CORONAVÍRUS: CAUSOS & CONSEQUÊNCIAS 7

Reflexão do Prof. Dr. Laan Mendes de Barros

PESSOAS SÃO DESCARTÁVEIS

No Capitalismo quase tudo é descartável, é a lógica da sociedade de consumo. As coisas são descartáveis para que se possa realizar um novo consumo. Mesmo que isso represente danos para a natureza, desperdício e poluição. O que importa é que o consumo se mantenha e alimente os cofres dos donos do Capital. Utensílios descartáveis, aparelhos descartáveis, PESSOAS DESCARTÁVEIS. As coisas só prestam, só servem, enquanto produzem e geram riqueza. Tudo é consumido. Depois, devem ser descartadas…

Na lógica perversa e desumana do Capitalismo as PESSOAS SÃO DESCARTÁVEIS, se já não têm capacidade de produzir e de consumir. Elas podem (ou devem) MORRER, pois só causam despesas. Não vale a pena “investir” nelas, como diz o novo Ministro da Saúde, Nelson Teich (também chamado de Rubens, pelo seu chefe).

Para o novo ministro de Bolsonaro, “O DINHEIRO É LIMITADO”… Oras bolas, o problema não é de limitação, mas de MÁ DISTRIBUIÇÃO DO DINHEIRO, de concentração de riquezas nas mãos de uns poucos, mesmo que isso gere a pobreza e miséria para muitos. Mesmo que gere morte.

Ao novo responsável pela pasta da Saúde, os velhos são descartáveis (já deram o que tinham que dar), já não são um bom investimento, são apenas gastos. Para os donos do Capital, vale mais investir no jovem, de forma a manter “as forças de trabalho”, que possibilitarão sua lucratividade. O capitalista olha para a vida das outras pessoas como uma mercadoria a ser comprada, olha para a saúde do trabalhador como um investimento que deve gerar lucros e dividendos. Essa é a lógica da “mais-valia”.

AS PESSOAS SÃO DESCARTÁVEIS. Que morram os velhos e os pobres miseráveis, que não têm poder de produção e consumo. Com grande tristeza, é isso que eu percebo nas falas do novo ministro da saúde e de seu chefe, o Capitão da Morte. O que esse governo fascista propõe para o Brasil é NECROPOLÍTICA.

 

Laan Mendes de Barros

Jornalista e editor, possui graduação em Educação Artística e Artes Plásticas pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (1978), mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (1988), doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1994) e pós-doutorado na Université Stendhal – Grenoble 3, na França (2008). Atualmente é professor assistente doutor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – FAAC-UNESP. Na educação superior atua no ensino e na pesquisa em Comunicação Social, com ênfase em Teoria da Comunicação e Metodologia da Pesquisa, trabalhando principalmente com os seguintes temas: epistemologia e teoria da comunicação, comunicação e cultura, comunicação e experiência estética e música e mídia.