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Programação do Tusp

Crédito foto: divulgação
Morte e Vida Severina, sobre a viagem de um homem ao Recife

O Teatro da USP (Tusp) dá início à programação do Projeto 100, que comemora o centenário da imigração japonesa no Brasil, com a peça Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Com direção de Alice K. e Miguel Atênsia, o espetáculo conta a história do retirante Severino, que deixa sua cidade natal no sertão de Pernambuco e, seguindo o curso do Rio Capibaribe, chega ao Recife e ao mar. Em seu caminho, depara-se apenas com a morte, uma repetição infinita de sua trágica condição, e ao chegar no Recife, encontra a explosão de uma vida Severina. Em cartaz até 7 de setembro, sábados, às 21h, e domingos, às 20h, no Tusp (r. Maria Antonia, 294, Consolação), com ingressos a R$ 15,00. Estréia também nesta sexta a peça O Abajur Lilás, que integra a programação da “Mostra Plínio Marcos”. O espetáculo fala sobre três prostitutas que sobrevivem à beira da marginalidade. Um dia, tomada por um acesso de raiva e para provocar o proprietário do covil, uma delas quebra um abajur, causando um conflito que desemboca em terrível tragédia (até 7 de setembro, sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h, com ingressos a R$ 20,00). O Tusp oferece também a palestra “Cultura Pop Japonesa: A Linguagem do Mangá e a Cena Palestrante”, com Sonia Luyten (nesta quinta, às 20h) e o experimento cênico Death Note (sexta, às 21h), ambos gratuitos. Informações pelo tel. 3255-7182.

 

Uma Sátira Menipéia

A Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes apresenta a peça As Três Graças – Uma Sátira Menipéia, com texto de Luis Alberto de Abreu e direção de Ednaldo Freire. O espetáculo foi construído a partir de depoimentos e lança um novo olhar sobre o universo feminino. Narra a história de três mulheres: a primeira tem apenas cinco lembranças de seu passado; a segunda é tola, ludibriada por um marido bígamo; e a terceira se nega a aceitar as agruras da vida e sonha com um improvável reencontro com a mãe verdadeira. Segundo o autor, a peça “harmoniza drama, comédia, narrativa mítica e música em uma sátira menipéia, uma miscelânea de gêneros, talvez uma das características mais fortes da cultura popular”. Em cartaz até 28 de setembro, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h, no Teatro Célia Helena (r. Barão de Iguape, 113, Liberdade). Informações pelo tel. 3209-0470. Os ingressos custam R$ 20,00.

 

Larvárias no Palco Giratório

Crédito foto: Claudio Etges
O cotidiano retratado com humor pela Cia. do Giro

O Festival Palco Giratório 2008 apresenta ao público 18 espetáculos teatrais de vários estados, nove deles inéditos na capital paulista. Nesta quinta, às 21h, a programação traz o espetáculo Larvárias, do grupo gaúcho Cia. do Giro. A peça retrata aspectos do cotidiano, seu humor e poesia. Todos os atritos, confusões, equívocos e aproximações são levados ao palco. A encenação é inspirada na estética das máscaras do Carnaval de Basel, na Suíça. Máscaras-larvas em diferentes estados e formas flutuam entre o ser humano e o bicho, não tão bem resolvidas em características humanóides e tampouco se identificando com aspectos animais. A peça já foi convidada para festivais internacionais como o venezuelano Teatro do Occidente e o espanhol Teatro de Granada.No Sesc Ipiranga, que fica na r. Bom Pastor, 822. Mais informações pelo tel. 3340-2000. Os ingressos custam R$ 12,00.

 

O Médico e os Monstros

O Grupo La Mínima apresenta a peça O Médico e os Monstros, inspirada no suspense clássico The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, escrito pelo escocês Robert Louis. A adaptação é assinada pelo dramaturgo Mario Viana e a direção, por Fernando Neves. A montagem discute o emblemático conflito entre o bem e o mal, o homem ideal e seus desejos mais perversos. “O Médico e os Monstros mostra o que era visto como certo no século 19. Toda aquela formalidade que, na verdade, não passava de hipocrisia”, diz Viana. A peça faz referência a elementos circenses, ao cinema de horror e diversas releituras irreverentes da obra, que conta como surgiu o repulsivo Edward Hyde, que não hesita em praticar maldades contra os outros. Ao longo da comédia, os personagens revelam seu lado oculto, mostrando que mal e bem coexistem em todo ser humano. Estréia neste sábado e vai até 14 de dezembro, sábados e domingos, às 16h, no Teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313). Informações pelo tel. 3146-7439. Entrada franca.

 

Estréia no Sesc

Crédito foto: divulgação
Homem se perde em suas lembranças a caminho de matar outro

Estréia nesta quarta, às 21h, o espetáculo Um Segundo e Meio, com texto e interpretação de Marcello Airoldi e direção de Antonio Januzelli. A peça narra a trajetória de um homem para matar outro. Durante o caminho, alcança o limiar entre a lembrança de fatos de sua existência e a poesia de uma memória que vai além do real. A estrutura narrativa do texto reflete a velocidade e a necessidade que o protagonista tem de cuspir fragmentos de sua própria história e por meio deles purgar pequenos acontecimentos que marcaram sua vida. Aqui, a busca é pensar, experimentar, apoiando-se apenas na figura do ator, única ferramenta utilizada para diminuir a distância até o homem. Até 24 de setembro, quartas, às 21h, no Sesc Consolação, que fica r. Dr. Vila Nova, 245. Os ingressos custam R$ 10,00. O Sesc traz ainda, nesta segunda, às 19h30, a leitura dramática de O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, com direção de Ednaldo Freire. A obra retrata uma pequena cidade do interior da Rússia, governada por administradores corruptos que procuram acobertar suas mazelas (grátis). Informações pelo tel. 3234-3000.

 

Teatro nas Universidades

O projeto Teatro nas Universidades dá início à programação do segundo semestre com o espetáculo A Descoberta das Américas, de Dario Fo. O monólogo é estrelado por Julio Adrião, que recebeu o Prêmio Shell de Melhor Ator em 2005. A peça é inspirada em fatos reais que ocorreram na Flórida e foram contados pelo cronista Cabeça de Vaca, que expõe uma outra história da descoberta das Américas, narrada do ponto de vista da miséria. Johan Padan, um rústico, malandro e fanfarrão, embarca para Sevilha em uma das caravelas de Colombo. No novo mundo, o personagem sobrevive a um naufrágio, aprende a língua dos nativos e testemunha sua matança. Ele é preso, escravizado e quase engolido por canibais, se safando apenas com alguma técnica e muita sorte. O espetáculo será apresentado nesta terça e na próxima semana, dia 26, às 19h, no Teatro Cosipa, que fica na av. do Café, 277, Jabaquara, tel. 5070-7018. Entrada franca.

 

Comédia e terror trash

Crédito foto: Luiz Doroneto
A Cia. Le Plat du Jour apresenta seu novo espetáculo, Insônia

A Cia. Le Plat du Jour estréia nesta quarta, às 21h, a peça Insônia. Trata-se de um espetáculo de terror trash, criado a partir de uma história de ficção científica. Petúnia e Begônia são duas irmãs que não sabem que foram clonadas e moram num porão úmido e insalubre, de onde nunca saíram. Ainda meninas, as personagens desenvolvem uma alegria tão forte que as impede de dormir. A partir de então, a insônia passa a ser rotina. As duas crianças aprendem a sobreviver lutando diariamente contra a fome, sendo que o único alimento acessível é a carne humana, e por isso elas se alimentam de visitas inesperadas. Repleto de humor negro, o texto faz referência a filmes como O Bebê de Rosemary e À Meia-Noite Levarei Seu Cadáver. Até 27 de novembro, quartas e quintas, às 21h, no Teatro Imprensa (r. Jaceguai, 400, Bela Vista, tel. 3241-4203). Os ingressos custam R$ 30,00.

 

Sermão do Bom Ladrão

Celebrando os 400 anos do nascimento do padre Antônio Vieira, o Pátio do Colégio apresenta um de seus sermões mais polêmicos. O Sermão do Bom Ladrão, pregado em 1655, em Lisboa, fala sobre corrupção, justiça, igualdade e ética. O monólogo revela a atualidade das idéias e da linguagem do jesuíta, que dizia que “o roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres”. Com o ator Adilson Azevedo no papel principal, e a jornalista e dramaturga Vera Amatti na adaptação e direção, destacando os aspectos mais expressivos do texto. Foi preservado o discurso engenhoso de Vieira, de forma atrativa para todas as faixas etárias. A encenação marca a estréia mundial da peça e tem entrada franca. Apresentação única neste sábado, às 16h, no Pátio do Colégio, que fica na Praça Pátio do Colégio, 2, Centro. Mais informações pelo tel. 3105-6899.

 
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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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