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Macário do Brazil, nova peça dirigida por Carlos Canhameiro, coloca 30 pessoas em cena – número bastante significativo para produções independentes teatrais. A partir do texto de Álvares de Azevedo, a peça tem no elenco Alitta, Danielli Mendes, José Roberto Jardim e Nilcéia Vicente. O espetáculo estreia em 2 de agosto no palco do TUSP na Rua Maria Antonia, e segue em temporada até 1º de setembro de 2024, com sessões gratuitas de quinta a sábado, 20h, e aos domingos, às 18h. Às sextas-feiras, a peça ganha um formato diferente, com a inserção de uma palestra entre a primeira parte e o final. Dias 9, 16, 23 e 30 de julho, Janaina Leite, Andréa Sirihal Werkema, Ave Terrena e Welington Andrade fazem falas de 30 minutos sobre literatura, teatro e contemporaneidades cênicas brasileiras.

O trabalho revisita o clássico de Álvares de Azevedo. Seu autor morreu com apenas 20 anos e seus textos, poesias e dramaturgias foram escritos em sua juventude (e publicados apenas depois de sua morte). Ter 20 anos é ser ainda muito jovem. Neste projeto, para dar corpo e voz à juventude do autor e do próprio Macário, foram selecionados 20 atores e atrizes com idade de 20 anos para participarem da montagem e da formação do Coro dos vinte anos. São em sua maioria estudantes de teatro das diferentes escolas, cursos técnicos e universidades da cidade de São Paulo e região.

Também está em cena o quarteto À Deriva, composto por quatro músicos, acompanhado dos cantores Yantó e Paula Mirhan. Instalados no cenário a um metro e meio de altura do palco, trazem à cena uma sonoridade brasileira contemporânea e instrumental com muita música, canto, dança e… teatro!

Este projeto foi contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato — Secretaria Municipal de Cultura

SINOPSE

MACÁRIO do brazil é uma releitura do texto de Álvares de Azevedo (1831-1852), maior expoente do ultrarromantismo brasileiro. Macário, publicada postumamente em 1855, é uma obra inacabada, pensada para o teatro, cuja trama se divide em dois episódios. No primeiro, o jovem estudante Macário chega a uma taverna para passar a noite e começa a conversar com um estranho sobre as várias concepções de amor e da poesia. De repente, descobre que seu interlocutor é Satã e parte com ele para a cidade de São Paulo.

Depois, a narrativa segue em outro ambiente, a Itália. O protagonista deseja morrer e encontra o apaixonado amigo Pensaroso (que, nesta versão, é Pensarosa). Os dois travam diálogos sobre o amor, a filosofia e a literatura, e depois Macário é levado pelo Satã para uma orgia em uma taverna – desfecho que, conforme o crítico literário Antonio Candido, indica que a continuação de Macário é justamente Noite na Taverna (1855), emblemático livro de Álvares de Azevedo.

O jovem Macário, estudante e poeta, está profundamente desencantado com a vida, questionando o sentido de sua existência. Ele está em um estado de espírito sombrio, reflexo de sua visão pessimista do mundo. É nesse cenário que o jovem romântico encontra o misterioso e carismático desconhecido, que é ninguém menos que Satã!

A peça mergulha fundo na psique humana, explorando os conflitos internos do protagonista e suas interações com forças metafísicas. Em MACÁRIO do brazil, Carlos Canhameiro e o quarteto À Deriva procuram colocar em cena a força jovem do século XIX com os dilemas da juventude e da teatralidade contemporâneas.

FICHA TÉCNICA

Concepção e Encenação: Carlos Canhameiro > Texto: Álvares de Azevedo > Elenco: Alitta | Danielli Mendes | José Roberto Jardim | Nilcéia Vicente > Músicos e trilha sonora original: Quarteto À Deriva (Beto Sporleder | Daniel Muller | Guilherme Marques | Rui Barossi) > Cantores: Paula Mirhan | Yantó > Cenário: José Valdir Albuquerque | Carlos Canhameiro > Figurinos: Anuro e Cacau Francisco > Iluminação: Gabriele Souza > Coreografia: Andreia Yonashiro | Danielli Mendes > Coro dos 20 anos: Alana Campos | Beatriz Guelfi | Beatriz Ferreira | Brenda Regio | Carolayne Coelho | Duda Fernachione | Eric Vivarelli | Fernanda de Almeida | Gabriel Viana | Gabriela Guimarães | Glenda Matos | Igor Rocha | Jaqueline Chiesa | Jaqueline Samaris | Joyce Dourado |Mar Lumini | Maria Clara | Sara Lima | Victoria Ribeiro | Willian Galiazzi > Som: Pedro Canales > Operador de Luz: Renan Estevão > Arte gráfica: Isak Alves > Produção: Gabs Ambrozia/Corpo Rastreado

PALESTRAS

09/08 > Palestra n.1 > MACÁRIO OU DO DRAMA ROMÂNTICO BRASILEIRO > Andréa Sirihal Werkema

Andréa Sirihal Werkema é professora de Literatura Brasileira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde dá aulas na graduação e na pós-graduação, com pesquisa, em geral, sobre temas relativos à literatura do século XIX: Romantismo, Machado de Assis. Doutora em Literatura Brasileira pela UFMG, onde também se graduou. Publicou e/ou organizou, entre outros, Macário, ou do drama romântico em Álvares de Azevedo (Ed. UFMG, 2012); As duas pontas da literatura: crítica e criação em Machado de Assis (Relicário, 2019); “Cuidado, leitor”: Álvares de Azevedo pela crítica contemporânea (Alameda, 2021) e Atualidade de Machado de Assis: leituras críticas (Nankin, 2021); Machado de Assis e os direitos humanos (Alameda, 2024).

16/08 > Palestra n.2 > TEATRO E TRANSFORMAÇÃO > Ave Terrena

Ave Terrena é dramaturga, diretora teatral, poeta e professora da Escola Livre de Teatro de Santo André. Com dez textos encenados no Brasil, México e Portugal, já publicou três livros, dois de dramaturgia e um de poesia. Entre seus últimos trabalhos, destacam-se “Fracassadas BR” e “As mulheres dos cabelos prateados”, além de sua atuação como curadora no Rumos Itaú Cultural, SESC Pulsar 2023, e a 9a Mostra de Dramaturgia do CCSP. Atua também na comunidade ballroom SP, sendo integrante da Pioneer House of Hands Up.

23/08 > Palestra n.3 > TEATRO E ABJEÇÃO > Janaína Leite

Janaina Leite é atriz, diretora, dramaturga e pós-doutoranda pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Nos últimos anos, em trabalhos como  “Stabat Mater”, Camming 101 noites” e “História do Olho – um conto de fadas porno noir” vem pesquisado as relações entre teatro e pornografia, se interessando especialmente por linguagens híbridas, a perspectiva ob-cena que aproxima teatro e performance, arte e vida, fronteiras difusas entre práticas artísticas e práticas sócio-culturais. Já apresentou seus trabalhos em países tais quais França, Espanha, Portugal, Chile, Bélgica, México e Alemanha. Seu último trabalho “Deeper” é uma experiência imersiva em realidade virtual, na qual pesquisa o universo digital e os estados dissociativos de consciência em situações limite. Ainda este ano, à convite do Lift Festival em Londres e a Clean Break compagnie, dirige o trabalho “The trials and passions of unfamous women” aproximando práticas jurídicas e teatro.

30/08 > Palestra n.4 > DRAMATURGIA BRASILEIRA E FORMAS CONTEMPORÂNEAS > Welington Andrade

Doutor em Literatura Brasileira pela USP, é editor da revista Cult e crítico de teatro da mesma publicação desde 2013. É bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio) e professor titular de Língua Portuguesa da Faculdade Cásper Líbero, onde ingressou em 1997.  Ministrou cursos no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo e no Ágora Teatro. Foi professor-palestrante das disciplinas História do Teatro e Crítica Teatral no curso de Artes Cênicas da ECA-USP, em 2010 e 2016, respectivamente. É autor de um dos capítulos da História do teatro brasileiro: do modernismo às tendências contemporâneas e do prefácio de Viagem magnética, de Décio Pignatari. Organizou o livro “Imagens da era Vargas: artigos, fábulas e memórias” (Sesc-SP, 2004) e coordenou a coleção Clássicos Adaptados, da Editora Larousse do Brasil (2005-2006). Editou os livros A morte de si (Cult Editora, 2023), do psicanalista Marcelo Veras, e Abjeção: a construção histórica do racismo (Cult Editora, 2024), da socióloga Berenice Bento.

MACÁRIO do brazil > 02 de agosto a 1º de setembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h
TUSP  – Rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque
Gratuito > 95 min. > 14 anos