Neste dia 11 de novembro, acontece aqui no TUSP o lançamento do volume Dramaturgias do Front, da dramaturga Dione Carlos. Publicado em 2017 pela editora Primata, o livro é a compilação de três peças que tratam do tema da insurgência: Sete, Bonita e Kaim.
Encenada em 2011, na Cia Club Noir, por Juliana Galdino, Sete acompanha a trajetória de uma mulher, alvo de um ataque à bomba, presa e torturada por um regime totalitário. Após assumir o codinome SETE, inicia uma revolução. De 2015, encenada no Sesc Ipiranga por Alex Araújo, Bonita narra poeticamente a história de amor e desobediência de Lampião e Maria Bonita, com foco na participação das mulheres na história do Cangaço. Inspirada no livro de José Saramago e encenada em 2017 no Teatro do Centro da Terra, por Wagner Antônio, em Kaim, o personagem bíblico testemunha sua imortalidade e reflete sobre a sua relação com Abel, Eva, Lilith, Deus e sobre o papel do monoteísmo na constituição da sociedade patriarcal.
Neste momento de retrocessos do país, no qual discursos opressores vêm à tona e gradualmente moldam um regime retrógrado e intolerante, o lançamento no prédio do TUSP é emblemático por este ter sido palco de resistência política e artística histórica. A publicação destas peças é um convite ao imaginário, à nossa capacidade de enxergar um tema, personagem, narrativa, por outros vieses. Estamos no front da liberdade de imaginação e expressão, e como cidadãos, artistas, seres humanos, não podemos nos omitir nestes momentos. Que possamos contribuir por meio de nossas obras com a construção e manutenção de uma sociedade mais justa, com a formação de pessoas autônomas e criativas.
18h: Abertura/lançamento/sessão de autógrafos;
20h: Apresentação de trechos curtos das três peças (duração aproximada: 45 min.):
Bonita (direção: Alex Araújo | atuação: Diego Gonçalves e Daniela Barros)
Sete (direção e atuação: Cia do Mofo
Kaim (direção: Wagner Antônio | atuação: Kenan Bernardes)
Dione Carlos cursou Jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo. Estudou atuação na escola de teatro Globe-SP. Trabalhou como atriz na Cia Teatro Promíscuo, de Renato Borghi e Élcio Nogueira. Formada em dramaturgia pela SP Escola de Teatro, desenvolve parcerias com diversas companhias teatrais.
Alex Araújo é diretor, dramaturgo e ator, formado em filosofia pela UNIFESP e em dramaturgia pela SP Escola de Teatro. Integra a Cia do Caminho Velho desde 2007, onde ministra cursos de teatro avançado e dramaturgia. Dirigiu as peças Bonita, Onã, Sereias, Mofo, Casa, Fenda e Metástase.
A Cia. do Mofo foi criada em 2012 por artistas egressos da EAD-USP, ELT – Escola Livre de Santo André, Universidade Anhembi Morumbi, Teatro Escola Macunaíma e CPTzinho. Pesquisa a encenação de dramaturgias brasileiras inéditas que tratem temas intrínsecos à vida urbana do homem contemporâneo. Encenou as peças Hotel Trombose, de Felipe Valério, e Mamute, de Dione Carlos.
Daniela Barros é atriz desde os 6 anos de idade. Vinda de Jacareí, São Paulo, desenvolveu seus estudos na ELT de Santo André e atuou em diversos grupos na cidade de São Paulo, dentre eles Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Cia dos Inventivos e Núcleo Macabéa.
Diego Gonçalves é ator, iluminador, palhaço e circense, formado pela SP Escola de Teatro. No circo desde 2008, treinou com grandes nomes brasileiros e sul-americanos, como Elsa Wolf Hohle, Vic Militello, Pepin (Raul Hernando Robayo), Francisco Alves, Irmãos Becker, Rebeca Rodrigues e a Cia. Estável de Teatro. É co-criador do Coletivo Concreto que finaliza sua primeira pesquisa cênica agora em 2017 com o espetáculo Fio de Terra.
Kenan Bernardes é ator, formado pela ELT. Integrou a Cia Club Noir, Coletivo Quizumba, além de atuar em parceria com outras companhias e artistas.
Wagner Antônio é diretor, encenador, cenógrafo e iluminador, formado pela ELT. É fundador do Coletivo 28 Patas Furiosas, onde encenou Lenz: Um Outro e A Macieira. Em parceria com Cibele Forjaz para a Cia Aberta, encenou O Homem Elefante.
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