Há décadas o espaço vem sendo explorado. Primeiramente, foram enviadas sondas espaciais – que são naves sem tripulação, para a realização de estudos e experimentos. Após cumprir sua missão, as sondas na maioria das vezes não retornam à Terra.
Sabe-se que Marte é um planeta que oferece condições para a vida semelhantes às encontradas na Terra. Entretanto, leva-se muito tempo para ir e voltar de lá, e enviar uma tripulação demandaria muitos equipamentos e suprimentos, tanto para a viagem quanto para o período de permanência no planeta. Os custos para essa empreitada são elevados, o que não possibilita constantes idas e voltas, além do fato de que os suprimentos não podem ser armazenados em um assentamento qualquer.
Então como produzir alimentos em outro planeta? E o que fazer com todos os resíduos que vão se acumulando durante a viagem, como por exemplo até Marte, que dura em torno de 3 anos (ida/estadia/volta)?
Luis Rodríguez, professor auxiliar da ABE (departamento de Engenharia Agrícola e Biológica da Universidade de Illinois), trabalha em parceria com a NASA a fim de solucionar essas questões. Eles têm dirigido seus esforços no desenvolvimento de sistemas que permitam aos astronautas produzir seu próprio alimento, dentre outras coisas. A produção e processamento de alimentos são desafios extremamente difíceis, pois a produção envolve uma lista extensa de requisitos, como luz, água, fertilizantes, temperaturas amenas, e outros.
Uma estufa contendo espécies hidropônicas e iluminação especial é um dos sistemas que estão sendo considerados para a produção de alimentos em Marte. Os procedimentos para o pós-colheita também vêm sendo estudados. Um cultivo nestas condições requer a realização de vários procedimentos antes que os alimentos se tornem comestíveis. A robótica deve ser empregada como uma ferramenta necessária para a realização de tarefas intensivas.
A reciclagem dos recursos é outra questão-chave. Toda a água consumida/utilizada deve ser tratada para se tornar potável novamente. O oxigênio e atmosfera devem ser mantidos, além disso todo o dióxido de carbono que é exalado precisa ser reciclado na forma de oxigênio.
O desafio está em descobrir maneiras de tornar essas questões possíveis fora da Terra. Uma vez que os astronautas estiverem à caminho de Marte não haverá tão cedo uma opção de volta. Assim, o maior desafio encontra-se em assegurar que o sistema irá funcionar sem nenhum problema logo durante a primeira vez. Rodríguez conclui: “É difícil ficar entediado trabalhando com a NASA”.
Fonte: Revista ABE-Illinois / primavera de 2008.
Veja também:
Seja o primeiro a comentar
Você precisa fazer log in para comentar.