Selma – Todos eles. Todos estão em processo e sempre caberá o aprimoramento. Sempre há aspectos a serem aprimorados nessa relação de lançar a idéia, construí-la no coletivo, fazer acontecer, envolver as unidades. Assim você vai identificando aspectos que podem ser melhorados. O aprimoramento deve ser constante.

JUSP – Como define a importância da Pró-Reitoria de Graduação no contexto das atividades realizadas na USP?

Selma – Esse é um nível da escolaridade que, de modo geral, recebe o jovem e contribui para que ele dê o salto para a saída da adolescência e entrada na idade adulta, transformando-se em autor e sujeito de sua formação, sempre no coletivo, evidentemente. A graduação tem que, ao mesmo tempo em que disponibiliza conhecimento elaborado historicamente, possibilitar ao jovem desenvolver cada vez mais sua capacidade de pensar, com os instrumentos da ciência das áreas de conhecimento em geral, e se situar como cidadão que será um profissional, pesquisador, cientista, sempre na direção de qual é a contribuição que ele vai dar a partir desse capital acumulado para fazer com que a sociedade seja de melhor qualidade.

 
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