O Circuito TUSP de Teatro é um programa de ação continuada do Teatro da USP para difusão das artes cênicas nos campi USP do interior de SP e que em 2023 atinge sua XX edição. Numa perspectiva de democratização e pluralidade nas artes cênicas brasileiras, este Circuito levará aos campi de Bauru (04 a 06/ago) e de Ribeirão Preto (24 a 26/ago) três espetáculos, com diferentes estilos e formatos, selecionados por meio de edital público para realizar apresentações gratuitas à comunidade universitária e à população do entorno dessas cidades.
Bauru |
Ribeirão Preto |
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05/ago, 20h |
25/ago, 20h |
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24/ago, 20h |
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04/ago, 20h |
26/ago, 20h |
Homens Pink | Cia La Vaca
Homens Pink é um espetáculo criado a partir dos depoimentos de um grupo de senhores gays. No corpo-arquivo em cena, narrativas sobre infância, fervo, epidemia e resistência conectam-se a acervos pessoais e compõem um espetáculo que celebra a experiência dos pioneiros e o orgulho das ancestralidades dissidentes.
A direção e dramaturgia do espetáculo é de Renato Turnes que também está em cena na montagem da Cia La Vaca, de Florianópolis (SC). Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural de 2017/2018, o projeto iniciou sua trajetória com o filme documentário de mesmo nome lançado em 2020 e agora chega aos palcos numa performance que celebra o orgulho da ancestralidade LGBTQIA+.
Durante a pesquisa, o ator encontrou, em São Paulo e em Florianópolis, nove senhores gays dispostos a compartilhar com ele suas memórias. O espetáculo é uma performance documental solo que toma como base para sua dramaturgia original os relatos dos senhores entrevistados, atualizando memórias de resistência. Recordações pessoais do ator se fundem a lembranças emprestadas: a infância, o sexo, o fervo, a epidemia da AIDS e a luta dos pioneiros.
Direção artística, texto e performance: Renato Turnes | Assistência de criação: Karin Serafin | Iluminação e projeções: Hedra Rockenbach. | Edição de vídeos: Marco Martins. | Imagens VHS: Carlos Eduardo Valente e Dominique Fretin. | Figurinos e máscara: Karin Serafin. | Trilha sonora original: Hedra Rockenbach. | Arte gráfica: Daniel Olivetto. | Fotos: Cristiano Prim. | Produção: Milena Moraes. | Realização: La Vaca Companhia de Artes Cênicas. | Artistas provocadores: Anderson do Carmo, Vicente Concilio, Fabio Hostert e Max Reinert. | A partir das memórias de: Carlos Eduardo Valente, Celso Curi, José Ronaldo, Julio Rosa, Eduardo Fraga, Luis Baron, Tony Alano, Paulinho Gouvêa, Wladimir Soares. | Acervos pessoais gentilmente cedidos pelos entrevistados. | Apoio: Rumos Itaú Cultural e Sesc.
Florilégio | Pombas Urbanas
Espetáculo Inspirado em histórias de vida de pessoas que vivem na Cidade Tiradentes e impulsionado pelo verbo “esperançar” de Paulo Freire, o espetáculo convida o público a uma viagem esperançosa em direção ao futuro e reflete sobre como a luta coletiva pode transformar a sociedade. A montagem nasceu a partir do diálogo com muitas vozes de ontem e de hoje, na busca por poetizar o cotidiano, mas também ultrapassar diversos tipos de opressões tantas vezes impostas. Desde a mais singular violência até a mais intensa solidão e vazio. Uma criação dramatúrgica que reflete acerca das condições e relações humanas no território, tendo por temas memória, esperança, história e o futuro dos moradores do bairro, as dores e violências que assolam a comunidade, mas também a força das relações comunitárias, capazes de transformar vidas e realidades.
O Pombas Urbanas nasceu em 1989 no bairro de S. Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, por meio de um projeto de formação teatral de jovens realizado pelo diretor de teatro Lino Rojas. Desde então, o processo desenvolvido parte do reconhecimento dos jovens atores e de suas raízes étnico-culturais, para encontrarem sua poética e construírem linguagens e dramaturgias que expressem de forma coerente seus contextos humanos e sociais. Com fortes influências do teatro de rua e teatro comunitário, o grupo consolidou sua trajetória artística através da criação de um repertório de 15 espetáculos e intervenções teatrais, apresentados nacional e internacionalmente. Em 2002, o grupo decidiu criar o Instituto Pombas Urbanas, com o objetivo de viabilizar as ações sociais do coletivo e que resultaram, em 2004, na ocupação cultural que deu origem ao Centro Cultural Arte em Construção no bairro Cidade Tiradentes. Em um processo de educação não-formal, o Instituto Pombas Urbanas elaborou um sistema próprio e autossustentável de organização que tem o jovem como protagonista de suas ações, reconhecendo o conhecimento que o jovem traz de sua experiência de vida e sua visão de mundo
Direção: Vanéssia Gomes Criação coletiva: Grupo Pombas Urbanas Dramaturgia: Grupo Pombas Urbanas e Vanéssia Gomes Elenco: Paloma Natacia, Adriano Mauriz, Marcelo Palmares, Paulo Carvalho e Ricardo Big Músicos: Rafael de Barros e Rebeca Gomes Figurino: Juliana Naju Cenário: Marcelo Larrea e Débora Gomes Silvério Preparação Corporal: Cibele Mateus Trilha sonora: Giovani Di Ganzá Fotografia: Ricardo Avellar Iluminação: Fernando Alves Produção: Andrea Mauriz
A Vida é Sonho | Cia. Teatral Boccaccione | 16 anos | 90 min
Dentro de um clássico de séculos atrás residem perguntas ainda não respondidas que reverberam ainda mais intensamente nos dias atuais. Através da trajetória de Segismundo, o público caminha com a obra enquanto recebe pistas sobre a condição humana. Um rei acredita no infortúnio de que seu filho causaria desgraças a sua pátria desde seu nascimento e opta por trancafiar o príncipe em uma torre e dá-lo por morto. Vinte anos depois, repensando seu ato, declara ao povo que seu sucessor está vivo e que receberá a chance de experimentar o mundo civilizatório e seu topo sociopolítico. Segismundo é dopado e levado ao trono por um dia, para responder em sonho àquilo que a vida pergunta sobre seu destino.
A Cia. Teatral Boccaccione estreou seu primeiro trabalho em 2006, com uma adaptação para a rua de “O Velho da Horta”, de Gil Vicente, numa pesquisa acerca do teatro popular. A pesquisa mergulhou no universo reflexivo da posição do espectador, o que possibilitou uma troca simultânea entre o olhar do público, do ator e a relação com o que é produzido artisticamente. A partir daí, a Cia. viu a necessidade de se debruçar em universos complementares a esse; a música executada em cena, teatro com máscaras e outros recursos que pudessem aproximar a comunicação entre artista e público. Essa motivação e os apontamentos descobertos com a rua direcionaram e estabeleceram, com o passar do tempo, este espaço repleto de riscos e imprevistos como principal fonte de pesquisa da companhia.
A cia. possui sede no Centro Cultural Cerâmica São Luiz, espaço com papel cultural fundamental em Ribeirão Preto, pois não somente é um patrimônio cultural da cidade como é sede de pesquisa de outros 13 grupos artísticos. Em 2016, 10 anos da fundação foi contemplada pelo edital 01/2015 do ProAC, para montagem e circulação de Calderón de la Barca, “A Vida é Sonho”, que compôs agora a programação da Virada Cultural de São Paulo em 2023.
Direção: Paula Klein Flecha Dourada | Texto Original: A Vida é Sonho (Calderón de La barca) | Dramaturgia/Adaptação: Marcelo Ribeiro e Karol Nurza | Criação Musical: Jonathan Silva| Elenco: Gabriela Vansan, Cesar Mazari, Rafael Ravi, Joe Bacheschi, Karol Nurza, Marcelo Ribeiro, Naná Berthchelly, Nathália Fernandes, Vilsinho Juri | Figurino: Zezé Cherubini | Cenografia: João Paulo Fernandes e Guilherme Casadio | Operação de Luz/Iluminador Michel Masson | Operação de som: Renato Vital | Maquiagem: Nathália Fernandes | Adereços: Rubia Campos | Preparação Corporal: Bela Pizani, Chico Lima e André Doriana | Preparação Vocal: Elaine Matsumori | Produção Executiva: Fernanda Manoel | Assessoria contábil e jurídica: Strutura Contábil | Assessoria de Imprensa: Fernanda Marx | Coordenação de Produção: Oriri Agência Cultural
Bauru: 04 a 06/ago | Teatro Dioracy Fonterrada Vieira (Fob-Usp) | Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 | Bauru, SP
Ribeirão Preto: 24 a 26/ago | Teatro Do Campus | Rotatória Central – campus USP-RP | Ribeirão Preto, SP