1968, melhor que não se esqueça…
Rua Maria Antônia, São Paulo. Nº 154.
O TUSP recebe no dia 27 de abril a última abertura de processo gratuita de A Iminência da Morte das Plantas pelos Canhões de Guerra, antes da temporada de estreia do espetáculo. Na peça, que revisita com olhar atual o Brasil de 50 anos atrás, vozes individuais e coletivas se confrontam no apartamento de Téo e Isa, jovens irmãos que, junto com o novo integrante da casa, Mateus, encontram no teatro uma forma ler a realidade política nacional do período. O espetáculo é a primeira criação do Coletivo Seiva Bruta, grupo de jovens artistas formado no CAC-USP, a partir do projeto Mil Novecentos e Sessenta e Oito, contemplado pelo edital PROAC 03/2017 de Primeiras Obras em teatro.
Trancados como forma de proteção e abrigo em relação ao avanço da repressão do governo militar, três jovens atravessam o ano de 1968 passando pelas revoluções culturais e revoltas políticas lideradas pelo movimento estudantil. Narram a morte do estudante Edson Luís, expõe suas contradições na Batalha da Maria Antônia, viajam ao congresso de Ibiúna e, como um delírio de um dia terem achado a possibilidade de impedir o avanço opressor do aparato militar, terminam separados com a decretação do AI-5. Por meio de jogos de metalinguagem que trazem à tona dramaturgias históricas, eles procuram no Teatro uma forma de entenderem a vida.
A Iminência da Morte das Plantas pelos Canhões de Guerra tem na base de sua criação três referências fundamentais: o filme Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, no qual três jovens universitários vivem em um apartamento o fervor das manifestações de maio nas ruas de Paris; o livro 1968: O Ano que não Terminou, de Zuenir Ventura, que trata das transformações e lutas ocorridas no Brasil naquele ano, e o artigo “Sobre o Conceito de História” de Walter Benjamin. A peça traz a situação dos jovens do filme para o contexto político-social do Brasil de então, através da visão de História que se reflete diretamente no presente apontada por Benjamin.
Atuação: Camila Móra, Fernando Moraes e Henrique de Paula | Direção: Victor Walles | Dramaturgia: Maíra do Nascimento e Victor Walles | Cenografia: Guiga Wolff Lemos | Produção: Ana Bonetti | Audiovisual: Giulia Martini | Sonoplastia: Edézio Aragão e Hayeska Somerlatte | Iluminação: Valmir PS
Ingressos distribuídos 1h antes do início da sessão.