São Paulo em 1841: maquete é parte do acervo do Museu Paulista
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do Estado (Condephaat) e o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) já haviam aprovado o conceito geral. Cecília Helena Salles de Oliveira, atual diretora do Museu Paulista e professora do Programa de Pós-Graduação em História Social da USP, esclarece que o objetivo principal é criar um anexo que possibilite a melhor adaptação dos espaços internos do museu. “O prédio é um monumento, portanto não foi pensado para receber uma instituição pública. Temos limitações não só de espaço, mas de adequação de nossas atividades e reservas técnicas”, explica a professora Cecília. Ela revela ainda que a idéia é transformar o edifício atual em área totalmente expositiva e construir um prédio para concentrar as áreas administrativas e salas de aula.
Já na década de 1930, quando o diretor do museu era o historiador e professor Affonso Taunay, falava-se na necessidade de um anexo. Posteriormente um outro professor que lutou para que houvesse a criação de um anexo foi José Sebastião Witter, diretor do museu entre 1994 e 1999, que chegou a elaborar uma maquete do prédio a ser construído.
O projeto de ampliação atual foi assinado pelos arquitetos Eduardo Colonelli e Silvio Oskman, do Escritório Paulistano de Arquitetura. Segundo Oskman, o grande desafio é poder realizar o previsto, respeitando a arquitetura do prédio, projetado entre 1885 e 1890 por Tommaso Gaudenzio. A planta prevê a criação do prédio administrativo no Parque da Independência, que fica atrás do museu, no qual ficariam salas de aula, a reserva técnica do acervo, os laboratórios de conservação e restauro e os serviços de museografia. Ele seria ligado ao edifício original por uma galeria subterrânea, que abrigaria uma grande área para exposições e um auditório, além de área de descanso e banheiros para o conforto do público.
Além disso, uma das propostas é a construção de dois elevadores panorâmicos, que serão instalados em torres laterais ao edifício tradicional. “Os elevadores são importantes para a acessibilidade do público, facilitando a visitação dos deficientes e pessoas com maiores dificuldades”, aponta Heloísa Barbuy, vice-diretora do Museu Paulista. Ela ainda conta que com a reforma a área do museu irá quadruplicar, passando dos cerca de 6 mil metros quadrados atuais, para 24 mil metros quadrados construídos.
A diretora do museu chama atenção para o fato de que o projeto apresentado é apenas uma proposta de viabilidade e que é necessário que se faça a prospecção do solo e estudos para definir aquilo que será o projeto executivo propriamente dito. Ela ainda ressalta que as negociações são complexas, uma vez que a área do Parque da Independência não pertence à USP, mas à Prefeitura do Estado de São Paulo. “O governo do estado deu autorização para que se faça a prospecção, mas é apenas uma preliminar”, enfatiza a diretora.
Restauração – Iniciativa que corre paralela ao projeto de expansão do museu e que a diretora considera fundamental é a de restauração e preservação do edifício centenário. Os estudos para a restauração já estão sendo realizados pela Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf) da USP. Assim, a conservação e expansão do espaço museológico é complexo e envolve “um leque de ações”, diz Cecília.
Com o aumento do espaço expositivo, parte das coleções guardadas no museu, hoje sem acesso do público, poderá ser visitada. Cecília destaca que o museu chega a receber 5 mil pessoas por dia. “Quanto mais espaços para acolher os visitantes, melhor.” Hoje o Museu do Ipiranga possui 20% de seu acervo exposto, mas a historiadora destaca que essa é a porcentagem média exposta pelos museus em geral. Ela atenta para o fato de que expor o acervo inteiro é impossível, uma vez que muitas peças – como os documentos textuais – podem ficar em área expositiva apenas cinco dias, porque sofrem com a ação da luz.
Leia mais informações sobre as atividades culturais do Museu Paulista na página eletrônica da Revista Espaço Aberto.
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