A manipulação da linguagem em Grande Sertão: Veredas que me propus estudar vai ser enfocada, sobretudo a nível pragmático. Guimarães Rosa usa as virtualidades do código linguístico para forjá-lo ao caráter do homem sertanejo, tendo o jagunço Riobaldo como porta-voz. Esquivando daquilo que ele próprio anuncia como verdadeiro, real, Riobaldo anula e contradiz suas próprias verdades, embarcando o leitor numa aventura perigosa e complexa. O conceito de elipse como figura geométrica com duplo centro vai servir de métafora à realidade dúbia e paradoxal que o texto constrói. O anel de Moebius reflete o incessante movimento contrário que a linguagem rosiana provoca.

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O ato da fala pode ser considerado como um ato de poder ou de libertação, segundo o momento em que acontece. Além da relação entre fala e poder, uma outra relação interessante é a de fala e ritual. Neste trabalho tentamos ver em que medida esse ato de vontade, sobretudo no que diz respeito à fala encantatória, tanto pode liberar seu locutor como pode aprisioná-lo numa teia invisível mas tenaz. Trabalhamos o romance de Guimarães Rosa, tendo como pano de fundo a história do Brasil.

Palavras-chave do autor:  FALA | Grande sertão: veredas | Guimarães Rosa | Poder | Sertão

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Guimarães Rosa tisse la toile de sens qui crée le sertão. Le jeu du langage auquel s'adonne le protagoniste Riobaldo élabore un jeu de pistes dans lequel le lecteur se perd souvent. Le sertão devient une construction du langage, construction elliptique qui met en rapport l'insaisissable de l'espace, tellement étendu qu?il finit par abolir les frontières et disparaître dans sa propre infinité. L'appropriation du langage par l'écrivain mineiro reflète ce qu'il y a de plus profond dans l'espace et l'imaginaire du sertão.

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