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Maria que virou Jonas ou a Força da Imaginação

O espetáculo será apresentado no TUSP de 26 de março a 19 de abril, de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h.

Espetáculo apresentado no TUSP de 26 de março a 19 de abri de 2015.

 Cia. Livre estreia espetáculo teatral sobre transgêneros inspirado em Montaigne.
Público escolhe papel dos atores.

Depois do ciclo Leituras Transvestidas, em que a Cia. Livre – de Cibele Forjaz, Edgar Castro e Lúcia Romano – trouxe à tona textos da dramaturgia universal sobre mudanças de identidade, o grupo traz ao Teatro da USP a sua nova criação, Maria que Virou Jonas ou A Força da Imaginação. O espetáculo será apresentado no TUSP de 26 de março a 19 de abril, de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h, em 16 apresentações.

A Cia. Livre estreia a décima peça de sua carreira de 15 anos. A trama parte de história clássica sobre mudança de sexo citada por Montaigne no Ensaio XXI, “Da Força da Imaginação”. O grupo de Cibele Forjaz, Lúcia Romano e Edgar Castro é um dos 22 que recebeu certificado de patrimônio imaterial da cidade de São Paulo. O projeto começou em 2014 e foi contemplado pela 24ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Maria que Virou Jonas ou A Força da Imaginação tem direção de Cibele Forjaz e no elenco Lúcia Romano e Edgar Castro. A peça conta ainda com a cenografia de Márcio Medina, figurinos de Fabio Namatame, vídeo de Lucas Brandão, músicas de Lincoln Antonio, luz de Cibele Forjaz e Rafael Souza Lopes, sonoplastia de Pepê Mata Machado e treinamento vocal para canto de Ná Ozzetti.

Escrito especialmente para a Cia. Livre por Cássio Pires, o texto enfoca o tema das identidades móveis, novas configurações para a questão do gênero e os intersexos. A pesquisa de um ano que resultou na peça culmina com a apresentação deste espetáculo inédito, contemplado pela 24ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. “Dessa vez, deslocamos nosso olhar etnográfico para o ambiente urbano”, fala Lúcia Romano, citando o título do projeto de Fomento, Do Mato ao Asfalto.

O mote do espetáculo nasceu da história da Marie que vira Germain, apresentada pelo filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592) no provocador ensaio Da Força da Imaginação, o Ensaio XXI, de 10 páginas. O historiador e sexólogo Thomas Laqueur (1945) reconta a fábula no livro Inventando o Sexo, no qual discute que o que entendemos como sexo, as chamadas verdades biológicas na realidade são construções culturais. O relato ganhou tradução cênica na adaptação da Cia. Livre, que recria o caso de Marie-Germain – habitante de Vitry, na França do século XVI, que, nascido Marie, muda de sexo e é aceito socialmente como homem – destacando dali o tema da transformação do corpo. Assim, a trama parte desse relato supostamente real para discutir a especificidade histórica das crenças e leis e questionar os limites entre representação, fantasia, teatralidade, aparência e verdade.

No palco, as personagens são dois atores transexuais – Neo Maria (Lúcia Romano) e Jonas Couto (Edgar Castro) – que estão montando a peça A Força da Imaginação. Trata-se de um jogo de metateatro, uma peça dentro da peça. Questionando o que se entende por identidade, na encenação de Cibele Forjaz o público escolhe qual papel (Ele ou Ela) os atores da peça – interpretados por Lúcia Romano e Edgar Castro – vão viver a cada sessão. Depende da escolha da plateia, que ao chegar, recebe duas senhas – XX ou XY.

“A peça de Cássio Pires apresenta um jogo de transformação muito claro, mesmo abordando o problema complexo das identidades. Ao lado dela e dialogando com a narrativa, criamos cenas de camarim que levantam questões contemporâneas sobre a experiência de homens e mulheres em torno do gênero e sexo”, explica Edgar Castro.

Lúcia Romano destaca que “a Cia. Livre parte do entendimento de que não existe alinhamento entre gênero, identidade, opção sexual e comportamento sexual. Esse alinhamento não deveria ser tomado como natural.” Cibele Forjaz completa: “Eu posso ser uma mulher que escolhe ser ou viver como homem e que namora uma mulher. Ou um homem. E essa é uma mudança social e cultural que precisa ser tratada pelo teatro, onde a questão da representação é central”.

Ficha Técnica

Dramaturgia | Cássio Pires Direção | Cibele Forjaz Atores-criadores | Edgar Castro e Lúcia Romano Direção de Movimento | Lu Favoreto Cenografia | Márcio Medina Figurinos | Fabio Namatame Luz | Rafael Souza Lopes Operação de Luz | Rafael Souza Lopes e Rodrigo Campos Direção Musical | Lincoln Antonio Sonoplastia | Pepê Mata Machado Treinamento Vocal para Canto | Ná Ozzetti Produção | Cia. Livre e Centro de Empreendimentos Artísticos Barca

Serviço

Maria que Virou Jonas ou A Força da Imaginação
De 26 de março a 19 de abril de 2015
Quinta a Sábado, 21h | e Domingo, 19h
Duração | 1h45 min. | Indicação de faixa etária | Não recomendado para menores de 16 anos.
Onde | Teatro da USP | Rua Maria Antônia, 294, Consolação – São Paulo, SP – 01222-010
Tel. 11 3123-5233 | Site www.usp.br/tusp | Facebook www.facebook.com/teatrodauspoficial
Twitter www.twitter.com/tusp_online
Metrô Santa Cecília
Capacidade | 98 lugares
Preços | R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10,00 (Meia)*

A aquisição dos ingressos para espetáculos em cartaz no TUSP pode ser feita duas horas antes do início do espetáculo. As formas de pagamento aceitas são dinheiro e cheque.

*Meia-entrada: Para estudantes mediante apresentação de carteirinha ou comprovante de matrícula válido para o ano vigente; para maiores de 60 anos; professores e funcionários da USP mediante apresentação de carteirinha ou hollerith; professores da rede pública estadual e municipal mediante apresentação de hollerith ou carteira funcional emitida pelas respectivas Secretarias de Educação.

Estacionamento

O estacionamento Mariauto, no número 176, tem acordo com o teatro e o público tem desconto mediante apresentação de carimbo (do TUSP) no comprovante de entrada.

Acompanhe também os Encontros Transvestidos, organizados pela Cia. Livre, com curadoria de Lúcia Romano e Edgar Castro.

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