Atualmente, o Programa de Alimentação dos Trabalhadores (PAT) cria incentivos para que firmas brasileiras realizem transferências em produto, tipicamente na forma de vales ou tíquetes, para cerca de 20 milhões de trabalhadores. O presente trabalho utiliza uma metodologia baseada em escore de propensão para testar se tais benefícios distorcem as decisões de consumo das famílias quando comparadas a transferências em dinheiro, considerando que essas últimas estão sujeitas a deduções fiscais características do mercado de trabalho. Os resultados sugerem que domicílios de baixa renda que recebem o benefício consomem de 15,7% a 25,0% mais comida do que se recebessem dinheiro e que o peso morto associado às distorções atinge US$ 63,1 (R$ 150,1) milhões. Entretanto, não há evidências de que o excesso de consumo de alimentos esteja, como se desejaria, tornando os trabalhadores mais saudáveis e produtivos. Apesar da necessidade de uma análise mais detalhada em termos de nutrientes, esta é uma primeira evidência de que o PAT pode não estar atingindo seus principais objetivos.
Autor: Bruno Toni Palialol
Orientador: Paula Carvalho Pereda
Ano: 2016