Estudo desenvolvido pelo Professor Eduardo Haddad, com a colaboração da aluna do Mestrado do IPE/USP e pesquisadora do NEREUS, Maria Carolina C. Marques, avaliou as características das estruturas de ligações setoriais e espaciais da economia brasileira a partir de uma visão integrada das economias regionais associadas aos territórios das áreas de concessão da ANEEL. Esta abordagem, inédita para o Brasil, proporcionará um melhor entendimento da estrutura das relações econômicas no contexto da regionalização adotada pela ANEEL, trazendo benefícios para o planejamento do setor energético no País.
O trabalho, intitulado “Technical Note on the Construction of the Interregional Input-Output System for the Concession Areas of ANEEL”, teve como objetivo apresentar e detalhar a metodologia para a estimação de um sistema interregional de insumo-produto para as áreas de concessão da ANEEL. O banco de dados gerado servirá como base para estudos subsequentes. De acordo com os autores, pretende-se ainda desenvolver um modelo híbrido de insumo-produto e um modelo computável de equilíbrio geral a partir da matriz gerada. No curto prazo, as características estruturais do sistema serão exploradas na dissertação de mestrado de Maria Carolina, que utilizará a matriz de insumo-produto para analisar a estrutura espacial das áreas de mercado das concessionárias.
A metodologia adotada no estudo do NEREUS baseia-se na tradição dos modelos de Chenery e Moses em que se integram matrizes de comércio interregional por produtos a um sistema de insumo-produto nacional e às contas regionais. Esta abordagem tem sido bastante utilizada nos trabalhos do Professor Haddad e seus colaboradores para a geração de sistemas interregionais com uma desagregação espacial mais fina. Além desta e de outras aplicações para o Brasil, esta metodologia foi testada e operacionalizada em trabalhos para a Colômbia, Equador, Líbano e até mesmo para um modelo interinsular desenvolvido para o Arquipélago dos Açores, em Portugal. O Professor Eduardo Haddad ressalta que “as principais vantagens desta abordagem alternativa para a estimação de sistemas interregionais de insumo-produto estão associadas a sua flexibilidade de operacionalização em diferentes contextos de disponibilidade (e limitação) de informações secundárias; à garantia de consistência sistêmica entre os fluxos de mercadorias e a tecnologia de produção do país; e às várias possibilidades analíticas que se abrem ao se considerar explicitamente as matrizes de origem e destino da produção nacional, geradas a partir das características econômicas e de aspectos físicos da infraestrutura do país”.
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