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Olhos Moles, peça que conta a história de Pagu tem apresentações gratuitas, de 19 a 21 de setembro, no TUSP Butantã, na Cidade Universitária

A atriz Annete Moreira sobe aos palcos para representar uma importante personagem da história moderna brasileira, batizada como Patrícia Galvão, PAGU foi uma mulher à frente do seu tempo que atuou como jornalista, escritora, militante política e cultural.

“Esse projeto tem como objetivo apresentar a biografia desta grande mulher, considerada a musa do modernismo brasileiro, além de tratar do papel feminino em um momento importante da história de São Paulo. Tivemos como base as cartas escritas por ela além de registros da época, feitos por pesquisadores. A peça se divide em nove cenas – desde a infância em São João da Boa Vista até os momentos finais da vida dela em Santos, onde morou”, comenta Annete, autora do texto.

Jornalista e escritora, Pagu foi uma mulher à frente do seu tempo. Gostava de pular muros e viver transgressões, amava o diferente, a aventura, as viagens, o teatro. Entregou-se aos seus ideais e paixões com força e coragem. Pagu representa um pouco de cada mulher, a profissional, a militante, a mãe. A peça mostra seus conflitos e dores e, principalmente, até que ponto ela lutou por um mundo melhor, com generosidade e determinação.

O escritor Raul Bopp, que sugeriu o nome literário Pagu, escreveu para ela o poema que dá título ao espetáculo: Pagu tem os olhos moles, os olhos de fazer doer. Bate cuco quando passa, coração passa a bater. Ê Pagu ê, dói porque é bom de fazer doer.

Segundo Annete, a peça tira do lugar o mito, para dar voz à mulher. Uma mulher que enfrentou muitos conflitos pessoais com o filho, com Oswald de Andrade, com quem foi casada, além de mostrar as 23 vezes que ela foi presa. Era militante do Partido Comunista, morou em Paris – estudando na Sorbonne – e conheceu a China e a Rússia, viagens que provocaram um conflito em relação a tudo que acreditava.

Dirigida pela premiada santista Gilda Vandenbrande e o divulgador da cultura indígena F.E. Kokocht, Olhos Moles tem duração de 50 minutos. Ao final do espetáculo haverá uma conversa sobre a importância do papel da mulher na sociedade.

Annete Moreira é formada em letras, teatro e jornalismo, trabalhou por anos como locutora. No teatro fez vários espetáculos e é engajada na causa e cultura indígenas. Com o diretor Kokocht  – que tem ascendência indígena –, encenou peças como A Lenda do Guaraná, Curumim, Xamãs.

Olhos Moles | Grupo Encenação
De 19 a 21 de setembro, 20h
TUSP Butantã | Rua do Anfiteatro, 109, Cidade Universitária
Gratuito (ingressos 1h antes da sessão)  | 50 min.