Foi desenvolvido, por uma equipe de pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), um processo de imobilização não covalente de uma seqüência especifica de genes ligados a nanotubos de carbono. Produzindo assim um sistema híbrido oligonucleotídeo-nanotubo de carbono para ser utilizado como agente de internalização gênica no combate de fitopatógenos. O objetivo desta internalização é permitir que o oligonucleotídeo passe para o citoplasma dos patógenos e interfira nos mecanismos de síntese protéica regulada pelo RNA mensageiro do mesmo, resultando na inibição de estruturas de infecção. Esse processo causa a morte do patógeno ou diminuição dos efeitos nocivos do agressor ao hospedeiro.
Descrição da Tecnologia ou Competência
O controle da ferrugem, praga que atinge inúmeras plantações de feijão, é realizado através da utilização de cultivares resistentes à doença, práticas culturais e/ou a aplicação de defensivos agrícolas. A existência de uma grande variabilidade de raças de U. appendiculatus circulante dificulta o controle da ferrugem. Esse fato, associado à utilização de defensivos agrícolas, que levam a seleção de microorganismos fitopatogênicos resistentes aos compostos disponíveis, mostra a necessidade de se buscar alternativas mais eficazes e menos poluentes para o controle da ferrugem em vegetais.
A compreensão dos mecanismos de patogênese e sua manipulação abrem caminho para a obtenção de estratégias que permitem uma solução mais específica e menos impactante para o meio ambiente. Dessa forma, a internalização de oligonucleotídeos anti-senso, através da utilização do conjugado nanotubo oligonucleotídeo, representa uma alternativa eficiente para análise funcional de genes em fungos filamentosos, especialmente daqueles que apresentam limitações com as técnicas convencionais. Em outro aspecto, é uma ferramenta potencial para o desenvolvimento de novas estratégias de controle da doença no campo.
Essa técnica desenvolvida na UFMG apresenta as seguintes vantagens ao meio-ambiente e ao agricultor: alta bioseletividade e especificidade (atua sobre um patógeno específico, diminuindo a contaminação e a quantidade de defensivos utilizados).
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