Por Wilton Garcia.
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Hoje, a diversidade no campo contemporâneo da comunicação e da cultura sinaliza ações de inclusão e exclusão social. Portanto, práticas socioculturais destacam paradoxos no empoderamento do sujeito atualmente, para além de vulnerabilidade e/ou vitimização. O que destaca a necessidade de reflexão e atitude a respeito.
O que você tem feito acerca disso? Lidar com questões entre alteridade diferença e diversidade na comunicação e na cultura auxilia na leitura crítica acerca de conflitos pós-coloniais, diaspóricos e/ou multiculturais entre agenciamento e negociação.
Longe de mera denuncia, urge um debate mais consistente e, portanto, profundo, como resposta à violência sofrida pelas comunidades de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros, Queers, Intersex e afins (LGBTTQIA+). A Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do país registra que a cada 28 horas, em média, uma pessoa LGBTTQIA+ é morta no Brasil. É a LGBTTQIA+fobia gritando.
Paradoxalmente, o protagonismo midiático e cultural das comunidades LGBTTQIA+ ressalta na cena contemporânea, inclusive na internet e as redes sociais. Verifica-se a diversidade cultural/sexual atrelada à identidade de gênero e etnia/raça na sociedade atual, na discussão de tensões sociais, fenômenos, valores e manifestações culturais. Logo, use mais sua voz (midiática) em benefício da nossa sociedade!
No âmbito das identidades e das políticas identitárias, as relações sociais que impactam discursos periféricos e/ou centrais como vozes alternativas. Polarizações e polêmicas (re)formulam o sentido de sociedade – agora denominado de bolhas nas redes sociais da internet, em que falam mais para si e menos para o/a Outro/a. Eis um engano na escolha da homogeneidade de pares que se assemelham entre si.
Fatores – políticos, teóricos, sociais, culturais, identitários, econômicos, religiosos, geográficos, ideológicos – incluem variações singulares da pessoa humana e impactam em decisões peculiares quando se enunciam equívocos. Isso ressalta, em sua própria pluralidade, desigualdades sociais recorrentes no Brasil.
A desigualdade é uma diferença cortante que separa os sujeitos; e pouco respeita a diversidade. Contextualizados pelo viés da cultura, a desigualdade quando expostas na nossa sociedade (re)formula situações complexas, às vezes conflituosas, incompatíveis e díspares. Diante da desigualdade no país, a lógica da diversidade solicita atenção aos desafios intelectuais e profissionais.
Vale a atenção na produção de conteúdo que evite o desrespeito. No uso de estratégias discursivas sobre a diversidade, “novos/outros” saberes emergem para produção de informação. Também, vale filtrar a fonte da informação evitando catástrofes, capazes de atingir as pessoas. Esse seria, sim, um cuidado bem relevante com as consequências sobre a disseminação da informação atualmente.
Por certo, o diversus permeiam múltiplas versões. Solidariedade é considerar os espaços de manifestação do pensamento e da ação que compreendem a diversidade, para além de perspectivas ideológicas de independência, autonomia e emancipação.
Wilton Garcia é Doutor em Comunicação pela USP, Pós-Doutor em Multimeios pela Unicamp e Professor da Fatec Itaquaquecetuba/SP.