Por Wilton Garcia.
wiltongarcia.com.br.
Estratégia é um ponto relevante da linguagem e da representação junto ao debate sobre comunicação e informação, dos quais se elevam as peculiaridades dos enunciados. Ora razão, ora emoção; ora inteligível, ora sensível, a estratégia trabalha valores e/ou referentes a serem pautados no entorno da qualidade enunciativa, na agenda do dia, de acordo com a conveniência do assunto abordado. Como condição adaptativa de ação e/ou discurso, seria a maneira de lidar com artimanhas.
Cada vez mais, a tendência de se utilizar de estratégia discursiva compreende o impacto da informação que eleva o conteúdo proposto, sobretudo no âmbito da comunicação. Todavia, vale considerar a utilização adequada de uma estratégia sem se (re)apropriar de aspectos econômicos, identitários, socioculturais e/ou políticos.
Saber utilizar a estratégia discursiva, por exemplo, implica coordenar o tom crítico-conceitual-reflexivo, com a qual seria possível propor a produção de conhecimento, subjetividade e informação. No campo da comunicação e da cultura, a estratégia faz operar o sistema de enunciados cujo desfecho demonstra a potência que faz a roda girar. Isso convoca uma reflexão, bem como (des)dobra novos/outros traços flexíveis ampliando a experiência humana.
A possibilidade de se pensar a respeito de estratégia atualmente abre espaço alternativo para determinada (re)organização das ideias e suas respectivas contextualizações enunciativas. Ou seja, a noção de estratégia indica como o saber e o fazer (e vice-versa) almejam qualquer coisa, pois se trata eleger o método.
Assim, estratégia tem a ver com o modo de fazer as coisas no mundo: jeito diferente, maneira diferente. Isso requer observar as articulações e as dinâmicas de qualquer desfecho, bem como o ato de conseguir cumprir o prometido como compromisso. Seria, então, a condução recorrente de um feito, ao estabelecer as coordenadas de execução e seus recursos técnicos. O que na extensão gerativa de um enunciado garante certas propriedades singulares e predicações estratégicas, em busca de vantagem e otimização.
Dessa forma, a estratégia equivale do processo de desenvolvimento de uma ideia, a qual seria designada conforme se procede o ocorrido. Nessa duração executiva do modus operandi, a estratégia determina a forma de explorar as adversidades que possam surgir, tentando eliminar problemas e, simultaneamente, criar soluções facilitadoras. Portanto, a estratégia aprofunda a experiência humana, buscando caminhos alternativos para corresponder aos desafios enfrentados por qualquer sistema enunciativo.
Para se alcançar um resultado inusitado, a estratégia serve de parâmetro capaz de renovar o pensamento e a ação gerando demandas, a promover, talvez, a inovação. A lógica estratégia equivale-se do desvio da tarefa, quando bem empenhada, evitando atropelos desnecessários. Provavelmente, a estratégia altera o fluxo, para além do senso comum, ao convidar as pessoas acompanharem a novidade.
Faça algo diferente surgir. O que será compreendido como estratégia!
Wilton Garcia é artista visual, Doutor em Comunicação pela USP, Pós-Doutor em Multimeios pela Unicamp e é Professor da Fatec Itaquaquecetuba/SP