Leitura encenada da peça Pequenos Burgueses, de Máximo Górki, com atores especialmente convidados e direção de Roberto Ascar. A leitura faz parte do projeto Liberdade em Cena, do OBCOM (Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura), núcleo interdisciplinar que se dedica ao estudo da liberdade de expressão e da censura nas artes e nos meios de comunicação.
A abertura fica a cargo da professora Maria Cristina Castilho Costa, autora de Censura em Cena: Teatro e Censura no Brasil (Edusp, 2006) e coordenadora do OBCOM, e ao final da leitura, um comentário de Renata Pallottini.
Com Barbara Riethe, Bruno Marques, Cristina Mutarelli, Evinha Sampaio, Felipe Mendes, Fernando Rocha, Lara Córdula, Lilian Gomes, Oswaldo Mendes, Renata Boaventura, Roberto Ascar e Yunes Chami. Músico: Enrique Menezes. Iluminação: Paulo Pompeia.
Escrita em 1902, Pequenos Burgueses estreou no Teatro de Arte de Moscou com enorme sucesso, mesmo com os cortes impostos pela censura. No Brasil, teve uma histórica encenação realizada pelo Teatro Oficina em 1963, cujo texto é a base desta leitura. Eugenio Kusnet recebeu o Prêmio Moliére de 1965 por sua atuação nessa montagem. Bastante atual, a peça faz um mosaico da vida russa à época, retratando os conflitos de uma família de comerciantes dominada pelo pai autoritário, que reprime os impulsos do filho intelectual e da filha deprimida. O único insurgente é o ferroviário Nill, filho adotivo que Górki elege como uma espécie de símbolo operário, um herói que conduziria a Rússia à revolução.
A leitura concretiza uma segunda etapa de uma pesquisa que teve seu início no ciclo Censura em Cena, realizado pelo OBCOM-USP junto ao Centro de Pesquisa e Formação – Sesc em São Paulo do SESC São Paulo, que contou ainda com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
O projeto Liberdade em Cena dá continuidade a 15 anos de pesquisa sobre liberdade de expressão e censura a partir do Arquivo Miroel Silveira na ECA-USP, um conjunto de 6.137 processos de censura prévia ao teatro no Estado de São Paulo entre 1930 a 1970.
Roberto Ascar é ator e encenador, trabalhou com grandes nomes do teatro brasileiro, como Fauzi Arap e Ivam Cabral. No Projeto “Censura em Cena”, foi responsável pela encenação das leituras, com assessoria dramatúrgica de Renata Pallottini.
Maria Cristina Castilho Costa é formada em ciências sociais pela PUC-SP, é livre-docente em ciências da comunicação pela ECA-USP e coordenadora do OBCOM-USP.
Liberdade em Cena: Leitura encenada de Pequenos Burgueses de Máximo Górki | Abertura de Cristina Costa, autora de “Censura em Cena” | 06.12, 20h | gratuito
