O Núcleo de Apoio à Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa (NEHiLP) visa à divulgação das pesquisas acadêmicas brasileiras sobre Linguística Histórica, Filologia e Etimologia. Para tal, congrega especialistas de várias áreas que se dedicam diretamente a tais estudos. Muitos pesquisadores desse núcleo interdisciplinar são especialistas em história antiga e moderna, estruturas linguísticas e teorias de reconstrução linguística. O método empregado é o da pesquisa em documentos antigos e atuais, com vistas à organização da informação linguística que permita gerar dados de qualidade para a consulta tanto de especialistas em linguística como de outros setores da sociedade que se interessem por etimologia (sobretudo jornalistas e cientistas das mais variadas áreas). Além do fichamento das primeiras datações de vocábulos e de suas acepções, o NEHiLP disponibiliza informação histórica classificada segundo suas características sociolinguísticas e estilísticas, associadas a informação sobre frequência de uso.
(a) revisão das datações mais antigas (termini a quo) dos verbetes disponíveis nos dicionários etimológicos do português
(a saber, José Pedro Machado, Antônio Geraldo Cunha e Houaiss & Villar), a fim de se atingir um grau de qualidade comparável
às de outras línguas europeias;
(b) Inserção de novos verbetes, a partir da produção neológica da língua portuguesa com sua datação correspondente;
(c) Inserção de datações para acepções distintas do significado original dos mesmos verbetes;
(d) Coleta de abonações comprovatórias para cada verbete (sentido principal e acepções secundárias),
segundo o testemunho mais antigo em corpora, com observações sobre suas características sociolinguísticas e estilísticas bem
como sobre sua frequência;
(e) Procura do étimo de uma palavra bem como da sua trajetória entre sua origem à sua introdução na língua portuguesa,
sobretudo nos latinismos introduzidos por meio das línguas modernas, nos arabismos e germanismos antigos e nos galicismos
e anglicismos modernos; com maior detalhamento para palavras cujo étimo ou origem seja asiático, africano ou ameríndio;
(f) Investigação mais detalhada com respeito às inovações do século XX, que dispõem de datação muito falha, apesar
de haver muita documentação disponível em arquivos públicos;
(g) Desenvolvimento de teorias que permitam maior interação entre diversas áreas de conhecimento sobre
sincronias passadas, transmissão vocabular, estrangeirismo, neologia,introdução de formas marginais na língua corrente,
arcaísmo, dicionarização e diversos outros aspectos que envolvam a Lexicologia, a Filologia, a Sociolinguística e a
Linguística Geral;
(h) Cursos de Etimologia abertos à comunidade;
(i) Publicações específicas sobre Etimologia e História da Língua Portuguesa;
(j) Participação mais ativa da Universidade em debates e posicionamentos promovidos pela mídia, com a finalidade de
apresentar ao público, de maneira científica e equilibrada, questões de Etimologia,
História e Normatização da língua portuguesa;
Os estudos de etimologia estão intimamente relacionados ao estudo histórico das línguas. Muito do que se fez no século XIX para outras línguas indo-europeias, no entanto, não se aplica à língua portuguesa: o instrumental utilizado tem sido o mesmo desde início do século XX. Da década de 40 à de 90, os estudos diacrônicos foram substituídos por outras importantes novas vertentes da Linguística Moderna, que preferiram estudar aspectos sincrônicos atuais e o funcionamento das línguas. Isso contribuiu, contudo, para alguma deficiência na formação de especialistas em Linguística diacrônica. O NEHiLP busca atender essa necessidade contemporânea, uma vez que é diretamente formado por especialistas de diversas áreas com o objetivo comum de resolver problemas pontuais persistentes em Etimologia e História da Língua Portuguesa. O interesse da população pelo tema é bastante grande, como se pode ver em publicações de variados níveis de qualidade sobre o mesmo tema em páginas da internet, revistas e programas de televisão. O sucesso do Museu da Língua Portuguesa e colunas sobre etimologia em revistas populares provam uma demanda bastante grande pelo tema. Um núcleo que tenha por foco o estudo histórico e científico da etimologia da língua portuguesa pretende preencher lacunas importantes nas obras atuais e corrigir distorções veiculadas pelos meios de comunicação. Embora as universidades brasileiras produzam bastante pesquisa sobre linguística histórica, o desconhecimento do método etimológico é o motivo pelo qual não dispomos ainda de um dicionário etimológico à altura de um dicionário Corominas, para a língua espanhola.
Núcleo de Apoio à Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa