|
|
Dentro e Fora do Circuito
Tríptico Suspyro, de Carlos Diaz: influência da street art, produção nacional em cartaz no Paço das Artes, que fica dentro da USP
|
Repensar os mecanismos e processos de legitimação, institucionalização e exclusão no circuito artístico é a proposta da exposição que será aberta neste sábado, ocupando dois espaços da capital, o Museu da Imagem e do Som (MIS) e o Paço das Artes. “I/Legítimo: Dentro e Fora do Circuito” reúne trabalhos de 42 artistas e coletivos da Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Peru, Romênia, Uruguai e Brasil, nos mais diversos suportes, da animação, fotografia e vídeo a arte digital, performance, instalação, música e pintura. A abertura, a partir das 11h, no Paço, inclui inauguração do mural coletivo De Outros Espaços, reunindo obras de seis representantes da street art paulistana, e às 14h, discotecagem do DJ Ganjaman, com início de performances do Percurso Skate. Já no MIS, às 18h, acontecem projeções coordenadas pelo coletivo Digital Spray, da dupla brasileira Highraff e Charlie, que trabalha a fusão entre animação e pintura. Dividida em dois segmentos, Espaço em Movimento, ainda no MIS, com destaque para a instalação Controle de Velocidade, de Leandro Lima e Gisela Motta, em que um sistema de segurança vai medir o tempo que os visitantes levarão para percorrer a mostra; e uma estação de áudio, Periferia Digitais-Tempo-Espaço, de Ronaldo Lemos, com a música eletrônica das periferias, além de animações, como da norte-americana Desireé Holman, que ironiza a fórmula das séries televisivas. E Zona de Ação do Paço traz, por exemplo, obra do romeno Dan Perjovschi, destaque na última edição da Bienal de Veneza, que transpõe para as paredes 250 desenhos via papel-carbono, questionando os limites das instituições de arte. Com curadoria de Priscila Arantes e Fernando Oliva. Até 30 de novembro, de terça a sexta, das 11h30 às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 17h30, com entrada franca, no Paço (av. da Universidade, 1, tel. 3814-4832); e até 11 de janeiro de 2009, de terça a sexta, das 12h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h, no MIS (av. Europa, 158, tel. 3062-9197), com ingressos a R$ 4,00 e entrada gratuita aos domingos.
Fotografias de Nair Benedicto
Uma retrospectiva da carreira da fotojornalista Nair Benedicto acaba de entrar em cartaz na Galeria Olido, reunindo cerca de cem imagens, da década de 1970 até os dias de hoje, que passam pelos movimentos políticos e sociais do Brasil, com séries de crianças, índios e mulheres. Ela é a artista convidada da 2ª Mostra do Programa de Fotografia, que ainda traz trabalhos de Guilherme Maranhão, investigando o caminho entre a fotografia e o lixo; de João Castilho com as séries Lote Vago (mostrando desempregados) e Linhas, em que utiliza fios de lã para intervir no espaço e criar geografias, cartografias e diagramas; e, finalmente, de José Frota com sua obra Espaços Interiores, com cerca de 15 imagens, registrando pequenos detalhes. A curadoria é de Salomon Cytrynowicz. Até 23 de novembro, de terça a sexta, das 12h às 21h30, e sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 20h, com entrada franca, no Centro de Fotografia da Galeria Olido (av. São João, 473, sobreloja, Centro). Mais informações pelo tel. 3331-8399.
Cássio Vasconcellos
Menos de 1% da frota de carros de São Paulo está na instalação Coletivo (na foto, detalhe da obra), composta por imagens aéreas de 50 mil veículos, cada um deles com apenas três centímetros
|
Neste sábado, às 17h, será inaugurada a instalação Coletivo, do fotógrafo Cássio Vasconcellos, criada para o LabMIS (Laboratório de Novas Mídias do Museu da Imagem e do Som), que ficará no Espaço Redondo. É um mosaico de grandes proporções, composto por imagens aéreas de 50 mil carros, caminhões, ônibus, ambulâncias e viaturas policiais, dipostos lado a lado, enfileirados por ordem. No conjunto, formam um estacionamento ou congestionamento gigantesco, mas correspondem a menos de 1% da frota de veículos licenciados na capital no último ano, segundo projeção do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran). Para capturar as imagens, o fotógrafo sobrevoou a cidade por duas horas, depois recortou os veículos retratados, fazendo uma composição, incluindo até frotas e comboios imaginários. O resultado final ilude a visão do espectador. A obra representa a evolução da trajetória do artista iniciada na década de 80, marcada pelo diálogo com o surrealismo. Em cartaz até 11 de janeiro de 2009, de terça a sexta, das 12h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h, no MIS (av. Europa, 158, tel. 3062-9197). Ingressos: R$ 4,00; aos domingos a entrada é franca.
Programas experimentais
O Centro Cultural São Paulo traz três programas de artes plásticas: Paradas em Movimento (plataforma permanente para a apresentação de mostras audiovisuais), Passagens Secretas (mostra realizada pelo Grupo de Crítica do CCSP) e o primeiro trabalho dos Artistas Convidados do tradicional Programa de Exposições, que lança o desafio de se criar obras site-specif. O primeiro conta com a instalação de dez estações multimídia, sendo inaugurada com a exposição “Cartografias Dissidentes”, que tem curadoria do espanhol José Miguel Cortés, reunindo trabalhos que lançam um olhar sobre as cidades de Havana, Madri, Buenos Aires, Barcelona, São Paulo, entre outras. Marcelo Cidade dá início a série de trabalhos site-specifc com a intervenção Demonstrador de Segurança, que se remete à forma e função de um outdoor, mas que, ao contrário de usar uma imagem, utiliza um alambrado metálico, tornando possível observar a paisagem através da obra. E no próximo sábado, dia 25 de outubro, será inaugurada “Passagens Secretas”, com trabalhos desenvolvidos por 11 artistas em diálogo com 10 curadores. No CCSP (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 3383-3402), que funciona de terça a sexta, das 10h às 20h, e sábados e domingos, das 10h às 17h. Grátis.
Identidades Contrapostas
A instalação Partitura, de Edith Derdyk
|
Cerca de 40 trabalhos de 18 artistas do Acervo Porto Seguro de Fotografia estão na mostra “Identidades Contrapostas”, ou seja, que elege a liberdade conceitual e técnica através de novas linguagens e recursos experimentais. As fotos estão entre as premiadas nas edições de 2001 a 2007 do Prêmio Porto Seguro de Fotografia, com destaque para as obras de Cássio Vasconcellos, Avani Stein e Marcelo Lerner que trabalham com interferência direta no filme e no negativo; da instalação Partitura, de Edith Derdyk, que cria diversas situações com a condição de se saber qual será sua ordem; e das imagens de Eustáquio Neves que com a manipulação ganham ares de antigas para questionar o passado e recriar a memória. Também estão presentes trabalhos de Ricardo Hantzschel, Cris Bierrenbach e Vilma Solaglio, que recuperam processos técnicos arcaicos, como o pinhole, daguerreótipo e fotografia P7B solarizada; e ainda de Edu Marin Kessedjian, Fátima Roque e Lívia Aquino, com imagens inusitadas, pelo formato ou confecção, questionando os processos mecânicos de produção. A curadoria é de Cildo Oliveira. Até 30 de novembro, de terça a domingo, das 11h às 20h, com entrada franca, no Instituto Tomie Ohtake (av. Brig. Faria Lima, 201; entrada pela r. Coropés). Mais informações pelo tel. 2245-1900. Grátis.
Objeto Brasileiro
A Casa – Museu do Objeto Brasileiro está sediando a exposição do 1º Prêmio Objeto Brasileiro, com peças e/ou projetos de 20 estados do Brasil, que foram finalistas, incluindo luminárias, jóias e acessórios até móveis e utensílios domésticos, produzidos por designers e artesãos. Lançado em comemoração dos dez anos de A Casa, o prêmio recebeu mais de mil inscritos, selecionando 62, dos quais 8 foram premiados nas seguintes categorias: Objeto de Produção Autoral, com primeiro lugar para a Luminária Cristal de Luz, do carioca TT Leal; Objeto de Produção Coletiva, premiando a Cortina Monteiro, produzida pela Associação dos Artesãos de Monteiro; e Ação Socioambiental, que premiou o Projeto Veredas; além de Novos Projetos, em que três trabalhos de estudantes tiveram protótipos produzidos. A mostra pode ser visitada até 28 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 19h, com entrada franca. A Casa fica na r. Cunha Gago, 807, Pinheiros, tel. 3814-9711.
Volpi e obras em madeira
Obra Sem Título, de Alfredo Volpi
|
Para comemorar seus dois anos, o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) inaugura nesta terça, às 19h (para convidados) duas exposições: “Absorção e Intimismo em Volpi” e “Amilcar de Castro e Sergio Camargo: Obras em Madeira”. A primeira, com curadoria de Sônia Salzsteinm, apresenta 28 pinturas de Alfredo Volpi, produzidas entre o fim da década de 50 e o início dos anos 70, a maior parte das obras é proveniente de coleções particulares e pouco conhecidas do público. A segunda, organizada por Taísa Palhares, reúne 37 esculturas e relevos em madeira dos dois principais escultores da arte brasileira da segunda metade do século 20. Ambas as mostras serão abertas ao público na quarta e ficam em cartaz até 25 de janeiro de 2009, com visitação de terça a sábado, das 10h às 18h, e domingos, das 12h às 17h, no IAC (r. Maria Antonia, 258, Edifício Joaquim Nabuco, tel. 3255-2009). A entrada é franca.
Formas e cores no MuBE
O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) inaugurou duas exposições na última semana. A primeira é “Luiz Martins – Transparência da Forma”, com curadoria de Jacob Klintowitz. São 12 desenhos e 18 esculturas feitas de madeira e aço, desenhos de grandes formatos que sofrem a interferência de novos elementos visuais, indagando sobre a qualidade da abstração. O caráter visual da obra e as relações entre os dois materiais conferem ao trabalho do artista, nas palavras de Klintowitz “um grande talento ainda desconhecido”, a intencionalidade que o afasta da mera manifestação emocional. Já “Fernanda Genthon – Colheita das Flores” traz 25 fotografias realizadas nos últimos anos e revela a sensibilidade da artista com a natureza. Fernanda utiliza equipamento digital e programas de intervenção na imagem, mas imprime suas fotos em papel concebido para suporte de aquarela, desenho e guache. “E o olho que utiliza este sistema misto de atualidade e tradição é movido pelo amor à clássica manifestação artística da China”, afirma Klintowitz, que também assina a curadoria desta mostra. Ambas estão em cartaz até 2 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 19h, no MuBE, que fica na av. Europa, 218, Jardim Europa. Informações pelo tel. 2594-2601. Grátis.
Gravura Peregrina
A Pinacoteca do Estado exibe cerca de 150 gravuras de uma das mais importantes gravadoras brasileiras. “Maria Bonomi – Gravura Peregrina” tem curadoria de Ana Maria Belluzzo e mostra o gosto pelo fazer artesanal que a artista sempre conservou, mantendo-se em constante exercício ao longo de mais de 50 anos de atividade. O título da mostra remete à tradição da experimentação usada nos vários modos de transição da imagem gráfica de um suporte a outro. A forma de trabalhar promove grandes mudanças no regime espacial e discursivo das obras. Durante o processo criativo, ela recorre a formas de corpos naturais e de objetos achados ao acaso. A grafia manual, tradicionalmente exposta na horizontalidade da mesa, dá lugar à estampa ampliada, levada ao regime visual da verticalidade da parede. Em cartaz até 7 de dezembro, de terça a domingo, das 10h às 18h, na Praça da Luz, 2. Informações pelo tel. 3324-1000. A entrada custa R$ 4,00 (grátis aos sábados).
|