Os cem anos do arquiteto Oscar Niemeyer são comemorados com uma exposição instalada no Museu de Arte Contemporânea da USP, que apresenta 47 desenhos originais de um dos brasileiros mais reconhecidos no mundo. As obras fazem parte do acervo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, onde leciona Rodrigo Queiroz, organizador da mostra. “Empunha a caneta como quem segura uma batuta: a caneta na posição vertical, apoiada na palma da mão direita e aprumada entre o polegar e o indicador, percorre o papel em movimento contínuo”, escreve o professor ao relembrar uma palestra que Niemeyer proferiu na faculdade em 1995.
A essência do seu trabalho foi trazer para a arquitetura as curvas que caracterizam a paisagem brasileira, como no conjunto da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. “Não é o ângulo reto que me atrai”, justifica Niemeyer. “Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. A curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo. O universo curvo de Einstein.” especial
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