Leonardo Magalhães – Bolsista do Programa Aprender com Cultura e Extensão (2014/15). Orientado pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi.
Nos últimos anos o Brasil vem recebendo cada vez mais destaque como produtor mundial de alimentos. Além de liderar a produção em diversos setores, a agricultura brasileira destaca-se também por seus aspectos sustentáveis e ambientais. Ainda que sejam necessários avanços em diversos aspectos, em relação a outros países o Brasil destoa em seu aumento de produção ao mesmo tempo em que avança na proteção ambiental.
Em artigo publicado no site da revista Carta Capital, o economista e ex-ministro Delfim Neto destaca sobre o progresso da agropecuária brasileira: “É importante mostrar que esse imenso progresso tem sido feito com respeito às terras indígenas (584 reservas, que ocupam cerca de 14% do território nacional) e à conservação do meio ambiente (1.098 unidades, ocupando em torno de 17% do território). Quando se descontam algumas coincidências entre os dois conjuntos, chega-se a 247 milhões de hectares, ou seja, 29% do território nacional, sem levar em conta a legislação ambiental que atinge a atividade agrícola privada! Numa imperdível entrevista na Agroanalysis, o doutor Evaristo Miranda, da Embrapa, referiu-se ao registro da International Union for Conservation of Nature (IUCN), segundo o qual “os 11 países com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados existentes no mundo – China, EUA, Rússia etc. (tirando o Brasil) – dedicam apenas 9%, em média, dos seus territórios às áreas protegidas”.
Outro ponto a se destacar nesse processo de produção com conservação brasileiro, é o avanço da utilização da Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Essa estratégia, desenvolvida pela EMBRAPA e por diversos setores de pesquisa, procura recuperar antigas áreas devastadas de florestas sem perder a motivação e a produção econômica. E como funciona? A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia (Fonte: Ministério da Agricultura).
A integração também reduz o uso de agroquímicos, a abertura de novas áreas para fins agropecuários e o passivo ambiental. Possibilita, ao mesmo tempo, o aumento da biodiversidade e do controle dos processos erosivos com a manutenção da cobertura do solo. Aliada a práticas conservacionistas, como o plantio direto, se constitui em uma alternativa econômica e sustentável para elevar a produtividade de áreas degradadas. No Brasil, segundo dados da Embrapa, 80% da área de pastagem está abaixo de sua produtividade ideal. “O que não pode mais é diminuir a produtividade ou produzir ignorando as consequências para o ambiente”, adverte Luiz Carlos Balbino, pesquisador da unidade de Cerrados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O Brasil está conseguindo mudar sua imagem com isso. Você desmata e acaba esgotando o solo, deixando a terra improdutiva. O mais importante é que o Brasil tem uma poupança de área para usar sem desmatar”.
O sistema tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Para fomentar a prática, a Embrapa fornece assistência técnica em parceria com entidades locais, como parte da Rede de Fomento da integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares já utilizam os diferentes formatos da estratégia. Até 2020, o governo pretende que a integração seja adotada em 4 milhões de hectares.
Cabe a profissionais, como os Engenheiros de Biossistemas, desenvolver inovações e aplica-las a esse tipo de produção. Produzir alimentos aliado a outros produtos (como madeira, energia, borracha etc.) necessita utilizar-se de equipamentos multiuso, afinal o produtor precisa manejar os diferentes tipos de produção utilizando-se da menor quantidade de equipamentos possível não apenas para reduzir custos como para otimizar a produção, uma das aplicações por exemplo são dos chamados VANT’s que podem servir ao produtor tanto para monitorar as florestas quanto para observação e controle das lavouras (Conheça mais aqui). Outro ponto necessário a esse tipo de produção são softwares de gestão e análise, para que o produtor consiga controlar as especificidades de cada tipo de produção (como exemplo os softwares de manejo florestal). O Engenheiro de Biossistemas em sua formação possui a capacidade de desenvolver esses equipamentos e softwares além de outras inovações necessárias.
E aí, gostaram do tema? Gostariam de saber mais sobre isso? Leiam abaixo, comentem e voltem sempre ao nosso blog.
SAIBA MAIS: Artigo Delfim Neto na Carta Capital
Conheça as pesquisas da Embrapa sobre esse tema
Site do Ministério da Agricultura sobre a integração Lavoura-pecuária-floresta
Integração aumenta produtividade
Espaço do leitor:
A notícia a seguir foi enviada pelo leitor Rodolfo Galo, ela trata do desenvolvimento de uma folha artificial que transforma gás carbônico em oxigênio. Desenvolvida no Royal College of Art em Londres, essa folha pode ajudar a melhorar a qualidade do ar em diversas partes do planeta e contribuir também na exploração espacial. Leia a notícia completa aqui.
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