Por Felipe Chibás Ortiz.
Escrito originalmente em 02 de junho de 2017, às 6h57.
…chegas sem porto nem bandeira
às vezes sem sequer palavras.
Apenas com gestos,
ora bruscos, ora imperfeitos
com a espada ao ar…
Os amigos não estão neste barco.
Sabes que um erro pode custar a vida,
mas não pensas nisso.
Desafias o ocaso
com tua mirada.
Não há medo.
Que medo pode se ter,
despois de quebrar tantas pontes e mastros,
atravessando os mares do tempo?
Tomas por raiva
o que te negam por Direito.
Temido até pelos fantasmas,
perseguido até pela bondade,
sobreviver é tua meta.
Proscrito até de ti mesmo
entregas instantes ao vazio.
Tenso, eclético
como um tigre de Tebas,
não perguntas às noites
para ficar nelas.
Em teu cotidiano de sal e brisa
não há poesia,
mesmo quando filmes e livros
digam o contrario.
Sepulto abaixo de toneladas de sol,
resistes com tua pele de lagarto ou camaleão.
No há sereias na orilha.
tampouco tesouros, nem bussolas;
a não ser uma certa areia de polvos enrarecidos.
Mas de alguma maneira,
tu chegas, apenas com o que eres
e isso basta.
O poema faz parte do livro O DESAFIO DE EXISTIR, 100 Poemas de amor e uma canção desesperada, Ed. Multioficio, 2017.
Os interessados podem procurar no site: https://multioficio.wixsite.com/multioficio/product-page/o-desafío-de-existir-el-desafío-de-exístir