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tecnológicas dizem respeito a aplicações de imagens para análise da produção de agronegócios, produção de biocombustíveis, tecnologia de automação e controle ligados ao processo agropecuário, infra-estrutura, construções, ambiente, energia, análise de dados e softwares, por exemplo.
Por engenharia de biossistemas entende-se o estudo que engloba todos os aspectos biológicos e as estruturas relacionadas ao beneficiamento, processamento ou tratamento dos produtos agrícolas. Estão incluídos nessa área os estudos com grãos e outros produtos de origem biológica, microorganismos responsáveis por fermentação e tratamento de efluentes. Para que esse sistema biológico seja estudado é necessário um suporte em outras áreas de engenharia, como energia, estruturas, eletricidade, automação e agricultura de precisão.
Segundo Oliveira, o engenheiro de biociências é um profissional voltado aos processos de agricultura de precisão, assim como também aos processos ligados ao controle de qualidade da agropecuária. O novo curso busca cobrir a falta de engenheiros para atuar no campo. “Queremos formar um profissional preocupado com o sistema, que diminua perdas e provoque o menor impacto possível ao ambiente.”
O professor diz que, hoje, a maior parte dos equipamentos e softwares ligados à agropecuária brasileira são importados, como o sistema de controle de irrigação e as ordenhadeiras, entre outros. O profissional formado pelo curso poderá contribuir para o desenvolvimento de tecnologia nacional nesse setor.
Com cinco anos de duração, o curso funcionará no campus de Pirassununga durante a manhã e a tarde, oferecendo uma formação ligada ao estudo da física, da matemática, da biologia e da química, aplicadas à engenharia. Abordará temas aplicados à produção animal e vegetal, relacionados às tecnologias de automação, da informação e de apoio à produção. O profissional terá experiência de atuação no setor de agronegócio, de preferência internacional, através de atividades extracurriculares, estágios, pesquisa e extensão em empresas que atuam no mercado agropecuário, instituições universitárias e centros de pesquisa.
Infra-estrutura e prática – A parte prática do curso se dará nos 2.200 hectares do campus de Pirassununga, que, de acordo com Oliveira, atua em todas as áreas da agricultura e pecuária, “da criação de abelhas ao gado zebu”. O campus tem infra-estrutura que inclui sistemas de criação, fábrica de ração, matadouro e laticínio-escola, que são utilizados no aprendizado do aluno, assim como para a pesquisa e estágio. “Sem contar que na região de Pirassununga há várias empresas ligadas ao setor agrícola, à produção canavieira e à produção de estufas, que investem em tecnologia e em bons profissionais”, comenta Oliveira.
Quanto ao mercado de trabalho, Oliveira ressalta ser bem promissor, principalmente porque as empresas agropecuárias existentes hoje no país têm procurado investir em tecnologia, pois a concorrência é grande e exigente. “Um engenheiro de biossistema tem como meta melhorar cada vez mais a produção agropecuária e para isso precisa ser expertise em instalações de galpões, seja para carne de frango ou bovina, dois expoentes da exportação brasileira, como também em máquinas agrícolas, como colheitadeiras de cana-de-açúcar.”
Vale destacar, explica o professor, a diferença entre o zootecnista, profissional que estuda, por exemplo, o sistema de criação do gado, e o engenheiro de biossistemas, que se ocupa, por exemplo, com a máquina de ordenha e é responsável pelo processo de produção, avaliando se a máquina não está machucando o animal e prejudicando a qualidade do produto. Já o engenheiro de alimentos se volta especificamente para o produto final. “É quem analisa a qualidade do leite, por exemplo, se está adequado ou não para o consumo.”
Oliveira ressalta ainda que a formação do engenheiro de biossistemas está fortemente vinculada à posição de liderança que o Brasil ocupa na exportação de vários produtos agropecuários, como soja, café, carne bovina e de frango. “Para mantermos essa posição precisamos investir em tecnologia e em mão de obra qualificada.”
Competências e habilidades
O profissional formado em Engenharia de Biossistemas estará capacitado a desenvolver materiais, sensores, equipamentos, máquinas, softwares e sistemas de processamento, fazer controle e monitoramento e estudar a viabilidade técnico-econômica e ambiental desses processos. Poderá atuar nos campos da engenharia de infra-estrutura, de controle e automação e da tecnologia. A tabela abaixo mostra o campo de atuação desse profissional e suas especificidades.
Campos de atuação |
Especificidades |
Engenharia de infra-estrutura |
Sistemas de drenagem e irrigação, conversão e conservação de energia e impacto energético, fontes tradicionais, alternativas e renováveis de energia, diagnóstico energético, instalações elétricas de baixa tensão e instalações complementares para a agroindústria |
Controle e automação |
Sensoriamento, controle e automação de instalações, equipamentos, componentes, dispositivos mecânicos, elétricos, eletrônicos, magnéticos e ópticos |
Tecnologia |
Materiais e aproveitamento de produtos biológicos, classificação e rastreamento de produtos, acondicionamento, armazenamento, pós-colheita e preservação de produtos, agrometeorologia, bioclimatologia e ambiência, agricultura de precisão, controle estatístico e metrológico de produtos e processos, normalização e certificação, agronegócio, administração rural, empreendimentos agroindustriais, pesquisa operacional e otimização de sistemas agropecuários |
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