Pesquisadores investem na clonagem do café

Já é possível tirar café descafeinado direto do pé! Esta é uma das mais inovadoras pesquisas do Instituto de Biologia da Unicamp, em Campinas, interior de São Paulo e está bem adiantada.

Foi como achar agulha no palheiro. Das 30 mil plantas do café Catuaí, do tipo Arábica, que germinaram, sete apresentaram índices próximos a zero de cafeína. Os testes se basearam na mutação genética.

O pesquisador da Unicamp Paulo Mazzafera explica que o processo todo é muito simples: “É um procedimento adotado na agricultura há muitos anos: tratar sementes com uma substância que chamamos de mutagênico e ela muda alguma parte do DNA daquela planta”.

A mutação praticamente eliminou o teor de cafeína nos pés, mas provocou outra situação que é a abertura precoce das flores, isto impossibilita a produção imediata em grande escala. A próxima etapa desse projeto é solucionar esse problema. “Abrindo precocemente ela fica mais acessível à pólen de uma planta que tenha cafeína. Esse pólen vindo e fecundando a flor do cafeicultante, pode restaurar o teor de café na semente”, fala Mazzafera. O pesquisador espera concluir os estudos em quatro anos.

Na cidade Pirapora, norte de Minas, uma experiência pode contribuir para expandir o café Conillon na região mais carente do Estado. O campo experimental de Conillon fica a 500 metros de altitude e o interessante é que as 115 mil mudas, plantadas em 42 hetares de café, foram clonadas no Espírito Santo, maior produtor da bebida no Brasil, e levadas para o norte de Minas Gerais.

Clonar o Conillon é de uma simplicidade que chama a atenção, o agrônomo Ronaldo João Zooca explica que basta destacar o broto: “Com um canivete retira a base da estaca, destaca alguns ramos, retira um terço das folhas e está pronta uma “estaquinha”. Depois disso, ela já pode ir para a sacola com substrato onde vai desenvolver, produzindo uma nova planta de Conillon”.

Clonar o café Arábica, produzido em 100% das propriedades do sul de Minas, não é uma tarefa tão simples e quebra a cabeça dos pesquisadores da UFLA, a Universidade Federal de Lavras. “O recenseamento do café Arábica é difícil, existem substâncias na planta que oxidam aquela estaca, no segmento de caule, quase impedindo a formação de raízes”, fala o professor da UFLA Samuel Pereira de Carvalho.

Mas os testes foram animadores. A clonagem é possível e faltam apenas detalhes para a distribuição das mudas na roça. “A planta clone tem constituição genética idêntica a planta matriz, de onde as partes vegetativas foram tiradas para então formar uma nova planta”, explica Carvalho.

Fonte: eptv.com

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